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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Apostila de Ética e Técnica Operacional Legislação

ESCOLA   PARANAENSE
DE
RADIOAMADORISMO






Apostila
de
Ética e Técnica Operacional
Legislação
Atualizada em março de 1997






Cooperação Técnica:
LABRE Federal
LABRE Paraná
INEPAR S.A.
Grupo Araucária de DX - G.A.D.X.
Grupo de VHF do Paraná
Associação dos Radioamadores do Paraná - ARPA
Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET - PR
Governo do Estado do Paraná
Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná










ESCOLA PARANAENSE DE
RADIOAMADORISMO



Diciplinas:

Grupo I

         l   Legislação / Regulamentos 
         l  Telegrafia I
         l   Ética Operacional e Técnicas de Operação
         l   Radioeletricidade I
         l   Operações de Emergência

Grupo II
        
         l  Informática e Transmissão Digital
         l  Telegrafia II
         l  DX e Competição
         l  Radioeletricidade II

Grupo III

         l  Satélite e Reflexão Lunar
         l  Telegrafia III
         l  Sistemas Irradiantes e Propagação
         l  Equipe de Competição















 Escola Paranaense de Radioamadorismo
Corpo Docente








Módulo I              Legislação -PY5TA-ZZ5TAL                                         
 Básico          Rádioeletricidade - PY5AGH
                            Rádiotelegrafia -  PY5GM - PY5AWB
                            Ética e Téc. Operação - PY5GM - ZZ5PYB

Módulo II             DX e Competições - PY5EG -PY5CC
                             Propagação e Antenas - PY5ZBU

Módulo III      Sistemas de Comunicação Digital
                                       PY5EJ  -  PU5PJF

Módulo IV           Comunicação via Satélite  PY5BYE - PY5ACP
                            Reflexão Lunar - PY5ZBU

Módulo V           Operações de Emergência - PY5TA - PY5LCK





























Apostila




A nossa apostila é antes de tudo um caderno de notas e apontamentos que se destina; primeiro ao docente, como um roteiro para suas aulas, e segundo, ao aluno como um instrumento de consulta das aulas ministradas. A nossa apostila portando, não é, não pretende ser, e muito menos substituí, qualquer  livro didático, cuja leitura recomendamos e incentivamos. Agrupou-se aqui, informações constante dos manuais dos fabricantes de equipamento, bem como informações contidas em revistas nacionais e estrangeiras ligadas ao Radioamadorismo. Mas fundamentalmente o material é constituído e foi montado contando com a experiência pessoal de muitos radioamadores, alem do corpo docente,  da  Escola Paranaense de Radioamadorismo.



















TÉCNICA  E  ÉTICA  OPERACIONAL

O RADIOAMADORISMO E SEU OBJETIVO

O nosso Objetivo como o define a atual Legislação


"O Serviço de Radioamador é modalidade de serviço de radiocomunicações, destinado ao treinamento próprio, à intercomunicação e a investigações técnicas, levada a efeito por amadores devidamente autorizados, interessados na radiotécnica a título pessoal, que não visam qualquer objetivo pecuniário ou comercial ligado a exploração do serviço, inclusive utilizando estações espaciais situadas  em satélites da Terra."

Amadorismo é a atividade vocacional, espontânea e gratuita, que antecede e complementa profissões, satisfazendo condições psicológicas e exercendo influência sobre as relações sociais.
Qualquer atividade humana pode ser amadorística e profissional. O amadorismo, porém, precede e complementa a profissão respectiva, que utiliza regularmente os progressos por ele gerados.
A pesquisa é sempre fruto do trabalho espontâneo do amadorismo. Quando remunerado, o pesquisador produz além do exigido; ainda que profissional, a pesquisa tem algo de amadorístico.
Higiene mental e expansão de potenciais latentes no indivíduo são proporcionadas pelo amadorismo, principalmente a especialização profissional e especificidade de tarefas condicionam a industria. Apenas a máquina pode realizar uma única tarefa invariavelmente. O vazio psicológico deixado pela divisão do trabalho precisa ser preenchido.

O amadorismo é uma necessidade social, constituindo fator de pesquisa e de complementação, um verdadeiro instrumento de higiene mental e de expansão psicológica, veículo de relações humanas, motivo para esclarecimento e conscientização para a boa vontade entre os povos.
Envolvendo vasto campo de pesquisa, aproximando pessoas de todas as atividades, ligando municípios, estados e países, o rádio gera um super amadorismo sob três aspectos:
·       pesquisa
·       telecomunicações
·       serviço
Reunindo vários ramos do conhecimento humano, a rádioeletricidade é imprescindível na pesquisa de outras técnicas.
Não só pelos contatos recíprocos de seus praticantes, mas entre estes e as pessoas às quais prestam inestimáveis serviços, o radioamadorismo provoca um infinito número de relações humanas, constituindo assim uma fraternidade aberta.
Nosso Passa tempo, paixão ou esporte como querem alguns, poderia ser melhor aproveitado. Suas influências têm sido desperdiçadas, e seu extraordinário valor esquecido.
Numa decrescente sucessão de contatos, vive-se mais no domicílio, na rua, no bairro, no município, no estado, para depois viver-se no país. Vida nacional unitária só existe pela auto consciência e participação individual de seus membros; caso contrário, não passará de mera ficção.
A centralização desperdiça capacidades e dispersa esforços, atenuando resultados, permitindo distribuições anômalas do progresso. Este é mais fácil, mais extenso e melhor distribuído, quando parte de cada município.
Só o radioamadorismo, ainda que inconsciente, exerce dominante papel comunitário municipalista, levando a voz de uma cidade pelo país, e pelo mundo, difundindo a comunidade e suas atividades, evidenciando seus valores, lembrando sua participação na vida nacional, atraindo simpatias, fomentando o turismo, fazendo cadeia de elos variadíssimos e disseminados por todo o mundo, força latente que não deve ser desperdiçada.
O radioamadorismo pode constituir o principal instrumento de mobilização nacional.
Considerando que:
            a) as faixas, inicialmente destinadas ao radioamadorismo, foram bastante reduzidas:
            b) algumas destas faixas são utilizadas para outros serviços;
            c) o contínuo aumento do número de radioamadores;
            d) o radioamadorismo é hoje, uma certeza e, mesmo, uma necessidade nas comunicações, contrariamente a seus primórdios, quando era apenas uma tentativa.






Os contatos tornam-se impossíveis sem algumas normas de Operação.
A má utilização das faixas é fato dominante como o é seu congestionamento. Comunicados entre estações próximas não deveriam ser realizados em faixas com propagação para longas distâncias. O tamanho da antena não é causa para o abandono das faixas de 160 e 80 metros. Mesmo as antenas de quadro para estas faixas permitem atingir distâncias bem razoáveis.
O câmbio extenso é desaconselhável:
·       é sempre mais longo do que aparenta.
·       o esquecimento e a falta de clareza obrigam à repetição de muita coisa.
·       as oportunidades de compreendido a outras estações são restringidas;
·       todos acabam gastando mais tempo;
O RADIOAMADOR SATISFAZ-SE COM AS REALIZAÇÕES CONSEGUIDAS, NÃO COM O TEMPO EM QUE PASSA OPERANDO. ESTE, QUANDO EM VÃO, É FATOR DE ABORRECIMENTO.

A TÉCNICA é o principal objetivo de qualquer atividade amadorística, há mesmo, quem entenda ser o único. Todavia, o comodismo do uso da GRANDE POTÊNCIA tem substituído o aperfeiçoamento.
Não permitindo maleabilidade para experiências, exigindo maiores cuidados operacionais, perturbando as faixas com seus desajustes, interferindo facilmente nas transmissões médias e pequenas. Antieconômicas, inacessíveis a muitos, as POTÊNCIA ELEVADAS são inconvenientes ao radioamadorismo.

TERMINOLOGIA e ABREVIATURAS


Abreviaturas Internacionais  na operação de CW  *


Abreviatura               Significado

AA                  ? Tudo depois de ( dar a última palavra correta)                   
AB                  ? Tudo antes de (dar a palavra )                                            
ADS                ? Endereço                                                                
ANT                Antena                                                                      
AS                   Espere                                                                       
AR                  Fim de Mensagem
                                                          
BF                   Antes de ( dar a palavra )                                                      
BK                  Interrompe  uma transmissão em andamento
BN                  ? Tudo Entre ( dar as palavras)
BST                 Melhor
BT                   Sinal de Separação ( Nova Linha )                                                   
BURO             Escritório ( Bureau)
                                               

CFM               Confirme                                                                  
CL                  Vou fechar  minha Estação                                       
COL               Confira
CLR                Claro
CP                   Chamada Geral, a duas ou mais Estações específicas                                              
CQ                  Chamada Geral                                  
CS                   Sinal de Chamada ( Pedir o Indicativo )                                                       
CUAGN          Chamarei de Novo

DDD               Identifica uma MSG de Socorro de uma estação que não esta em perigo                 
DE                   Sinal para separar  o Indicativo da estação chamada, da que Chama.          
DPL                Dipolo ( Antena )
DR                  Prezado                                                                     
DX                  Longa Distancia


E                     Indicação de rumo, longitude Leste
EEEEEEE      Erro ( No mínimo seis pontos, para não confundir com a letra H e o nr. 5 )

FB                   Excelente

GA                  Prossiga ( Recomece a Transmissão )
GB                  Até a Vista
GE                  Boa Tarde
GM                 Bom Dia
GMT               Hora Média de Greenwich
GND               Terra ( No sentido de polo negativo )

HPE                Espero


INFO              Informação ( Dar ou Pedir )



K                     Convite para Transmissão
KN                  Passar  o Câmbio para a estação citada

MSG               Mensagem
MGR              Manager ( Gerenciador de Cartões QSL )
MY                 Meu

N                     Rumo, Latitude Norte
NICE              Muito Bonito
NIL                 Nada
NO                  Negativo, negação
NW                 Agora


OK                  Tudo Certo
OM                 Velho Camarada
OP                  Operador
OT                  Veterano

PSE                 Por Favor
PWR               Potência ( Saída do Transmissor )

R                     Recebido
RCVR         Receptor
RPT                Repita
RPRT  Reportagem (Sinais)
RX                  Recepção

S                      Rumo, Latitude Sul
SIGS               Sinais
SVC                Serviço
SOS                 Chamada/Pedido de Socorro



TFC                Tráfego
TKS                Obrigado
TX                  Transmissão
TXT                Texto
TTT                Este Grupo quando transmitido três vezes consecutivas constituí  TFC de segurança
TU                  Obrigado

UR                  Seu
UTC                Coordenada Universal de Tempo
URG               Urgente

VA                  Fim de  QSO
VY/VRY         Muito

W                    Rumo, Longitude Oeste
WA                 ? Palavra depois de    
WB                 ? Palavra Antes de


XMTR            Transmissor
XTAL             Cristal
XXX               Este Grupo quando transmitido três vezes refere-se a TFC de Urgência
YR                  Seu

73                    Abraço
88                    Beijo


* Nota

As abreviaturas aqui apresentadas representam as mais usadas no radioamadorismo. Todavia há centenas de outras, para os mais diversos serviços, em particular o aéreo e o marítimo. Em sua  maioria, as abreviaturas aqui apresentadas são compatíveis com os diversos serviços radiotelegráficos, constando da relação da UIT União Telegráfica Internacional.
As abreviaturas sublinhadas são transmitidas como um único grupo.

As abreviaturas nacionais podem divergir das Internacionais como exemplo a abreviatura BN, que entre nós significa “Boa Noite”, e a nível Internacional significa “Tudo Entre”. Estações brasileiras que praticam o DX, quando em QSO nacional usam via de regra as abreviaturas internacionais.

O uso das abreviaturas em CW e particularmente no DX, demonstram a qualificação do operador, usar linguagem clara num concurso é inadmissível. Alem das abreviaturas GERAIS, vamos encontrar as específicas  para as mais diversas áreas. Um  detalhe da maior importância é o fato das abreviaturas terem uma certa dinâmica, novas técnicas de operação trazem novas abreviaturas, e as antigas vão caindo no esquecimento ou em desuso. Nos comunicados locais, entre amigos ou grupo de profissionais, vamos encontrar abreviações  muitas vezes inventadas  na hora.  Guardar  tudo na memória? não é necessário para não dizer impossível. Uma boa medida é escutar bastante, para se familiarizar, dentro do tipo de operação escolhido, o tempo, este grande sábio, certamente fará o mestre.
As expressões representativas de um conhecimento específico devem ser precisas e sintéticas, com tendência a uma lingüistica internacional, para facilitar a compreensão.

Atenção :As Abreviaturas do código "Q " usadas no Serviço de Radioamador constam da Legislação.


