BRASIL -500 ANOS - VEJA O ENCARTE
ESPECIAL DA REVISTA DA FAPESP-ABRIL-2000
Homenagem da Revista da FAFESP - (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DE SÃO PAULO)
Homenagem da Revista da FAFESP - (FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DE SÃO PAULO)
Roberto Landell de Moura,
O religioso Roberto Landell de
Moura (Porto Alegre, 1861-1928) foi um grande comunicador, muito antes que
padres se tornassem fenômenos de comunicacão. De família tradicional,
ordenou-se em Roma, onde foi estudar por influência de um irmão, Guilherme,
que aspirava ao sacerdócio. Teólogo formado, voltou para desenvolver
trabalhos pastorais em várias cidades brasileiras. Interessava-se também
pelas ciências, especialmente por física e química, que estudou na
Universidade Gregoriana. Foi um pioneiro no estudo e prática da comunicação
eletrônica sem fio. o inventor do rádio Suas primeiras experiências em transmissão e recepção sem fio foram feitas com êxito em 1893 e 1894, entre a Avenida Paulista e o alto de Santana, em São Paulo, a uma distância de cerca de oito quilômetros. Antes, portanto, de Marconi, que usou apenas radiotelegrafia, enquanto o padre brasileiro fez contatos em radiotelegrafia e radiotelefonia sem fio. Mas só mais tarde (entre 1901 e 1904, nos Estados Unidos, tratando de assuntos como transmissor de ondas, telégrafo sem fio e telefone sem fio) patenteou seus inventos. Criou as válvulas de três pólos (tríodo), patenteadas por Lee De Forest em 1906 e que seriam fundamentais depois para o desenvolvimento do rádio e da televisão. Já em 1901 recomendava o emprego das ondas curtas para aumentar o alcance das transmissões. O grande Marconi considerou que era coisa inútil, mas em 1924 admitiu que estava enganado. Landell de Moura morreu incompreendido pelas autoridades e cientistas do seu tempo, mesmo depois de ter descoberto também a utilidade do arco voltaico para a transmissão de sinais de intensidade variada, o que resultou no desenvolvimento do laser e da fibra ótica. Seus inventos, depois, como ele vislumbrava, serviriam até para comunicações interplanetárias. |
Só que o
cientista Oswaldo Cruz queria salvar o povo, mesmo que à força, invadindo
residências e vacinando seus moradores contra a varíola. O povo enfrentou a
polícia e os bombeiros, pois não queria ser vacinado. O cientista teve de
enfrentar a hostilidade geral e até revolta militar, no episódio conhecido
como a Revolta da Vacina – terrível sedição ocorrida em 1904 e só debelada
pela determinação do Presidente, o paulista Rodrigues Alves. É evidente que a
vacinação foi apenas o estopim para a eclosão da insatisfação da plebe
excluída de quase todos os benefícios da modernização e vítima do
autoritarismo governamental.
A descoberta da utilidade do arco voltaico na transmissão de sinais, por Landell, resultaria no desenvolvimento da fibra ótica O “despotismo sanitário do governo”, como se falou na época, queria tirar os pobres de suas casas e aumentar a repressão policial. Deu-se uma tragédia: 23 pessoas morreram no confronto e, depois, em 1908, milhares de outras foram dizimadas pela varíola. Esses episódios mostram como a população não estava a par do significado da vacinação, servindo aos propósitos de políticos ardilosos ou de pessoas mal-intencionadas. Não era o caso de Oswaldo Cruz. De toda forma, Manguinhos soube aproveitar bem o seu espaço de pesquisa, comprovado por trabalhos brilhantes de seus integrantes, como Carlos Chagas, Rocha Lima, Figueiredo Vasconcellos, Alcides |
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