Landell de Moura
O dia 31 de julho marcou os 73 anos de morte do cientista e inventor Brasileiro Roberto Landell de Moura, o pioneiro mundial na transmissão da voz utilizando equipamento sem fio (radio), ou seja, o precursor da radiodifusão.
Landell de Moura desenvolveu estudos e experiências a partir de 1893 e comprovadamente, efetuou pelo menos uma demonstração pública em São Paulo capital, no dia 03 de julho de 1900, alem de possuir patentes registradas do Brasil (1901) e USA (1904).
E Marconi? O grande cientista italiano, em 1895, conforme se verifica em suas patentes e na biografia oficial, foi o primeiro a conseguir transmitir somente sinais em telegrafia (código morse ou CW), utilizando o rádio, não tendo na época se interessados ou conseguidos experimentos com a voz humana.
Landell de Moura utilizou circuitos inédito para a época, (e patenteou parte deles no Brasil e USA) para a propagação do som e da voz humana pelas ondas eletromagnéticas e luminosas (sistema fonético-eletronico), que, em ultima análise, é o inicio da radiodifusão, que só foi consagrada principalmente após a invenção, em 1906, da válvula triodo pó De Foreste, que substituiu a bobina de Ruhmkorff utilizada por Landell de Moura em seus aparelhos patenteados em 1901/4.
Marconi desenvolveu suas experiências em Bolognha, Itália, divulgando seu feito em setembro de 1895, mas só patenteou seu invento no ano seguinte, na Inglaterra, não se sabendo ao certo a razão de não ter concedido (ou conseguido) o registro de tal glória ao seu País.
Fonte: Revista QSL 2 magazine nº2Além de estar próximo da comunidade cientifica internacional, Marconi pertencia à família abastada, e dispôs de todos os recursos financeiros necessários para desenvolver seus experimentos, tendo a eles se dedicado exclusivamente.
Com Landell de Moura ocorreu o inverso, pois além de não dispor de recursos financeiros, dividia o tempo entre os afazeres do sacerdócio e suas experiências, efetuadas em improvisados laboratórios que ele montava nos fundos das paróquias em que trabalhava.
Dilentatista, desenvolveu seus trabalhos com a colaboração financeira de amigos, e somente com uma visão científica. A igreja católica, em vida, promoveu Landell de Moura merecidamente até atingir o importante grau de Monsenhor, bem como concedeu, inclusive, a permissão especial de Roma para viajar aos Estados Unidos, o que era difícil na época, lá permanecendo 4 anos para patentear seus inventos. Obviamente a Igreja aceitava e apoiava o seu trabalho como cientista.
Independente da polêmica que essas afirmações possam causar, e interessante observar que os dois maiores inventores internacionais brasileiros, Santos Dumont e Landell de Moura, não se interessaram em explorar comercialmente seus inventos.
Santos Dumont, talvez por ter vivido na França, já esta com seu lugar registrado na história desde aquela época, Landell de Moura, inventor e cientista que desenvolveu suas experiências em nosso país, com poucos recursos técnicos e financeiros, estranhamente, até hoje, é um ilustre desconhecido da maioria absoluta do povo, governo e comunidade cientifica inclusive no Brasil.
Os estudos e experiências de Landell de Moura estão registradas em seus livros de anotações, demonstrando que desde de 1893 ele vinha desenvolvendo as teses e experimentos necessários para os seus aparelhos.
Nascido em Porto Alegre em janeiro de 1861, Landell de Moura teve formação eclesiástica em Roma. Ordenado sacerdote em 1886 voltou para o Brasil e desempenhou atividades religiosas até sua morte, também em Porto Alegre, já no importante cargo de Monsenhor.
Em Roma iniciou seus estudos de física e eletricidade, nos quais aperfeiçoou-se como autodidata no Brasil. É bom lembrar que aqui, Landell de Moura estava isolado dos grandes centros de pesquisas da época, especialmente França, Inglaterra e Estados Unidos, só tomando conhecimento dos avanços tecnológicos que ali ocorriam meses depois, pelas poucas publicações que chegavam ao nosso país.
No decorrer dos anos, dezena de artigos foi publicada ressaltando os efeitos de Landell de4 Moura, em jornais no Brasil, bem como em jornais editados em Portugal, USA, Alemanha e Áustria.
Diante de tão vasta comprovação técnica existente sobre o pioneirismo de Landell de Moura, cabe ao Governo Federal, a Anatel, e a comunidade científica reconhecerem oficialmente a obra desenvolvida por Landell de Moura.
Os gaúchos tão zelosos em resguardar suas tradições culturais feitos e personagens históricos tem quase que por obrigação lutar pelo desenvolvimento de tão ilustre filho.
Num país ainda tão carente em apoiar e desenvolver sua produção técnica e cientifica, deixar de prestigiar a obra de Landell de Moura e desperdiçar a oportunidade de reconhecer para a posteridade os feitos e a glória de um dos grandes gênios brasileiros.
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