Tipos de Comunicação


            Comunicações Bilaterais                                                               Comunicações Unilaterais
 


Abertas                                            Fechadas
 


Telefonia                                            P. Federal                                                                  Emissoras de Rádio

Amadores                                           P. Civil                                                            Emissoras de TV
                                                 P. Militar
Aviação     = Comercial                                                                                           Beacons
                                                           Marinha                                
Marinha   = Comercial                      Exército                                                                      Notam
                                                   Aeronáutica
Digital                                               
                                                   Rede Ferroviária                                                   Digital

Emergências                          SVC de Segurança                                          Emergências

                                                                                                                                             Dispositivos de                                                                                                                                                                     Salvamento

Outros SVC                           Outros SVC                                                   Outros SVC




UIT União Internacional de Telecomunicações
Órgão da  ONU
Sede em Genebra na Suíça
Normatiza  as Telecomunicações
As freqüências são compartilhadas a nível Mundial
Frequency Allocation Table
O Brasil é representado na UIT pelo Ministério das Comunicações
sendo signatário dos organismos e acordos Internacionais


IARU International Amateur Rádio Union
Sede  em Nova York
Representa os Radioamadores na UIT
O Brasil é representado na IARU pela LABRE
Regiões I  II  III
















Espectro de Freqüências


Freqüência                             Designação                            Abreviatura   Comprimento de onda

3 - 30 kHz                              Very low frequency    VLF                            100.000 - 10.000 m

30 - 300 kHz               Low frequency                       LF                               10.000 - 1000 m

300 - 3000 kHz                      Medium frequency                 MF                              1000 - 100 m

3 - 30 MHz                             High frequency                       HF                               100 - 10 m

30 - 300 MHz             Very high frequency   VHF                            10 - 1 m

300 - 3000 MHz                     Ultrahigh frequency    UHF                            1 m - 10 cm

3 - 30 GHz                              Superhigh frequency   SHF                             10 - 1 cm

30 - 300 GHz              Extremily high Freq.   EHF                            1 cm - 1 mm


Nota

kHz = kilohertz ou 1000 Hz

MHz = megahertz ou 1000 kHz

GHZ = gigahertz ou 1000 MHz

THz = terahertz ou 1000 GHz

Somente para ilustração :

3 - 300 THZ                            Infra Vermelho
300 - 1200 THZ                      Cores Visiveis
2.200 - 72.000 THz    Ultra Violeta
150.000 - 600.000 THz                      Raios X













Operando o Rádio
Usando o "S " meter

Todos os transceptores antigos e modernos pequenos ou grandes possuem um instrumento de medição mais conhecido e chamado de "S" meter. A maioria ainda é com indicação analógica, isto é com o tradicional ponteiro. Os equipamentos  pequenos do tipo HT,  portáteis nos dão as informações por uma escala de "leds".
As informações e a sua gama variam de modelo para modelo, todos porem tem em comum a indicação do valor "S" que certamente é a indicação básica. As outras leituras podem abranger desde a carga em mA, nível de modulação, potência de saída, a relação de ondas estacionárias etc, devem ser entendidas como acessórias. Os fabricantes aqui particularmente são bastante criativos, quanto vale um instrumento cheio de escalas coloridas? e algumas luzes piscando, é o máximo, mesmo que a eficiência seja apenas uma referência. Aqui vamos analisar apenas o "S" meter, que é comum a todas as marcas e modelos, independente do fabricante.

O nosso raciocínio esta acostumado a termos lineares, isto é, associamos instintivamente o ato de dobrar a potência, para obter o dobro de sinal. Todavia, nossa audição não corresponde a esta perspectiva. Nossa percepção auditiva não é linear, ela é exponencial, o que significa que ela é logarítmica.

                                  


                                               Potência =       1          10        100      1000    10000
                                               Percepção =     1          2           3           4           5




Em termos de freqüência uma duplicação, corresponde a uma oitava.

16Hz   32Hz    64Hz   128Hz   250Hz   500Hz    1khz   2khz   4khz  8khz   16khz.

Temos aí  dez oitavas, do grave ao agudo, aliás limites normais da nossa audição, considerando que a próxima oitava de 32khz estar fora do limite da audição humana.

Sendo a nossa percepção logarítmica em relação a intensidade do som, os medidores "S" dos nossos rádios também são calibrados de forma logarítmica. A abreviatura "S" vem de "sone" uma unidade de medida da física  para medir a  intensidade de um som, julgada essa intensidade pela sensação que o som causa em um observador numa freqüência de 1khz ( 1000Hz é a freqüência de ressonância do nosso canal auditivo) O "sone" foi descrito pelo físico S.S. Stevens em 1936.




Assim, cada ponto na escala "S" necessita de uma duplicação de tensão que entra pela antena até o nosso receptor. Se 1µv corresponde a uma indicação de S1, necessitamos de 2µv para uma indicação de S2 etc. Sendo necessários 256µv para a indicação de S9.

Respeitando a Lei de Ohm, a uma duplicação de tensão, corresponderá uma quadruplicação de potência. Isto significa que, se uma estação com saída de 100 watts indicar um S9, uma estação com 25 watts indicará S8, e uma estação de 6,3 watts indicaria S7 e assim por diante.
A diferença auditiva de S9 para S7 em termos de qualidade de recepção, certamente será pequena, mas a diferença enorme de 16 vezes menos energia, proporcionará uma economia extraordinária, e preservará o equipamento por muito mais tempo. É neste pequeno grande detalhe técnico que reside o sucesso mundial da operação QRP (baixa potência), onde com apenas 5 watts e uma boa antena se cobre todo planeta.

No próximo comunicado (QSO), quando você receber uma reportagem de S7 por exemplo, baixa a potência de saída do seu transmissor à metade, e certamente terá uma surpresa agradável, pois o seu colega não notará uma diferença de sinal no medidor de "S" dele.
O objetivo aqui é demonstrar o quanto é importante uma reportagem numérica bem dada, para ajustarmos o nosso transmissor, sempre para um mínimo necessário sem prejuízo da qualidade do comunicado. Naturalmente se recebermos uma reportagem de S5 (sinais bastante bons) estando transmitindo com 100 watts, e reduzirmos a potência para 25 watts, passando a oferecer ao nosso colega um S4 ( sinais razoáveis), estaríamos submetendo o nosso colega a um prejuízo na qualidade do QSO. O bom senso  e o conhecimento técnico deverão conduzir nossa atuação.

Portanto, caso o caixa esteja em alta, e o QSJ derramando, invista primeiro em um bom sistema irradiante,e somente em um segundo plano invista em um linear de potência. Considere finalmente que a antena "Leva" e "Traz" um sinal, o linear só "Leva". O uso do linear sem necessidade específica, tem no inverno a vantagem de esquentar o shacke ( cabana, barraco). Para os que operam em CW  há uma vantagem adicional. A telegrafia usa apenas 20% ( 1/5) da energia de uma operação em SSB (Banda Lateral simples ), com a mesma eficiência de sinal. Toda esta economia pode parecer exagero, mas se nos transportarmos para uma situação onde o suprimento de energia é reduzido ou limitado, ( operações de emergência a Bateria p. ex. ), saber tomar  uma decisão técnica adequada, pode significar, entre manter ou não um comunicado. E se a situação for transportada ao  mar, ou ao ar em condições de perigo, pode significar a vida ou a morte.

































Sistema de Reportagem   R -S - T

O sistema de reportagem RST é seguramente o mais difundido em todo mundo radioamadorístico, sendo o único empregado  nas nossas comunicações. Todavia é necessário sabermos que o sistema RST não é o único. 

            R = A  letra "R" é empregado para a intelegibilidade dos sinais, numerada de 1 -5.

                        1 - Ilegível
                        2 - Apenas legível, se distingue uma ou outra palavra.
                        3 - Legível, com dificuldade.
                        4 - Legível, praticamente sem dificuldade.
                        5 - Perfeitamente legível.

            S = A letra  "S" é empregada para a intensidade dos sinais, numerada de 1 -9.

                        1 - Sinais apenas perspectiveis.
                        2 - Sinais muito débeis.
                        3 - Sinais débeis.
                        4 - Sinais razoáveis.
                        5 - Sinais bastante bons.
                        6 - Sinais bons.
                        7 - Sinais moderadamente fortes.
                        8 - Sinais fortes.
                        9 - Sinais extremamente fortes.

            T = A letra "T" é empregada para a tonalidade dos sinais, numerada de 1 - 9.
 1 - Nota muito rouca e com rasposidade.
                        2 - Nota de CA muito grave e sem musicalidade.
                        3 - Nota de CA grave com alguma musicalidade.
                        4 - Nota de CA com um grave suave, moderadamente musical.
                        5 - Nota de modulação musical.
                        6 - Nota modulada, algo estridente.
                        7 - Nota quase de CC, com zumbido.
                        8 - Nota de CC com muito pouco zumbido.
                        9 - Nota de CC pura e cristalina.

            Nota: Para a reportagem de sinais em fonia, devemos suprimir a tonalidade.









Operação “Split”


A operação Split significa para nós uma operação de freqüência dividida.  O tipo de emissão e a largura do espectro de freqüência utilizado bem como a potência, esta fixado em normas do Minicom e regulamentos internacionais. Estes valores variam de acordo com as faixas, HF, VHF, UHF etc. Na faixa de HF esta largura internacionalmente aceita é de 10Khz. É este pequeno “espaço” que vamos ocupar na operação Split, isto é, na operação de freqüência dividida.

Para que possamos fazer uso deste tipo de operação, é necessário que o nosso equipamento transceptor esteja provido desta modalidade, pois são necessários dois VFO e um sistema de comutação automática. A operação em freqüência dividida emprega como já dissemos dois VFO’S sendo um para a transmissão e o outro para a recepção. Quando acionamos o comando Split, os VFO’S se ativam automaticamente cada vez que acionamos o PTT ou o manipulador. Quando apertamos um PTT/Manipulador, acionamos o VFO de transmissão, ao soltar o PTT ou interromper a manipulação, entra automaticamente o VFO de recepção. Este processo permite que variemos a freqüência dentro da sua largura, sem que um VFO interfira no outro.

Quando escutamos uma estação muito rara e conseqüentemente caçada e desejada, é provável que no momento da contestação, se façam presente um grande número de estações, e naturalmente para desgraça geral, todas ao mesmo tempo. Começa naturalmente a ficar difícil identificar tantas estações, todas transmitindo ao mesmo tempo. Este verdadeiro empilhamento tem uma certa emoção, mas ao mesmo tempo é ineficiente, toma muito tempo, que as vezes não se dispõe por fatores de propagação. Há também o fator frustração, como sabemos “Tubarão come lambari”. A confusão pode chegar a tal ponto, que a nossa estação tão procurada e desejada desapareça no meio da massa de ruído.

Quando se instala este verdadeiro caos, a estação de DX, que via de regra são operadas por colegas experientes, sabendo antecipadamente que o mundo desabará sobre seu chamado, com dezenas de estações  contestando simultaneamente, tomará a si a responsabilidade de anunciar a operação “Split”. A partir da atual freqüência de transmissão fará um Split plus 5Khz para a recepção. Isto significa que a estação DX continuará a transmitir na atual freqüência, mas fará a escuta 5 Khz acima. Se desejamos manter o contato devemos acionar o nosso Split com a freqüência da nossa transmissão na freqüência de recepção da estação DX. A estação DX atenderá àquela estação que ele escutar melhor, dando apenas o nosso indicativo e a reportagem  p. ex. (Z5AA 45N) estará assim confirmado o contato, lembremo-nos  que um contato para ser válido terá que ter no mínimo a troca de indicativos e a reportagem, a hora UTC e a freqüência trabalhada farão parte do Log (registro de comunicados) Estes registros obedecem a um padrão e em competições são feitos por computador, o organizador recebe o disquete com o nosso Log que poderá ser facilmente conferido através de um software, e as classificações são apuradas rápida e seguramente.
















World Locator System

Localizador ou simplesmente Locator, é um sistema de localização desenvolvido em princípios dos anos 60, por um grupo de radioamadores austríacos. O objetivo primeiro do sistema era ampliar as regiões, com precisão maior do que os países e estados, nos contatos de VHF/UHF na Europa. O sistema foi submetido a apreciação da IARU, e hoje esta em pleno uso para todas as modalidades de radioamadorismo nas três regiões do mundo.

Alguém poderia perguntar, e o sistema de coordenadas geográficas ? foi abandonado ? certamente que não. A coordenada geográfica é na realidade um ponto, o que para fins de DX, concursos e diplomas seria impraticável, isto é, uma precisão exagerada, como seria o exagero da imprecisão referir-se a região PY. Se nos referirmos a região PY5 ainda assim temos uma enorme imprecisão. Todavia, se subdividíssemos a região PY5 em pequenas frações de área  medindo +- 9,2 KM por 4.6 KM, já teríamos uma precisão bastante razoável.

Pois bem, o sistema Locator vem exatamente com esta proposta, a localização de um pequena área, suficientemente precisa para poder ser trabalhada nos contatos de DX, concursos e experiências de propagação etc.  O sistema coloca o mundo numa Matrix, uma malha composta de grandes Campos como unidade básica. Abrangendo cada Campo uma área de 20 graus de longitude por 10 graus de latitude. Medindo no equador aproximadamente 2.222 Km por 1.111 Km. ( O tamanho tende a diminuir no sentido dos pólos, pelo efeito da projeção de Mercator na área de um esferoide ) Se abrirmos um mapa Mundi e, repartindo-o em quatro partes, teremos em cada quarto, exatamente 81 Campos. O mundo estará assim dividido em 324 Campos.

A próxima subdivisão, será a divisão de cada Campo em Quadros. Cada Quadro terá 2 graus de longitude por 1 grau de latitude, com uma área aproximada ao nível do equador 222 Km por 111 Km. O que significa, que cada Campo se comporá de 100 Quadros.

A próxima subdivisão, a menor do sistema, será a divisão de cada Quadro em Quadrículos. Cada Quadrículo terá 5’ (minutos) de longitude por 2,5’(minutos) de latitude, com uma área aproximada ao nível do equador de 9,2 Km por 4,6 Km. O que significa que cada Quadro se comporá de 576 Quadrículos.

Resumindo:

A Matrix ou a Malha que envolve o nosso planeta, se comporá de:

- 324 Campos
- 32.400 Quadros
- 18.662.400 Quadrículos

Certamente esta ficando claro para  que serve o locator ? É só começar-mos a fazer DX, temos dezoito milhões de quadrículos para trabalhar.

A identificação dentro do sistema é composto de seis caracteres agrupados numa seqüência de letras e números.



Exemplo:

Pos. 1 = Letra
Pos. 2 = Letra
Pos. 3 = Numero
Pos. 4 = Numero
Pos. 5 = Letra
Pos. 6 = Letra 

Portanto um locator sempre se apresenta assim, GG54KL que corresponde ao QTH/base de PY5GM que esta localizado na coordenada geográfica de 49°08’,237S 25°30’,437W.

Para determinar o seu locator, providencie antes de mais nada o Manual do Localizador  do nosso colega PY2BBL, Alberto João Laimgruber (vide Bibliografia) que alem do excelente manual, apresenta também  um programa para computador.

Para determinar a coordenada geográfica do seu QTH/base providencie uma carta geográfica da sua área, com um escala de no mínimo 1 : 250.000 (Quanto menor a escala melhor). Uma carta CAP, Carta Aeronáutica de Pilotagem já é um bom começo.

As cartas geográficas com boa precisão estão disponíveis, mas não são fáceis de serem encontradas, e quando o são, muitas vezes nos oferecem cópias xerográficas que absolutamente não tem valor para a nossa finalidade. O melhor seria termos, um GPS ( Global Position System), ou um amigo navegador que o tenha, que sendo um instrumento de navegação Eletrónica de alta precisão, de cuja leitura teremos a nossa posição geográfica em Latitude e Longitude alem da altura do nosso QTH/base instantaneamente.

Caso você se perca, não desanime, pois certamente encontrará colegas que se colocarão QRV para ajuda-lo. Não esqueça ! Determinado o seu locator,  faça-o constar em seus cartões de QSL, e muitos  colegas, em particular do exterior, lhe ficarão gratos.



GÍRIAS

Os dicionários definem gíria como "linguagem especial de fadistas, gatunos e malandros etc." para não serem compreendidas por outrem. CALÃO, gíria de linguagem baixa, grosseira e obscena.    
GÍRIA é a palavra que designa um objeto ou a expressão que designa uma ação empregada analógica e pitorescamente na designação de outro objeto e de outra ação. Há sempre uma analogia na gíria, embora remota, oculta, ou até inatingível. A gíria, como o termo oficial, pode evoluir continuamente por novas analogias.
Ninguém pode fazer linguagem secreta das gírias elas se difundem rapidamente; nem os fadistas, gatunos, etc. as usam com tal intenção.
           
Toda profissão ou ocupação tem vocabulários e expressões característicos, paralelas à terminologia correspondente. Essas criações podem ser contínuas, mas nem sempre são adotadas como linguagem corrente.
As gírias apesar de muito difundidas e utilizadas, devem ser evitadas ao máximo.

                                                                   O QUE É UM DX

A radiocomunicação desde os seus primórdios, lançou como desafio principal, o gradual aumento das distâncias das comunicações, tanto na área do radioamadorismo, como da área da atividade profissional, sempre objetivando alcançar maiores distâncias com o máximo de racionalidade econômica possível.
Pode-se dizer de forma genérica, que "DX" ( Distância ...X, o xis aqui se refere a incógnita), em radioamadorismo, é a procura constante, na comunicação a larga distância, compondo com outros países ou pontos mais longínquos e que apresentem maior dificuldade na realização do contato.
Para que houvesse um parâmetro de organização para a busca desses contatos a larga distância, convencionou-se internacionalmente uma lista de países, publicada pela ARRL- American Radio Relay League, como sendo um parâmetro formal de localidades que, para os efeitos de "DX", seriam considerados como países.
Esta lista é constantemente adequada às mutações de ordem técnica, política e social, de tal forma que sempre se tem esta listagem atualizada, de países válidos para efeitos de "DX".
Desta forma, de tempos em tempos, são retirados e acrescidos, da listagem oficial, novos países, como também acréscimos e retiradas de códigos de prefixos dos vários países listados.


O QUE É UM "DX-man"

Em termos radioamadorísticos internacionais, "DX-man" (operador de DX) é aquele radioamador que, dentre as diversas operações radioamadorísticas, tais como; rodadas, bate-papos casuais, operação VHF, UHF, rastreio de satélite, utilidades públicas, apoio logístico a dificuldades em calamidades, contestes nacionais e internacionais, procura, com ênfase especial, constantemente aumentar seu escore de contatos a longa distância.
Convencionou-se, internacionalmente a existência de um patamar, para a definição do “DX-man”, e este patamar, embora não totalmente aceito pela classe radioamadorística internacional, se caracteriza como o "DXCC".
"DXCC" é um certificado comprobatório, atestando que o radioamador requisitante trabalhou e recebeu confirmação de no mínimo 100 países em todo o mundo.
Em virtude da operação de "DX" ser, em realidade uma competição, e por natureza, toda competição deve ter um pressuposto de desafio de melhoria de performance, pode-se dizer que a operação "DX" é uma competição que não termina, pois constantemente criam-se novos países, para efeitos do DXCC, criam-se novas complexidades nos diversos certificados de tal forma que o "DX-man” deve estar sempre superando a sua marca anterior.
Após ter conseguido o certificado do DXCC, o “DX-man” poderá se candidatar aos seguintes certificados dele decorrentes: DXCC-CW, SSB ou misto, 5BDXCC - l00 países em cada uma das 5 bandas (80, 40, 20, 15 e 10).

                       




CONTATOS DE DX

Embora possa manter uma conversação mais longa durante um contato de "DX", via de regra, quanto mais rara for a localidade em conexão, mais rápido deve ser o QSO, chegando mesmo, em alguns casos a se trocar somente a reportagem.

EXPEDIÇÕES DE DX

As expedições de "DX" são viagens organizadas, via de regra, por excelentes operadores de "DX” a localidades raras por períodos curtos. Estas expedições são por demais solicitadas por toda a população radioamadorística mundial, requerendo, portanto muita habilidade e paciência para trabalhá-las, pois os períodos de operação são normalmente, muito curtos, às vezes apenas 48 horas, o que torna o trabalho de operá-las um jogo de xadrez.
A ARRL mantém regras bastante rígidas com relação a aceitação da expedição como válida, para efeito de país, sendo que os parâmetros principais, para esse juízo, se caracterizam pela autorização certificada pelo poder competente daquele país, para utilização de prefixo na expedição; localização geográfica da localidade dentro dos parâmetros mínimos de distância estabelecidos pela ARRL.
A TíTULO DE CURIOSIDADE, ANALISANDO A LISTA OFICIAL DA ARRL, CONSTATAMOS QUE NO BRASIL PODEM SER COMPUTADOS QUATRO PAÍSES: BRASIL CONTINENTAL, ILHA DE FERNANDO DE NORONHA, ILHA DE TRINDADE E ILHAS DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO.

CONTESTES INTERNACIONAIS

O mundo radioamadorístico internacional, com a finalidade de promoção do radioamadorismo a nível de competição, houve por bem instituir vários "contestes internacionais" os quais, nos últimos anos têm recebido um afluxo cada vez maior e uma aceitação cada vez mais impressionante pelos radioamadores do todo o mundo.
Os contestes internacionais são competições, de quase sempre 48 horas, onde os parâmetros de pontuação e de escore, são conseqüência do maior número possível de "Comunicados”, com maior número de multiplicadores (países ou zonas),em determinadas condições especiais.
Os principais contestes internacionais da atualidade são: Word Wide DX Contest e WPX Contest, promovidos pela revista CQ Magazine; WAEDC, promovido pela Alemanha; ARRL Contest, promovido pela American Radio Relay League; 40 meters World SSB Championship, promovida pela revista 73, dos Estados Unidos; Scandinavian Constest, promovido pela Suécia UIT promovido pelo Brasil.

INSTRUMENTOS AUXILIARES À OPERAÇÃO DX

O "DX-man” para melhorar gradualmente seu escore, obrigatoriamente tem que se utilizar de vários instrumentos que passam a ser condição "sine qua non "para uma boa operação técnica de "DX".
Dentre os principais instrumentos podemos citar:

1.     Um bom equipamento, com ênfase em seletividade na recepção e, principalmente, um ótimo sistema irradiante e que disponha de VFO remoto para operação SPLIT;
2.     Ser assinante de pelo menos um boletim informativo de "DX";
3.     Dispor de mapa orientativo de direcionamento de antena para as diversas regiões e zonas do mundo, para comunicação via lado curto e via lado longo;
4.     Manter um arquivo bem organizado dos países trabalhados, QSL (Cartão de Confirmação de Comunicado) enviados e QSLs recebidos, para se ter sempre à mão e imediatamente a informação se a estação no momento ouvida lhe falta ou não;
5.     Dispor, se possível, de "DX Edge", gráficos demonstrativos de condições de propagação via caminho curto e via caminho longo, para o mundo inteiro;
6.     Dispor da publicação da Marinha Brasileira, MUF, que se constitui de mapas gráficos com as determinantes de máxima freqüência utilizável para as várias horas GMT do dia;
7.     Dispor de informações sobre a realização dos principais contestes internacionais e participar dos mesmos, ao menos como escuta, pois geralmente algumas expedições e figurinhas raras aparecem nestes eventos;
8.     Dispor de informações de NET de DX regulares em todo o mundo;
9.     Freqüentar rodas de DX, para colher informações expedições ou países raros;

10.     Ser bom pagador de QSLs, para poder ser bom recebedor de QSLs. adotando a prática, para                                                  países raros ou expedições, de enviar o seu QSL acompanhado de cupons réponse e envelope       subscrito para devolução do QSL do DX trabalhado, via aérea;
11.Afora todos os instrumentos acima, a paciência, perseverança e escuta são, sem dúvida alguma, os principais instrumentos para uma boa operação de DX.

CONDIÇÕES DE PROPAGAÇÃO

É extremamente importante para o DX-man conhecer, a certo nível de detalhes, os diversos fatores que influem diretamente nas condições de propagação das várias bandas de radioamadorismo.
As comunicações em HF, como todos sabem, se fazem, para distâncias maiores, através da reflexão das ondas de radiocomunicação na ionosfera.
Este fenômeno de reflexão na ionosfera permite contatos com uma reflexão ou mais e, logicamente, quanto maior o número de reflexões, maior é a perda por absorção no ato de reflexão, quer na ionosfera, quer na camada terrestre.
Este fenômeno determina as seguintes afirmações:
1.     Quanto mais alta for a camada de ionosfera, maior distância pode ser alcançada em cada uma das reflexões;
2.     A distância entre a camada ionizada e a terrestre varia entre 110 e 330 km;
3.     Quanto menor for o ângulo de irradiação do sistema de irradiante, mais largas distâncias poderão ser alcançadas no mesmo número de reflexões;
4.     Quanto maior for o teor de ionização, teremos menor absorção na reflexão;
5.     As manchas solares influem diretamente na ionização das camadas de reflexão;
6.     Maior ionização coincide com o pico de manchas solares;
7.     Um ciclo dos efeitos solares refere-se a um período de 10 a 11 anos, sendo que o último se deu em l989/90; portanto o próximo pico (melhores condições de propagação) se dará entre l999/2000;
8.     Os fenômenos de ionização da atmosfera, em consequência das manchas solares, determinam os vários momentos para as várias posições geográficas, as máximas freqüências utilizáveis (MFU);
9.     Contatos em freqüências superiores a MFU teoricamente são impossíveis;
10.   Quanto menor forem os efeitos das manchas solares na ionização, menor será a máxima freqüência de utilização;
11.   Em vista deste fenômeno, a propagação nas baixas freqüências (3,5 e 7 MHz) melhora consideravelmente nos períodos de pouca atividade solar;
12.   As freqüências ideais de operação de radiocomunicação em radioamadorismo a larga distância se situam na faixa de l5% abaixo da máxima freqüência utilizável (OWF).
Outro instrumento tremendamente importante em comunicações de DX é uma visualização imediata das zonas escuras e claras de todo o globo terrestre, determinando, desta forma, e com base no MUF, as formas ideais de se contatar com determinada estação.

Por tudo isso, recomenda-se a VOCÊ, radioamador a observação dos preceitos éticos do DX

1.     Que o seu microfone seja o veículo da sua palavra e do seu pensamento;
2.     Que suas palavras estão sendo ouvidas no Brasil e no exterior;
3.     Que, do que disser, dependerá o conceito que cada ouvinte fará do radioamadorismo brasileiro;
4.     Que não pode fugir à boa ética de uma terminologia que não venha ferir com expressões menos elegantes e palavras de sentido equívoco, a susceptibilidade dos que escutam;
5.     Que, se suas palavras não forem medidas e pesadas, poderão elas condicionar uma idéia errônea de todos os radioamadores de uma região ou país;
6.     Que, se uma medida ou atitude dos órgãos não o agradar, se uma erro ou falha administrativa causar dissabores, não extravase os sentimentos na faixa: faça-o por escrito ao órgão responsável;
7.     Que as críticas que fizer pelo microfone, nada constróem, ao contrário, despoetizando a instituição, farão a mesma perder a consideração pública, além do péssimo exemplo de indisciplina dado a quantos o escutam;
8.     Que não deve confundir liberdade democrática com licenciosidade;
9.     Que nunca deve enfileirar-se com aqueles que, por motivos inconfessáveis, procuram tudo denegrir, aviltar e confundir, numa demonstração entristecedora da falta de patriotismo e de brasilidade;
10.   Que deve ter sempre presente os termos em que lhe foi concedido o privilégio de possuir um transmissor, privilégio que nem todos os países concedem aos seus concidadãos;
11.   Que a disciplina do radioamador deve ser observada em toda a sua plenitude, pois o radioamador é cavalheiro, leal, progressista, cordial, solidário e patriota;
12.   Que o radioamador nunca deve reclamar um canal exclusivo, aceitando com humildade e cavalheirismo as eventuais interferências;
13.   Que o radioamador nunca deve sintonizar o transmissor na freqüência ocupada, aí talvez esteja em curso um comunicado importante;
14.   Que, tanto quanto possível, nas operações de CW, não deve o radioamador se afastar das faixas reservadas exclusivamente a esse fim;
15.   Que não deve deixar o colega, com quem você se comunicou pela primeira vez, esperando indefinidamente a confirmação do "QSO". A troca de QSL é uma regra social;
16.   Que o indicativo de chamada é a sua característica pessoal e por isso não deve ser omitido nos QSOs devendo ser declinado por completo, sempre;
17.   Que, em todos os comunicados que realizar, deve mostrar-se amistoso, interessado e compreensivo; a maneira de fazer as coisas é tão importante quanto as coisas que devem ser feitas;
18.   Que deve ajudar os menos experimentados; o radioamadorismo é um escola na mais ampla expressão do termo;
19.   Que deve fazer do radioamadorismo uma diversão sadia, social e instrutiva, pois os radioamadores sintonizam o mesmo objetivo e sincronizam os mesmos ideais de paz, harmonia e progresso.


            PRECEITOS GERAIS DE ÉTICA OPERACIONAL


                                   Muitas vezes um radioamador novato, ou mesmo um veterano, pode                                                                     desenvolver maus hábitos e procedimentos de operação radioamadorística                                                 inadequados apenas pôr falta de conhecimentos dos procedimentos                                                                       corretos. Os comentários abaixo fornecerão princípios básicos para uso                                                     consciencioso das nossas freqüências.          



                                               1. Antes de fazer uma chamada geral CQ certifique-se de que a                                                                             freqüência esta desocupada.

                                               2. Quando você contestar um chamado geral, sintonize seu                                                                        equipamento “beat zero” na freqüência do colega, para facilitar sua                                                                       recepção. A única exceção a esta regra ocorre nos casos de operação                                                                     “split”, previamente anunciada. Alem disso, tenha presente que                                                                             nossas faixas, cada dia estão se tornando menores, diante  do                                                                                crescente número de amadores.

                                               3. O coordenador de uma rede ou rodada, é o responsável pela                                                                              condução da mesma de forma ordenada e cortês, de tal forma, que                                                                        não perturbe outros comunicados.

                                              
                                               4. Nenhuma rede ou operador individual tem o direito exclusivo a                                                             uma freqüência específica em determinados horários, a menos que                                                                        esteja conduzindo um trafego de emergência. O uso de uma                                                                                   freqüência pertence a quem a esta ocupando no momento. Não                                                                             esqueça que o serviço de radioamadores é antes de tudo um serviço                                                                      compartilhado.

                                               5. Não interrompa ao meio uma conversação, se você pretende fazer                                                                     uma chamada a uma outra estação, ou pretende juntar-se ao grupo,                                                                        ou rodada. Espere ao menos, até que o cambio da estação que esta                                                            com a palavra termine e, só então anuncie seu indicativo de                                                                                   Chamada, depois que a           estação que estiver falando desligar o PTT                                                               ou o VOX. O uso do  “break”,           só é permitido em caso de                                                                             comprovada EMERGÊNCIA.

                                              
6. Identificar-se com “Boa Tarde “ ou “Bom Dia “ etc. não é um procedimento aceitável, pois sempre provocam um retorno inútil que  poderia ser evitado pois fatalmente alguém perguntará “Quem          Chamou” e pôr ai afora.

7. Você não tem necessidade de identificar-se a cada passagem de cambio; faça-o a cada 5 minutos no máximo, de forma completa e   correta no inicio e fim de um comunicado. Estas são regras aceitas      internacionalmente.

                                               8. Se você achar que uma nova estação chegou à freqüência que não                                                                     sabe quem é você, é um bom procedimento operacional, e pôr                                                                               cortesia, dê-lhe seu indicativo, nome e local da onde você esta                                                                               operando.

                                               9. A estação que, pela ordem  esta para usar a freqüência, é a única                                                                       estação que deverá atender a quem chamou e se identificou.

                                               10. Mesmo que a estação que pediu oportunidade, seja seu melhor                                                            amigo, se não for a sua vez de falar, não entre na  freqüência, não o                                                                      cumprimente e não lhe dirija a palavra, aguarde a sua vez. Quem                                                                pede oportunidade será atendido pelo colega da “vez” e após a sua                                                                        identificação, devolverá a palavra a quem lhe concedeu, para que                                                              este possa fazer seu cambio, segue-se a seqüência normal, incluindo                                                                      o colega que pediu oportunidade.

                                               11. É sinal de pratica operacional deficiente deixar a freqüência  “a                                                                       quem de direito “, pois normalmente gera confusão logo a seguir.

                                               12. É extremamente desagradável desenvolver uma conversação                                                                            bilateral em uma rodada, com os demais ficando à parte.

                                               13. Nunca faça comentários ou observações durante a conversação                                                                       dos outros. É extremamente deselegante.

                                               14. Nunca tente transmitir “sobre “outra estação. Primeiro porque é                                                                       ilegal, segundo, porque prejudica a todos, pois nenhuma das                                                                                  estações será compreendida.

                                               15. Se você acha que esta modulando junto com alguma outra                                                                               estação, solte o PTT, ou VOX e ouça para certificar-se.

                                               16. Se a uma estação é cedida a freqüência para fazer uma chamada,                                                                     e a estação chamada se faz presente, a conversação entre ambas                                                                            deverá ser breve. Ou ambas mudam de freqüência, salvo que os                                                                            demais não façam restrições ao uso da freqüência.

                                              

17. Use fraseologia adequada, e frases elegantes em sua                                              conversação. Evite palavreado chulo, ou palavras  de sentido                                         duvidoso e impróprio das bandas de radioamadores, de forma que                          não venha ferir a susceptibilidades dos que estão escutando.

18. Lembre-se que sua transmissão esta sendo escutada pôr muitos                              radioescutas, inclusive não radioamadores, com monitores e                                          rastreadores de banda. Do que você disser nas faixas, dependerá o                         conceito que cada ouvinte fará do radioamadorismo brasileiro.

                                               19. Não interrompa quem esta falando, salvo se tiver algo muito                                                                            importante a acrescentar . Interromper não é mais educado em rádio                                                                      do que pessoalmente.

                                               20. A palavra “break”, é estritamente reservada para o tráfego de                                                               emergência. Emergência (via de regra envolve diretamente a                                                                                  salvaguarda da vida humana)

                                               21. Não extravase sentimentos negativos pela faixa, quando medidas                                                                     de autoridades, órgãos diretivos etc., não forem do seu agrado.                                                                              Quando quiser criticar, faça-o pôr escrito, acompanhado de uma                                                                sugestão viável.

                                               22. Evite enfileirar-se com os que, pôr motivos inconfessáveis,                                                                              procuram tudo denegrir e aviltar.

                                               23. Não opere em freqüências que não lhe são permitidas.

                                               24. Os comunicados devem ser amistosos e compreensivos. A                                                                               maneira de fazer as coisas é tão importante quanto as coisas que                                                                            devem ser feitas.

                                               25. Ajude os menos experientes. Faça-o de uma forma elegante,                                                                            desinteressada  e com paciência e tolerância.

                                               26. Mantenha-se permanentemente atualizado com a legislação do                                                             radioamadorismo. Tenha sempre presente os termos em que                                                                                  lhe foi conferido o privilégio de ser radioamador.

                                               27. Não utilize as faixas para propaganda de atividades comerciais                                                            ou políticas. Abstenha-se de atos que possam caracterizar                                                                                      mercantilismo do radioamadorismo. Alem de ser ilegal, sua conduta                                                                      esta sendo observada pelos seus companheiros.

                                               28. Guarde sigilo quanto às comunicações eventualmente ouvidas                                                             em outras faixas, que não as de amador.

                                               29. Evite  fazer críticas a outros modos de transmissão, pelo fato de                                                                       não se dedicar a esta ou aquela modalidade operacional.

                                               30. Cada radioamador tem o direito de procurar alcançar os                                                                                   objetivos legalmente abrangidos pela sua licença. Contudo, tem o                                                              dever de evitar os inconvenientes ou o desprazer que possa causar a                                                                      outrem.

                                               31. Se há um estreito segmento de faixa que é utilizado para                                                                                  comunicados internacionais, não é descabido solicitar que os bate-                                                            papos locais sejam efetuados fora desse segmento de DX.

                                               32. Nos bate-papos locais diários dê preferência para a utilização                                                               das bandas baixas (40 e 80 metros) ou, então, utilize as bandas de                                                              VHF/UHF.

                                               33. Respeite os segmentos de bandas destinadas as diversas                                                                                   modalidades e práticas  operacionais. Há suficiente espaço para uma                                                                     convivência harmoniosa e pacífica.

                                               34. Normalmente os comunicados a longa distancias têm preferência                                                                     sobre os comunicado locais.

                                               35. Se você tiver necessidade de um comunicados mais demorado,                                                                        será demonstração de camaradagem e consideração aos demais                                                                              colegas procurar uma janela fora do segmento de DX.

                                               36. QRM zero é coisa que não se pode pretender no                                                                                               radioamadorismo. Sempre haverá um ou outro QRM neste ou                                                                                naquele QSO, devido ao congestionamento da faixas o que, diga se                                                                       de passagem não é motivo para descarregar na freqüência frases ou                                                                       palavras ácidas. Se você quer sempre comunicados livres de                                                                                  interferência, o radioamadorismo talvez não seja a opção mais                                                                               adequada.

                                              
                                               37. O Trote pela QRG, embora seja gozado para quem o pratica,                                                                predispõe a outra parte a ficar desconfiada, gerando insegurança.                                                               Isto pode fazer com que, em casos de emergência, ela não acredite                                                             no que esta ouvindo.

                                               38. Se você perceber que um colega iniciou a contestação de um                                                                           CQ, espere o resultado da contestação. Conforme a atuação do                                                                              colega que chamou o CQ. Se a contestação foi recebida, aguarde a                                                            sua vez. Caso contrario você pode contestar a chamada.

                                               39. Se você tem uma estação poderosa, colabore para que todos                                                                            tenham a sua vez. Será fácil para você aguardar o termino do                                                                                 contato, para então caçar a figurinha. Os colegas vão respeitar você                                                                       pela sua consideração.

                                               40. É extremamente desagradável ouvir que este ou aquele colega                                                              impediu ou dificultou um outro com QRM ou sinais de sua estação.                                                                      Se você opera com potência elevada, certifique-se que as laterais de                                                                      sua QRG estejam desocupadas. É uma  demonstração de extrema                                                               má educação, varrer a  QRG na base da potência, alem de ser ilegal.

                                               41. Evite criticar pela faixa, ou então comentar sobre assunto de que                                                                     não tem real conhecimento. A crítica pela faixa pode assumir graves                                                                      proporções e causar males irreparáveis.

                                               42. Na ânsia de faturar um QSO, evite atropelar indevidamente a                                                               QRG fazendo-se presente antes de concluído o contato anterior.

                                               43. Nos DX e “pile-up” respeite a ordem natural do QSO. Evite                                                                             atender a pedidos do tipo “ouça a um amigo”. Em casos                                                                                         excepcionais essa prática poderá ser admitida apenas se a estação                                                              favorecida for uma estação operando QRP.

                                               44. Em operação de CW use os sinais internacionais recomendados,                                                                      principalmente ao final de cada cambio, para evitar que escutas                                                                             impacientes possam prejudicar o QSO.

                                               45. Quando uma estação faz um CQ dirigido a um país ou região                                                               geográfica, só responda se você estiver no local pretendido, caso                                                                           contrario você estará atrapalhando o colega na obtenção do seu                                                                             objetivo operacional.

                                               46. Faça sempre saber, que você evita contatar com estações que                                                               sejam   violadoras habituais dos preceitos básicos de ética                                                                                      operacional.

                                               47. Considera-se que um comunicado é válido quando as duas                                                                              estações tenham trocado os indicativos e as reportagens de forma                                                              correta.

                                               48. Respeite as freqüências das EXPEDIÇÕES de DX. Evite entrar                                                            na sua QRG em desacordo com as boas normas de operação e ética                                                                       radioamadorística. Os operadores trabalham em condições difíceis, e                                                                     fazem verdadeiro malabarismo para atender milhares de chamadas                                                             do mundo inteiro. para que cada um de nos possa faturar uma                                                                                figurinha, ou um novo país para o DXCC.

                                              
                                               49. Seja breve, preciso e conciso nos contatos DX. Nos “pile-up” dê                                                                      o indicativo, reportagem, e nada mais.

                                               50. Em CW nunca transmita acima da velocidade com a qual foi                                                                contestado.

                                               51. Não faça CQ intermináveis. Faça Chamadas curtas. A maioria                                                              dos operadores de CW fazem QSY ao ouvir CQ intermináveis.

                                               52 Estabelecido o contato cite os indicativos um ou no máximo duas                                                                     vezes.

                                               53. Repita somente palavras e dados “chave”. Não transmita em                                                                            QSZ ( Repetição de todas as palavras)

                                               54. Em telegrafia respeite os espaços, não emende as letras.  O ritmo                                                                     é mais importante que a velocidade. Lembre-se, nossas faixas                                                                                destinam-se a amadores, portanto não há concurso de velocidade                                                               aqui.

                                              


55. Não se preocupe em transmitir depressa. Use uma cadência                                   moderada, porem, a mais perfeita possível. Um telegrafista também                                    é julgado pela sua  capacidade de receber, e não apenas pela sua                                      velocidade de transmissão.

                                               56. A operação CW em alta velocidade pode e deve ser utilizada,                                                              desde que ambas estejam em condições de fazê-lo, sem perda de                                                                           informações.

                                               57. Quando ouvir em CW um colega emitir as  letras CL em final de                                                                      QSO, não insista. Será falta de cortesia, para quem já manifestou                                                               sua intenção de fazer QRT.

                                               58. Jamais faça interrogatório quando contatar com um indicativo                                                              especial, A única pergunta cabível é “PSE Manager? “, ou “QSL                                                                 INFO”.

                                               59. Em uma operação “pile-up” isso deve ser evitado, pois a estação                                                                     DX sempre passa  os dados do respectivo QSL Manager.

                                               60. Escute bastante antes de “faturar” uma figurinha. Numa
                                                “pile-up” só ofereça o seu indicativo após saber de quem se trata,                                                             não pergunte “PSE UR CALL”.

                                               61. Se a estação DX operar em “Split” e você não tem condições de                                                                      faze-lo, esqueça a figurinha, se não ficará perturbando os outros sem                                                                    qualquer chance de ser atendido.

                                               62. Não use o inicio de cada subfaixa para contestes, contatos QRS                                                                       ou bate papo local, pois são  nessas QRG que se realizam as DX -                                                              Expedições, ou operam as figurinhas cobiçadas.

                                               63. Antes de ter acesso a uma repetidora, escute-a para                                                                                           familiarizara-se com o seu funcionamento,  peça oportunidade                                                                              fornecendo seu indicativo de chamada e local de onde transmite.

                                               64. Não acione as repetidoras desnecessariamente.

                                               65. Faça uma pequena pausa entre as transmissões, permitindo que                                                                        outros colegas, e talvez uma emergência, possam se fazer presente.

                                               66. Mantenha os comunicados o mais curto possível, para evitar o                                                             acionamento do temporizador.

                                               67. Utilize comunicados SIMPLEX sempre que possível, evitando                                                             utilizar as repetidoras desnecessariamente.

                                               68. Utilize sempre a mínima potência necessária, evita sobrecarregar                                                                      o seu rádio, e evita acionar outras repetidoras mais distantes que                                                                utilizam a mesma freqüência.

                                               69. Muitas repetidoras estão equipadas com o sistema “autopatch”                                                             (conexão à rede telefônica). Abusos entretanto, podem levar a perda                                                                     desta facilidade.

                                               70. Embora instaladas no alto de torres, edifícios, e montanhas, as                                                             Repetidoras não caem do céu. Os equipamentos, Antenas,                                                                                     cabos, e mão de obra de um grupo de abnegados, são mantidos com                                                                      um custo razoável. Se você deseja usar a repetidora da sua região,                                                              entre em contato com a pessoa responsável. SEM APOIO                                                                                       FINANCEIRO AS REPETIDORAS EXISTENTES, NÃO                                                                             PODEM SER MANTIDAS E PODERÃO SER DESATIVADAS.

                                               71. Os princípios éticos são a base de um radioamadorismo sadio,                                                             fraterno e construtivo e visam proporcionar a harmonia e o                                                                         entusiasmo humano.

                                               72. Lembremo-nos que o radioamadorismo é um permanente                                                                                 exercício de tolerância e aprendizado. O exemplo substituí a melhor                                                                      oratória.

                                               73. Todos temos o dever de evitar que as autoridades de                                                                                        comunicações nos venham a ensinar, o que já deveríamos ter                                                                                 aprendido na convivência com pessoas educadas

                                               74. Os radioamadores devem conduzir-se nas faixas com integral                                                              respeito às normas legais, sobretudo as que regulam o Serviço de                                                                Radioamador.

75. Nossas obrigações perante aos demais colegas, não se limitam apenas a dispositivos regulamentares e legais. Mais importante é o           uso do bom senso, e da cortesia recíproca, no uso compartilhado das freqüências que nos são destinadas.





TÉCNICA OPERACIONAL

ESTAÇÃO DE RADIOAMADOR é o conjunto de equipamentos necessários à execução do serviço. É composta de transmissor, receptor, antenas e alguns eventuais acessórios.
TRANSMISSOR é o equipamento responsável pela transformação do sinal básico de informação em sinal de radiofreqüência que será transformado por sua vez em onda eletromagnética pela antena.
RECEPTOR é o equipamento necessário a transformação do sinal de rádio freqüência entregue pela antena receptora novamente em sinal básico de informação.
TRANSCEPTOR é um equipamento que contém no mesmo invólucro ou caixa tanto o transmissor como o receptor.
EQUIPAMENTOS EXPERIMENTAIS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS, ESTABILIDADES E TOLERÂNCIAS. No serviço de radioamador são permitidas experimentações e mesmo utilização permanente de equipamentos experimentais, sendo essa possibilidade a razão principal que criou esse serviço em nível mundial. Esses equipamentos, no entanto, devem apresentar certas características técnicas mínimas para não prejudicarem o próprio serviço. Assim a estabilidade de freqüência dos transmissores deve ser a máxima possível que permita a técnica moderna pertinente ao serviço. A tolerância na medida da freqüência deve ser minimizada para evitar, principalmente, que nos extremos das faixas atribuídas ao radioamador, possa haver invasão de faixas de outros serviços por erro de medição. Características técnicas como potência irradiada, conteúdo de harmônicos e espúrios, devem também ser controlados nesses equipamentos. Os equipamentos comerciais já possuem controle de fábrica e têm que ser homologados.

                       





DIAGRAMAS DE BLOCOS DOS DIVERSOS EQUIPAMENTOS

Há uma infinidade de possibilidades de se arranjar blocos para se construir os diversos equipamentos de amador. Vamos, portanto, nos restringir aos mais simples e básicos nos casos de CW, AM, FM, e SSB. Todos os circuitos possuem uma fonte de alimentação e, portanto, estas não aparecem nos diagramas por serem óbvias.
                                                           TRANSMISSORES AM

O sinal de áudio do microfone é amplificado e aplicado ao modulador de amplitude que modula a saída de um amplificador classe C excitado pelo circuito gerador de RF (VFO). O sinal de saída deste é amplificado linearmente (para manter a fidelidade de amplitude) se necessário, filtrado quanto aos harmônicos e entregue à antena.



modulador de
amplitude


à
VFO amplificador
classe C

à
amplificador
l*******à*****************************½*********

*********************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************io, filtrado quanto aos harmônicos e o sinal de RF é entregue à antena.
SSB  O sinal de áudio do microfone é levado a um modulador de amplitude balanceado (que elimina a portadora) excitado pelo sinal de RF proveniente de um VFO com amplificador classe C. Forma-se o sinal DSB. Este é filtrado por um filtro de SSB e amplificado linearmente (tem que manter a fidelidade de amplitude) se necessário, filtrado quanto aos harmônicos e entregue à antena.

                       



RECEPTORES

AM (A3E) e FM (F3E) Tipos de Emissão
O sinal da antena é amplificado por um amplificador de RF linear e levado ao conversor que, através do oscilador local, gera a FI. Esta é amplificada passando por um filtro de largura conveniente para AM ou FM. O sinal, então, segue para o detetor de AM ou FM cuja saída vai ao amplificador de áudio e ao alto falante. Eventualmente uma linha de c.a.g controle automático de ganho) existe para manter a saída mais estável possível e evitar saturações nos amplificadores de RF e FI.

CW (A1A) e SSB (J3E) Tipos de Emissão
Até o amplificador de FI o sistema é idêntico. O detetor aqui é, na verdade, um misturador (ou detetor de produto) que mistura o sinal da FI com o do oscilador de batimento cuja saída é o sinal de áudio que vai ao alto-falante. A linha de c.a.g é gerada no detetor ou no áudio (este caso especialmente em SSB).

TRANSCEPTORES

A combinação dos diagramas de blocos de um receptor e de um transmissor formam o diagrama de blocos de um transceptor para cada modo de operação (CW, AM, FM ou SSB)
De um modo geral, um transceptor comutaria a antena do transmissor para o receptor (ou vice-versa) visto que esses normalmente operam em modo simplex (operações de recepção e transmissão na mesma freqüência, e portanto, não simultâneas
Na prática os equipamentos modernos são mais complexos com circuitos comuns entre recepção e transmissão e possibilidade de operação em todos os modos e com muito mais recursos e, devido à sua complexidade e variações possíveis não poderíamos representar um diagrama.

                       

TRANSCEPTORES QRP

Transmissores de muito baixa potência (QRP, normalmente com menos de l0W), podem ser construídos em casa com diagramas de blocos normalmente mais simples. O mesmo acontece com seus receptores.
A simplificação mais comum é a operação de transmissores com geradores de RF controlados a cristal ao invés de VFOs (osciladores de freqüência variável) e os receptores de conversão direta, isto é, com a FI operando na própria banda básica de informação, ou seja, em áudio.
Nos transmissores, os amplificadores de saída TÊM que ser lineares nos casos AM e SSB e podem ser de classe C, mais simples e baratos, nos casos de CW e FM. Isso porque os dois primeiros, sendo modulações em amplitude, necessitam de fidelidade em amplitude e os dois últimos trabalham com amplitude, ou chaveada (CW) ou constante (FM) e, portanto, não têm compromisso com a fidelidade de amplitude.


                        TRANSMISSORES PARA A IRRADIAÇÃO DE SINAIS PILOTO (BEACONS)

São normalmente, transmissores QRP, controlados a cristal, que emitem automaticamente um sinal de CW (A1A) com um pequeno texto, identificando o local da emissão (pode ser apenas o indicativo da estação, ou a posição geográfica ( Locator ), a sua altura, e a potência de transmissão e tipo de Antena). São usados para a verificação das condições de propagação em dada faixa.

INTERFACES PARA MODOS DIGITAIS

Os modos digitais mais usados pelos radioamadores são o RTTY (Radioteletipo), o RADIO PACOTE (Packet rádio) e o CW. O RTTY, normalmente operado em código telex BAUDOT de 5 bits ou código ASCII de 7 ou 8 bits, possuí um TU (terminal unit) como interface entre um teclado/vídeo ou computador e o equipamento rádio. Alguns equipamentos comerciais já incluem num só bloco o monitor de vídeo, teclado e TU.
Para o CW, quando este é efetuado via computador, o interface converte os sinais digitais do computador em chaveamento e os tons da recepção em sinais digitais para o computador.
O programa que estiver rodando no computador se encarrega de converter os caracteres teclados (transmissão) em sinais digitais e esses últimos em caracteres para o vídeo (recepção) e também controlar os parâmetros como velocidade, peso etc.
A operação de "packet" (e suas variações) é efetuada normalmente através de um TNC (Terminal Node Controller) inteligente entre o computador e o rádio.
O TNC pode ser substituído por um modem mais simples (uma pequena placa na maioria das vezes é bastante) e sem a inteligência necessária, mas o programa do computador supre toda essa inteligência e o sistema opera perfeitamente.

ESTAÇÃO REPETIDORA
           
Este tipo de estação opera, para voz, com transmissão e recepção simultânea. Em sinais digitais como nodes para radio pacote, o modo é simplex. Assim, na operação de voz, as freqüências de transmissão e recepção têm de ser diferentes.
Essa diferença é conhecida como "offset". A freqüência do transmissor de um usuário é idêntica à do receptor da repetidora e vice-versa.
Se uma repetidora possuí freqüência de transmissão maior que a de recepção diz-se que ela tem offset negativo, como é o caso das que operam na banda de 2 metros abaixo de l47.000 kHz. As que possuem offset positivo têm sua freqüência de transmissão menor que a de recepção como nas repetidoras de 2 metros com freqüência maior ou igual a l47.000 kHz.

Apesar do offset, devido ao sinal muito forte do transmissor na entrada do receptor e a seletividade finita desse, quando o transmissor é posto no ar, bloqueia o receptor. Para isso ser evitado, é necessária a colocação de filtro de alta seletividade na banda de passagem e alta atenuação na banda de rejeição, além de se recomendar fortemente antenas separa das para a transmissão e recepção. Isto significa que o receptor capta somente os sinais de sua freqüência e rejeita fortemente o sinal do transmissor. Para conseguir isto, é necessário que se utilize filtros de alta qualidade do tipo de cavidades ressonantes. A atenuação na banda de passagem (freqüência de recepção) é desprezível, enquanto que atinge a ordem de 90 a l00db na freqüência de transmissão. A calibração desse filtro é muito crítica e deve ser efetuado com equipamentos especiais.

Normalmente a operação fixa ou móvel é efetuada em modo simplex, isto é, freqüência de transmissão é igual a de recepção e não se transmite e recebe simultaneamente (os rádios normalmente não permitem transmissão e recepção simultânea por construção). É necessário que se transmita "passe a palavra" para a outra estação e somente volte-se a transmitir após cessada a transmissão da outra estação. Não é como um telefone, onde ambos os interlocutores podem falar simultaneamente, apesar de não ser muito cômodo. Aqui o termo "passe a palavra" é genérico, mesmo nas comunicações que não envolvem palavras sonoras reais, significando passar o "câmbio" ou passar a transmissão a outrem.

Nas operações via estações repetidoras, o rádio opera em modo half-duplex, isto é, transmissão e recepção não simultâneas e freqüências diferentes. Apesar disso, a estação repetidora opera em modo full-duplex, isto é, transmissão e recepção simultânea (nas freqüências diferentes). São construídas na verdade, com um transmissor e um receptor totalmente independentes para operação simultânea. Algumas repetidoras de voz são construídas com dois transceptores comerciais um operando como transmissor e o outro como receptor (em freqüências diferentes).
As repetidoras de sinais digitais (nodes e digipeaters) são normalmente transceptores comuns operando em modo simplex.
Efetuar transmissões full-duplex na mesma freqüência seria um processo muito complicado e dispendioso para ser usado por amadores e até por estações comerciais comuns.

FREQÜÊNCIA E COMPRIMENTO DE ONDA

Uma onda viaja num meio qualquer na velocidade C de propagação nesse meio. Essa onda é caracterizada por uma grandeza G que varia no tempo se alternando entre um valor máximo e um mínimo. O número de vezes que, por exemplo, um valor máximo ocorre por segundo é definido como a freqüência F da onda. O inverso de F (1/F) é o período T da onda e é o tempo que decorre entre, por exemplo, 2 (dois) máximos consecutivos. A distância percorrida no período T é o comprimento de onda.
Quando a onda é eletromagnética, ela viaja com a velocidade da luz no meio. Se este for o espaço livre, a velocidade é igual a 300.000 km/s e não pode ser superada por nada que transmita informação. Num meio qualquer que não o vácuo, um plástico ou água, por exemplo, a velocidade da luz pode eventualmente ser superada.




MEDIÇÃO DE FREQÜÊNCIA

A freqüência de um sinal pode ser medida diretamente com um freqüencímetro. A entrada do aparelho transforma cada período em um impulso. Um contador de impulsos é inicializado em 0 (zero) e conta aqueles impulsos durante certo tempo, por exemplo, 1 s. Assim, no fim de 1 s. são contados F impulsos. Após a contagem, o valor no contador é memorizado em um "display" digital e o ciclo se repete (zerando-se novamente o contador). Desse modo a freqüência ou o número de períodos por segundo é mostrado no "display".
BATIMENTO

Quando dois sinais de freqüência F1 e F2 passam por um sistema não linear, isto é, cuja saída não é proporcional à entrada, as freqüências se misturam e produzem sinais de freqüência soma ( F1 + F2) e diferença (F1 - F2). É o chamado batimento. A diferença F1 - F2 é a normalmente aproveitada pelos conversores dos receptores superheterodinos criando a FI (freqüência intermediária).
Nesse ponto de vista converter, misturar, bater ou modular em amplitude têm o mesmo significado. Um modulador em amplitude (AM) produz o batimento da freqüência de áudio F1 com a portadora F2, produzindo F2-F1 e F2+F1 que são as bandas laterais do AM.

ANTENAS

Uma antena nada mais é de que um acoplador de energia entre o sistema de rádio ao espaço livre. Se uma grandeza elétrica, por exemplo a tensão, é observada numa tal antena, vê-se que essa grandeza se move sobre o condutor que constituí a antena sob a forma de uma onda. Se essa onda atinge o extremo do fio (e portanto não pode continuar), ela tem que retornar sobre o mesmo formando uma onda estacionária na antena (não confundir com a estacionária da linha de transmissão).


Se o tempo para ir e voltar ao mesmo ponto de observação for múltiplo do período, a antena é dita ressonante (e é equivalente a um resistor puro) e não ressonante em caso contrário.
Se a onda ao longo da antena não retornar por ser absorvida por um dispositivo no final do condutor, por exemplo, não se forma onda estacionária e a antena é dita de ondas progressivas. Dois bons exemplos desse caso são a antena rômbica e a "long-wire".

                        ANTENAS DIPOLO, VERTICAIS SIMPLES E V-INVERTIDOS

As antenas dipolo de ½ onda lineares (fio reto) no espaço livre e de fio fino (relação entre comprimento e diâmetro da ordem de 10.000 ou mais) apresentam impedância (razão entre tensão e corrente) no centro igual a 73 ohms (nominalmente 75 ohms). São fáceis de acoplar pela existência de cabos coaxiais de 75 ohms.
Na prática, com a presença da terra, essa impedância pode ser maior ou menor (se a antena for de baixa altura certamente essa impedância será menor). A presença de obstáculos e condutores próximos afetam também e normalmente de maneira imprevisível.

As antenas de ¼ de onda verticais finas alimentadas na base contra uma terra ideal apresentam exatamente a metade do valor da impedância do dipolo acima, ou seja, 36,5 ohms. São portanto, mais difíceis de se acoplar pois não existe um cabo fabricado com esta impedância. Pode-se trabalhar então com um plano de terra artificial constituído por condutores radiais na base da antena. Se estes não forem perpendiculares à antena, como no caso da chamada "pé-de-galinha" a impedância sobe, podendo atingir os 50 ohms para os quais existe cabo coaxial comercial.
As antenas verticais são feitas de tubo (não são finas) e seu comprimento de ¼ de onda na vertical é dado em metros.
Os dipolo de meia onda em V - invertido quando livres e com ângulo de abertura entre 90° e 120° apresentam impedância da ordem de 50 ohms,(depende da situação de cada local).
Normalmente seu comprimento é menor que a do dipolo horizontal. Uma boa fórmula de partida é a do dipolo. O comprimento e o ângulo devem ser ajustados experimentalmente para mínima ROE.

            ANTENAS DIRECIONAIS

Se a direção do campo elétrico produzido por uma antena num ponto qualquer é constante, diz-se que a polarização da radiação é linear e em contrapartida que a antena é polarizada linearmente. Se essa direção constante for horizontal ou vertical, assim o será a polarização e a antena.
Se a direção do campo elétrico não for constante, diz-se que a polarização da radiação é elíptica e a antena polarizada elipticamente; se além disso a intensidade do campo é constante no tempo, a polarização é circular e a antena polarizada circularmente. No caso elíptico ou circular, o campo elétrico gira para a direita ou para a esquerda.

Uma antena de um condutor reto é polarizada de acordo com a direção desse condutor. Assim uma antena horizontal/ vertical é polarizada horizontalmente/verticalmente.
Uma antena polarizada linearmente numa direção qualquer possuí polarização dita mista, isto é, possuí componentes de polarização vertical e horizontal de mesma fase.
A polarização elíptica é um tipo de polarização mista onde os componentes não estão em fase. A polarização circular é mista mas os dois componentes têm a mesma intensidade e a diferença de fase entre elas é de 90°.
Uma antena que transmite simetricamente em todas as direções não existe na pratica, somente é imaginada na teoria e chama-se irradiador isotrópico. Sua utilidade maior é na especificação de ganhos de antena.

A distribuição espacial do campo eletromagnético, o que é a mesma coisa, a distribuição espacial da potência irradia da, é uma função da distribuição das correntes nos diversos condutores que formam a antena.
Uma antena dipolo de meia onda horizontal alimentada no centro, no espaço livre, irradia com simetria circular em relação à antena, isto é, seja uma circunferência cujo plana é perpendicular à antena e essa passando pelo seu centro, em todos os pontos dessa circunferência a potência é a mesma.
Se em paralelo com a antena original, pusermos outros condutores com suas próprias correntes, a distribuição de campo se alterará, sendo possível se conseguir muito mais intensidade numa direção que na oposta. Diz-se assim que a antena tem características direcionais e ganho numa certa direção (com exceção do irradiador isotrópico toda antena tem alguma diretividade).

O ganho da antena é a razão entre a intensidade de campo na direção de máxima irradiação em relação a uma antena padrão. Os padrões usados são a antena dipolo meia onda no espaço livre e o irradiador isotrópico. Em db, o ganho pode ser expresso, então como ganho em dbd (em relação ao dipolo) ou ganho dbi (em relação ao irradiador isotrópico).
É importante notar que esse ganho não é um ganho real de potência mas um aumento de intensidade numa direção às expensas da intensidade do sinal em outras direções que diminui (a soma das potências em todas as direções possíveis continuaria a ser igual a potência entregue pelo transmissor).

                        TIPOS DE ANTENAS DIRECIONAIS

Elementos parasitas: São condutores que possuem correntes induzidas pelo elemento da antena (onde é conectado o cabo) e sem conexão com este. Modificam as características direcionais da antena. Normalmente são paralelos ao elemento e próximos deste (em relação à onda).

TIPOS:
Há diversos tipos de antenas direcionais.
a) Yagi: antena composta por elemento excitado e elemento parasitas (sem nenhuma excitação direta) paralelos ao elemento excitado. Normalmente tem um refletor (~ 5% maior que o excitado) e um ou vários diretores(~5% menor que o excitado).
Pode-se escolher corretamente o espaçamento entre os elementos para a antena apresentar maior ganho ou maior relação frente-costas. A irradiação para os lados é muito atenuada.
Como os elementos parasitas diminuem a impedância de alimentação do elemento principal, é necessário que se empreguem sistemas especiais de acoplagem (gama-match por exemplo para se casar o cabo coaxial de descida).

b) Quadra: antena composta pelos mesmos elementos da Yagi, porém esses não são elementos retos e sim quadros feitos com fios condutores. O comprimento do elemento excitado total é de meia onda e os parasitas com a proporção aproximada da Yagi.
É mais fácil o casamento com a linha no caso da quadra por ser a impedância original (sem os parasitas) maior que o caso Yagi. Podendo ser construída com fio, é uma antena muito leve e resistente ao vento.

c) Parabólica de revolução: conhecida também como simplesmente parabólica é uma antena constituída por um refletor parabólico de revolução (superfície resultante do giro de um arco de parábola em torno de seu eixo) "iluminado" por um dipolo (ou outra antena) posta em seu foco. Devido á sua dimensão, só é usada efetivamente em freqüências de UHF para cima.
Os ganhos que se consegue são muito elevados e, por isso, essas antenas são usadas em comunicação satélite.

d) Outras: Ainda em freqüência alta é possível construir antenas especiais como:
Cilindro-parabólica: superfície gerada pela translação de um arco de parábola paralelo a si mesma e ao seu eixo.

Helicoidal: é constituída de um refletor (quadrado ou circular) e um helicóide enrolado sobre barras isolantes. O campo gerado por essa antena possuí polarização circular girando no sentido do helicóide, Sua banda é larga atingindo mais que 3:1 em freqüência.

Discone: é formada por um cone com o vértice para cima e sobre este, um disco. Possuí banda larga e pode atingir 4:1 em freqüência. Normalmente encontrada em VHF ou UHF mas alguns amadores já a construíram para 14 Mhz com sua banda atingindo 54 Mhz sem dificuldades.
O disco é isolado do cone e a abertura deste é da ordem de 60°.
Em HF e mesmo VHF baixo é necessário que o cone e o disco sejam feitos de fios no lugar de chapa inteiriça para menor interação com o vento.


            LINHAS DE TRANSMISSÃO

A energia gerada pelo transmissor é levada à antena através de um cabo chamado linha de transmissão.
A razão entre a tensão e a corrente no ponto de alimentação da antena se chama impedância de alimentação.
Quando a impedância for igual à do cabo que alimenta a antena (casamento perfeito), a energia que se propaga no cabo não reflete na antena; a onda, no cabo, é progressiva e toda a potência é transferida para a antena. Com a reflexão na antena, caso em que as impedâncias não são iguais (descasamento), alguma potência retorna, formando, no cabo, uma onda estacionária. A razão entre a maior e a menor entre as duas chama-se ROE (relação de ondas estacionárias) ou SWR ou VSWR (voltage standing Wave Ratio) e é, obviamente, uma medida de descasamento. Seu mínimo valor é 1 (casamento total) e não tem limite superior.

Uma ROE de 2, por exemplo, também pode ser especificada como 2:1 e é produzida quando a impedância da antena for o dobro da do cabo ou vice-versa.
Define-se no caso geral duas potências no caso: uma que vai do transmissor para a antena chamada de potência direta Pd e outra no sentido contrário chamada de potência refletida Pr.

MEDIÇÃO DA ROE

Para medir a ROE existem medidores apropriados. Esses somente medem corretamente a ROE na impedância própria do medidor (a não ser para ROE = 1).Um medidor para 50 ohms dará indicações erradas para ROE maior que 1 num sistema de 75 ohms.

Esses medidores, na verdade, medem a potência refletida quando a direta é calibrada. Assim a medida tem que ser feita em duas etapas. A primeira corresponde à calibração. Põe-se a chave na posição calibração, ajustando-se o ganho do medidor para que o ponteiro atinja exatamente o final da escala. Ao se virar a chave para "ROE”, entra-se na segunda etapa e a leitura da ROE será direta na escala apropriada.
A medição deve ser feita inserindo-se o medidor na entrada da linha de transmissão, após quaisquer acopladores eventualmente existentes e com a menor potência possível no transmissor compatível com a calibragem. Isso evita sobrecarregar o medidor e interferir em outras estações durante a medição.
O transmissor deve ser posto no ar num modo qualquer de potência estável e contínua como, por exemplo, AM ou FM (SSB e CW com o manipulador levantado não servem)

MEDIÇÃO DE POTÊNCIA

As medidas de potência podem ser de dois tipos: as medidas de potência direta e refletida numa linha de transmissão e a medida da potência gerada por um transmissor.
Os medidores específicos também operam sob determinada impedância de cabo e não serão fiéis para cabos diferentes do especificado.
Como a potência entregue a uma antena não retorna por ser irradiada e a potência entregue a um resistor(que a dissipa por calor ou efeito de joule) também não retorna, diz-se que a antena possuí uma resistência equivalente; assim se substituirmos a antena por um resistor (de qualidade e valor apropriado de dissipação), o transmissor não "percebe". A esse valor dá-se o nome de resistência de radiação da antena.

Quando desejamos medir a potência de saída de um transmissor, não o podemos fazer com este conectado a uma antena irradiante por gerar interferência. Substituímos a antena pelo resistor apropriado e fazemos a medida. Esse resistor chama-se antena artificial. Conecta-se o medidor de potência entre o transmissor e a antena artificial e lê-se diretamente o valor na escala. Esse valor, para um sinal qualquer, é a potência média (esta é o produto dos valores RMS da tensão e da corrente) e não potência RMS como muitos erroneamente chamam.

ATENÇÃO: A antena artificial, também chamada de antena fantasma, carga artificial ou carga fantasma, tem que ser usada em toda medição que não necessite irradiação por força de lei. A inobservância desse procedimento constituí infração legal.

O descasamento de uma linha de transmissão em si não causa nenhuma perda, ao contrário de como muitos pensam. Apesar de haver potência refletida Pr, esta é subtraída da potência direta Pd que, nesse caso, é maior que a potência gerada pelo transmissor Pg. Essa última é igual à diferença entre a potência direta e a refletida. Pg = Pd - Pr.
A vantagem de se trabalhar com sistemas casados é que as linhas têm perda e estas crescem com a ROE (especialmente em freqüências altas). Outro fator importante é que com ROE maior que 1, as tensões (e correntes) ao longo do cabo, em alguns pontos, são maiores do que os valor constante no caso da ROE = 1 e, portanto, a especificação de potência máxima que o cabo tolera cai. O resultado é que se por exemplo, um cabo pode transferir até l00 W com ROE = 1, só poderá transferir 50W com ROE = 2. Acima dessa potência fica sujeito a se danificar.

Uma linha de transmissão normalmente constituída por dois condutores próximos (isto é, sua distância «) de modo»que a corrente, num ponto da linha, está viajando numa direção num dos condutores com certa intensidade e, com a mesma intensidade, na direção oposta no outro condutor. Numa situação de correntes simétricas e muito próximas, a linha não irradia, pois, em qualquer ponto do espaço, o campo produzido por um dos condutores é anulado pelo campo produzido pelo outro.
Qualquer desbalanceamento dessa simetria produzirá irradiação(pela simetria transmissão-recepção, tudo que se disser a respeito de irradiação valerá também para a captação).
Seja uma linha casada, como já vimos anteriormente a razão entre a tensão V0 a corrente I0 é constante ao longo desse cabo e chama-se impedância característica do mesmo e é representada por Z0.

Casar o cabo significa terminá-lo com uma resistência R=Z0. Quando ocorre descasamento há duas ondas de tensão (ou corrente) independentes viajando no cabo: uma direta e outra refletida. Para ambas ondas a razão entre tensão e corrente é Z0, isto é, ambas viajam sob a mesma impedância.
Z0 depende da geometria e do material isolante entre os condutores do cabo. Apesar disso, num ponto qualquer da linha, a tensão (ou corrente ) é o resultado da soma das tensões (ou corrente) das duas condas. Assim, no extremo do transmissor, a tensão V (corrente I) não será (no caso geral) mais V0 ( I0 ). Por exemplo, pode ser que a tensão resultante seja maior que V0 e a corrente menor que I0. Assim Z = V/I é maior que Z0. Poderia ocorrer o contrário e Z seria menor que Z0, ou até, Z = Z0 em certos casos quando a tensão e a corrente crescem ou diminuem na mesma proporção, mantendo sua razão constante.
Note-se que a linha é, então, um transformador de impedância, mas isso somente é possível se houver reflexão ou onda estacionária.
Um cabo de qualquer comprimento e casado não transforma impedância e, porisso, apresenta ao transmissor a mesma impedância da carga, ou seja, Z0. A transformação de impedância é uma função da carga, de Z0, do comprimento da linha e da freqüência.
As ondas viajam numa linha com isolante plástico com a velocidade de propagação menor que a no vácuo; a velocidade no cabo é função do material isolante e o comprimento de onda no cabo é menor do que o do espaço livre. A razão entre a onda cabo e onda vácuo é o fator de velocidade do cabo. No polietileno é 0.66.
De um modo geral, como vimos, diz-se que um cabo de impedância característica Z0 e com uma carga Zc num extremo, reflete uma impedância Zr ao transmissor no outro extremo.




CASADORES
(impropriamente chamados ACOPLADORES)

Numa montagem é muito comum (especialmente em HF baixa, onde as antenas são longas e sua altura não é grande em relação a onda) é muito provável que não se consiga casamento entre a linha de transmissão e a antena. Assim, no extremo do transmissor, reflete-se uma impedância Zr muito diferente da requerida pelo transmissor Zg (para correta operação deste). É necessária, então a colocação de um casador de impedâncias entre o extremo do cabo e o transmissor de forma a transformar Zr em Zg (um gerador transfere a máxima potência a uma carga quando esta for igual a impedância de saída do mesmo).
Este casador deve ser implementado com componentes de alta qualidade para não introduzir perdas indesejáveis de potência.

Pode ser construído com circuito L-C ou, como já vimos, com uma linha de transmissão apropriada. O sistema L-C é mais versátil pois pode ser ajustado nas diversas freqüências e para diversas antenas.
No caso geral, a impedância refletida Zr não é equivalente a um resistor puro, isto é, possui componente reativa capacitiva ou indutiva) que tem que ser eliminada, pois a impedância do transmissor Zg é pura resistiva e assim também deve "ver" uma carga pura resistiva igual a ela para transferir o máximo possível de potência.

Os casadores comerciais já possuem internamente medidores direcionais de potência para se minimizar a potência refletida ao transmissor, isto é, para casar a carga deste.
Um casador faz Zr = Zg mas nada pode fazer com relação à ROE no cabo, pois esta só depende das impedâncias da antena Za e da do cabo Zo.


            DISTRIBUIÇÃO DE CAMPO NO ESPAÇO

As características direcionais de uma antena podem ser observadas num plano horizontal ou vertical.
Seja uma circunferência com uma antena no centro e raio muito menor que as dimensões da antena. Medindo-se a intensidade de campo ao longo dessa circunferência, desenha-se a distribuição de campo (ou diagrama de irradiação) em função do ângulo (referido a uma posição específica sobre a circunferência onde é marcado o ângulo 00)
Se o plano da circunferência for horizontal, tem-se o diagrama de irradiação horizontal e o mesmo para o caso vertical.
No caso horizontal, usa-se como ângulo 00 a direção de maior sinal e, no caso vertical, 00 corresponde à horizontal no diagrama.




            PROPAGAÇÃO

HF

O sol através de sua atividade própria (com suas manchas) emite radiação ionizante entre outras. Essas, como o ultravioleta, ionizam a nossa atmosfera numa camada chamada ionosfera.
O número e o tipo de manchas solares está relacionado com a propagação. Uma quantidade mais útil no estudo de propagação de HF é o índice de fluxo solar que está diretamente ligado às manchas solares. Maior quantidade destas maior o fluxo solar.
De acordo com o meio de propagação, as ondas podem ser classificadas como ionosféricas, troposféricas e terrestres.

a) Ionosférica: são as principais responsáveis pelas comunicações de DX em ondas curtas.
Ionosfera é a camada da atmosfera entre aproximadamente 100 e 320 km de altura onde há muitos íons e elétrons livres que mudam a direção das ondas eletromagnéticas.
Existem 3 camadas importantes nessa parte da atmosfera:

1.     A mais baixa útil chamada E (~110 km).Como a atmosfera nessa altura é mais ou menos densa, os íons e elétrons rapidamente se encontram uns com os outros formando átomos totalmente neutros (que não refletem as ondas).
Assim somente durante a presença da luz solar constante, a camada opera, sendo o efeito máximo ao meio-dia. Após o pôr do sol desaparece praticamente.
2.     Uma camada ainda mais baixa chamada D que também cresce com a luz solar é um absorvente da energia das ondas de baixa freqüência (1,8 e 3,5 Mhz) para todos os ângulos de tiro, com exceção dos muito altos, onde conseguem atingir a camada E e retornar à terra. Por isso, pela manhã, só se conseguem comunicados locais nessas freqüências.
3.     A principal camada responsável pelo DX é a camada F e se situa ~280 km à noite.

A recombinação dos íons é muito lenta porque a densidade atmosférica é muito baixa e a propagação para DX cai, então, a partir do pôr do sol, primeiro nas freqüências altas e gradativamente vai piorando nas freqüências cada vez mais baixas durante a noite.
De dia a camada F se divide entre duas, a F1 ( ~224 km) e a F2 (~320 km). Ao pôr do sol se misturam numa só.

Algumas placas de ionização densa muitas vezes se desenvolvem na camada E de modo sazonal, permitindo algumas comunicações de longa distância. São as chamadas propagações em esporádica E, comuns na região do equador.
São notáveis acima de 21 Mhz e em épocas em que a atividade solar está excessivamente baixa e não se consegue propagação por outras camadas.
Chama-se altura virtual de uma camada à altura em que se daria a reflexão se a camada fosse uma superfície fina (na verdade é difusa e a reflexão é mais uma modificação gradual no caminho da onda).

Enviam-se ondas verticalmente e, através do tempo de retorno, mede-se a altura virtual para cada freqüência. A freqüência a partir da qual não há mais retorno, chama-se freqüência crítica. Isso normalmente é feito à noite para a camada F, sem as influências das camadas D e E.
A onda refletida em um certo ângulo na ionosfera retorna à Terra e pode, eventualmente, refletir nesta e retornar à ionosfera voltando mais uma vez à Terra e a isso chama-se salto múltiplo e é o modo responsável pela possibilidade da cobertura mundial de um sinal de rádio.

Se dois ou mais caminhos existem entre o transmissor e o receptor, os dois correspondentes sinais podem se reforçar ou se atenuar mutuamente, dependendo da relação de fase entre eles.
Como esta relação varia no tempo, quando um dos caminhos vem pela ionosfera(isso porque a reflexão não é estática como num espelho; as camadas estão em constante mutação), o sinal varia de intensidade com mínimos e máximos. É o chamado "fading" (ou QSB) que, em certas condições, pode até distorcer o áudio de uma transmissão.

Diversos órgãos oficiais em muitos países do mundo emitem periodicamente cartas de propagação. Dentre as informações importantes contidas nessas cartas está a MUF, a freqüência máxima utilizável para longa distância. O conhecimento da MUF pode ser muito útil para os amantes do DX, aumentando seu rendimento pelo maior conhecimento das condições de propagação.

A MUF, na verdade, é a freqüência crítica para comunicação local. A MUF é função da localização entre os dois pontos que se comunicam e pode ser diferente para um terceiro ponto. Em condições médias, perto da MUF, as perdas na ionosfera são menores, de modo que, com as potências pequenas utilizadas no serviço de radioamador, essa deve ser a região de trabalho para melhor comunicação.

A FOT (freqüência ótima de trabalho), também conhecida como OWF, é uma freqüência abaixo da MUF que é ótima para as comunicações por dar certa margem de segurança, levando em conta as instabilidades da ionosfera (que sempre existem) as quais podem abaixar a MUF, prejudicando as comunicações.
Para o mundo amador, no entanto, algumas limitações mais severas existem porque a operação é permitida somente em determinadas faixas, o que pode impedir a operação próximo à MUF.
            b) Troposféricas - essas são ondas que se propagam próximo da superfície terrestre, como resultado da curvatura da atmosfera mais baixa, a troposfera.
            c) Terrestres - são a parte da radiação diretamente afetada pela superfície terrestre. Possuem uma componente que "viaja" na superfície de separação entre a atmosfera e a própria terra. Têm muita importância nas comunicações de baixa freqüência (1,8 e 3,5 MHz). Quando a onda é polarizada horizontalmente, as ondas terrestres sofrem muita perda devido às correntes induzidas na terra. Se a polarização é vertical, a perda é muito menor. Exatamente por isso é muito fácil cobrir distâncias da ordem de 100 km ou mais em 80 e 160 m com antenas verticais, mesmo pela manhã, quando não há propagação ionosférica nessas faixas. As estações de "broadcasting" de ondas médias se utilizam desse fenômeno operando antenas verticais que, além de proporcionarem cobertura omnidirecional, conseguem atingir distâncias razoáveis pela manhã.

VHF, UHF E SHF

As freqüências de VHF baixo, ou seja, a faixa de 6 m (50 a 54 MHz), ainda apresentam propagação ionosférica com possibilidades de DX para o mundo todo.
De 2 m ( 144 MHz ) para cima, normalmente a propagação é Troposférica, isto é, viajam nas camadas inferiores da atmosfera e para distâncias relativamente pequenas e, por isso, em linha reta quando não há obstáculos.

Sofrem muitas reflexões e difrações nos obstáculos e refrações ao passar de uma região da atmosfera para outra de velocidade de propagação diferente da primeira. A referida variação de velocidade de propagação de uma região para outra se dá devido à mudança de densidade do ar pela diferença de temperatura e pela maior ou menor concentração de vapor d'água no ar. Assim, se o caminho entre duas estações se dá, por exemplo, sobre uma lagoa, é bem possível que a propagação para UHF e SHF "feche" entre elas de dia sob forte sol devido à refração e absorção pela evaporação da água e, à noite, "abra" totalmente. Outro fenômeno observável em 2 m é a formação de "túneis" de comunicação a longa distância pelo eventual fenômeno da inversão térmica, favorecendo a reflexão total da onda entre as camadas de temperatura diferente. Quanto maior a freqüência, mais absorção e perdas sofre a onda na atmosfera, de modo que uma comunicação segura em 2 m pode ser, para os mesmos pontos que se comunicam, inviável em 0,7 m (430 MHz).


           




PREENCHIMENTO DE UM CARTÃO "QSL"

            Enviar o cartão QSL, quando do primeiro contato com um colega de rádio, é ética operacional. O cartão QSL é considerado o cartão de visita de um radioamador.
            O cartão serve para registrar cada primeiro contato e para comprovar a participação em várias modalidades de competições; para receber certificados internacionais e outros.
            Mas para que o cartão de visita de um radioamador retrate a verdadeira personalidade do operador, certas regrinhas são necessárias:
1.     Nunca mande um cartão sujo ou amassado;
2.     Preencha-o de forma legível, de preferência em letra de forma;
3.     Observe as normas do BUREAU quanto à confecção do mesmo;
4.     Procure ter seu próprio cartão, ou seja, personalizado (não é vital), mas é o seu cartão de visita que está sendo enviado para o mundo;
5.     Nunca deixe de pagar um cartão, pois ser considera do um caloteiro de cartão; logo se espalhará pelo mundo a sua fama;
6.     Nunca deixe de pagar um cartão de um RADIOESCUTA, pois em muitos países, o cartão para o radioescuta significa o Certificado de Operação. Ele necessita de uma certa quantidade comprovada de cartões para receber a licença;
7.     Registre todos os seus contatos no livro de registro de comunicados, mas apenas l vez para cada indicativo. Marque no quadro correto se você enviou o cartão e marque também quando você receber. Caso o colega não retribua, não é deselegante você cobrar o retorno do mesmo. Mas lembre-se toda a tramitação de cartão poderá demorar algum tempo, especialmente contatos com o exterior via BUREAU;
8.     Quando você realizar um contato, pergunte ao colega se o mesmo é LABREANO (sócio da LABRE) pois assim você evitará despesas de remessa postal (LABRE para contatos dentro do país); para internacionais solicitar se é via Manager (ou via Bureau, quando o colega for sócio de entidade radioamadorística local).

O PREENCHIMENTO DO CARTÃO
Os termos constantes em um cartão são normalmente escritos em inglês (por ser uma língua universal).
Na parte superior da maioria dos cartões terá FROM, ou seja, quem está mandando o cartão.
Preencha com seu indicativo de chamada. Logo abaixo uma série de informações sobre a estação trabalhada.
             
            RADIO: O indicativo da pessoa com a qual você realizou o contato.
            DATE: dia, mês e ano que você realizou o contato
            UTC: horário mundial. No caso do Brasil deve-se acrescentar mais 3 horas ao nosso horário local.
            No horário de verão acrescenta-se mais 1 hora.
            MHz: freqüência em que foi realizado o QSO TWO-WAY:
            CW: quando o contato for realizado em telegrafia;
AM: quando o contato for realizado em amplitude modulada;
FM: quando o contato for realizado em freqüência modulada;
            RTTY: quando for utilizada esta forma de contato;
SSB : quando o contato for realizado em banda lateral.
R - S - T  Consulte o sistema de reportagem nesta apostila

Ainda no cartão QSL deve conter o endereço do remetente ou do BUREAU. QSL: PSE-TNX Se você está mandando o QSL e não recebeu ainda o da estação trabalhada, assinale PSE (please, ou mande-me retorno, ou aguardo seu cartão etc).
Se você já recebeu o cartão QSL e está pagando, assinale TNX (thanks, obrigado etc.) Em cartões padronizados é comum observar o termo VY 73 ou seja, um forte abraço. Não esqueça de assinar (colocar seu nome no cartão).
Não esqueça de mencionar a marca de equipamento que você operou, modelo, potência e tipo de antena utilizada. Isto pode ser feito logo abaixo de VY 73.
Alguns operadores adotam etiquetas autocolantes. São registrados em computador todos os comunicados e depois são impressos. A forma como é preenchido o cartão é opcional, mas deve conter todos os dados acima.
Cartões que não são enviados via BUREAU por diversos motivos (não ser o radioamador associado da LABRE, ter urgência na remessa etc), às vezes implicam em certas despesas extras, como ter que enviar envelope subscrito para retorno e vale postal e até mesmo dinheiro (dólar) para remessa do retorno ou o IRC (International Reply Coupon).

INTERNATIONAL RESPONSE COUPON (IRC)

É um "coupon" emitido pela Secretaria Internacional da União Postal Universal (UPU), com troca obrigatória em todos os países membros da entidade, permitindo ao seu portador trocá-lo por um ou mais selos correspondentes ao franqueamento de uma carta simples de primeiro porte (até 20 gramas) a ser expedida para o exterior via superfície.
O "coupon response" é utilizado por pessoas que desejam desobrigar seus correspondentes no exterior das despesas de franqueamento.
Em qualquer agência dos correios poderão ser adquiridos ou trocados os IRC. Em hipótese alguma os "coupon response" adquiridos na ECT poderão ser trocados no Brasil.
O preço para compra ou troca de "coupon response" é cobrado de acordo com a tarifa postal internacional vigente.
Os "coupon response" podem acompanhar qualquer correspondência destinada ao exterior, desde que não sejam grampeados, amassados ou rasurados, contrariando as disposições regulamentares da Convenção Internacional da UPU.
O prazo de troca do " coupon response " é ilimitado em todos os países membros da UPU.

            CUIDADOS ESPECIAIS
·          Quando você observar no cartão o termo TO RADIO, não vá preencher com a marca ou o modelo de seu equipamento. O termo é em inglês e significa dizer, "tua estação, teu indicativo etc; em outros, pode estar escrito TO ARS, ou seja, para a estação (Amateur Radio Station);
·          Em contestes, solicite o MANAGER, se a informação não for transmitida de tempo em tempo; lembre-se, " Escutar " antes, é obrigação do "DX-man ".
           
CORTESIA
Não será deselegante você colar no cartão, por exemplo, um selinho de sua associação, de seu grupo. Personalizar o cartão de maneira discreta e informativa, mostra seu preparo e sua preocupação de bem informar. Repercute muito bem.




                                                           OSCAR 17 o DOVE

O satélite OSCAR 17, também conhecido como DOVE é chamado de micro - satélite. Ele é um cubo, medindo aproximadamente 23 cm, totalmente coberto por células solares.
O DOVE foi lançado no ano de 1991. Ele trabalha em órbita polar, orbitando em volta da terra e fazendo uma revolução a cada 100 minutos.
Estes satélites de radioamadores, tão logo entram em órbita recebem a designação de OSCAR, que é a abreviatura de Orbiting Satelite Carrying Amateur Rádio. O DOVE é um satélite de rádio - pacote digital. Isto é, ele envia dados digitais para as estações terrestres, usando a técnica de rádio - pacote. É o satélite de n° 17 da série OSCAR por isso é chamado de DOVE-OSCAR 17.
Além de enviar dados de telemetria em radio - pacote ele também fala! Assim ele foi testado para enviar boletins sobre ele próprio, como também de atividades radioamadorísticas.
É muito fácil receber os sinais do DOVE em 145.825 MHz, em FM. Você não necessita de equipamentos sofisticados. Usando um computador, uma interface e um software, você pode monitorar as palavras do DOVE, e os dados de telemetria, quando ele passar por sobre a sua cidade.

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