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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A Política de Aristóteles

A Política de Aristóteles

INTRODUÇÃO
O termo política é derivado do adjetivo originado de polis, que significa tudo o que se refere à cidade e, conseqüentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social. O termo Política foi usado durante séculos para designar principalmente obras dedicadas ao estudo daquela esfera de atividades humanas, que se referem de algum modo às coisas do Estado.
Na época moderna, o termo perdeu seu significado original substituído, pouco a pouco, por outras expressões como "Ciência do Estado", "Doutrina do Estado", "Ciência política", "Filosofia política" etc., passando a ser comumente usado para indicar atividades ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência a polis, ou seja, o Estado.
A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque para ele, o fim último do Estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso.
Neste trabalho serão mostradas algumas idéias da Política de Aristóteles, e sua influência nos dias atuais.

A POLÍTICA DE ARISTÓTELES NA ATUALIDADE
É no livro Política, que Aristóteles desenvolve seu conceito de cidade. A componente inicial é família ou casa, com as relações entre marido e esposa, pais e filhos, senhores e servos. A aldeia resulta da reunião de várias famílias ou casas. A cidade resulta da associação de vários povoados, que tem por finalidade o bem soberano, assim é somente nela que o homem pode alcançar a vida perfeita e a felicidade. Para Aristóteles o cidadão é aquele que possui o direito de administrar a justiça e exercer funções públicas, participar da função judicial, ou seja, aquele que exerce política. Ele exclui dessa categoria mulheres, escravos, crianças e estrangeiros. Todos aqueles que não exercem na prática as funções que os cidadãos devem exercer, são deixados de fora do conceito aristotélico. Restringe, portanto a idéia de cidadão a todos os adultos nativos, do sexo masculino.
Nos dias atuais, cidadão é a pessoa que goza, no Estado onde é domiciliado, dos direitos civis, políticos e, sobretudo, do direito do voto. As mulheres são consideradas cidadãs, com todos os deveres e direitos, assim como, os homens. As crianças menores de 16 anos são consideradas absolutamente incapazes de exercer os atos da vida civil, sendo cessada totalmente a incapacidade quando completam 18 anos de idade. No Brasil, a partir dos 18 anos, todos são obrigados a votar, não cumprindo com este dever, pode-se dizer que esta pessoa não está cumprindo o seu papel de cidadão brasileiro.
Aristóteles aceita a escravidão, em seu livro diz que sempre há um ser que manda e outro que obedece, desde o nascimento, segundo ele uns são destinados por natureza a serem escravos e outros destinados a reger.
Hoje, o trabalho escravo é proibido por lei, todo trabalhador recebe pelo que faz, tem muitos direitos como férias, 13º salário, entre outros.
Aristóteles, diz que os habitantes da cidade têm que possuir certa unidade, um mínimo comum e aceitável é a divisão do território, o máximo seria a posse comum de bens, mulheres e filhos, como na proposta da República de Platão. Aristóteles critica a comunidade unitária, pois o excesso de unidade anularia a cidade, tornando-se uma família e depois um indivíduo.
Atualmente podemos relacionar em partes esta "unidade" ao Socialismo. O Socialismo é uma teoria que visa transformar uma organização social segundo um objetivo de justiça entre os homens no plano do trabalho, da remuneração, da moradia. Ou seja, todos os cidadãos teriam direitos de posse iguais, para não haver desigualdades.
Para Aristóteles, a idade ideal para as mulheres se casarem é aos 18 anos e os homens aos 37 anos ou um pouco antes. A idade limite para se gerar filhos é de 50 anos para as mulheres e 60 anos para os homens. Segundo ele precisaria existir uma lei que proibisse toda criança deformada. O número de filhos deveria ser limitado, se os costumes não consentissem fossem abandonados, seria necessário provocar o aborto antes mesmo do feto se mexer.
Na maior parte dos países o número de filhos que uma família poderá ter, quem decide é o próprio casal, segundo suas condições financeiras. O aborto no Brasil. É um ato criminoso (exceto nos casos de estupro e de risco de morte para a mãe ou bebê). Mesmo sendo o aborto proibido, em muitos lugares há clínicas que praticam esse crime. Quanto às crianças deformadas, seria um ato desumano deixar esses bebês morrerem de fome. Há muitos casos de famílias que se dedicam muito mais aos filhos deformados do que aos sadios, o que é um grande ato de amor.
Segundo Aristóteles, educação dos jovens precisa ser um dos objetivos principais por parte do Estado. A educação deve ser única para todos, administrada em comum e não entregue aos particulares.
Essa teoria de Aristóteles seria ideal para os dias de hoje, pois todos teriam a mesma educação, o que não acontece, já que o ensino oferecido pelo Estado é de má qualidade e deixa muito a desejar. Nas escolas particulares, que oferecem um ensino melhor, só tem acesso os jovens de famílias ricas, que têm condições de pagar as altas mensalidades. Com essa diferença na qualidade do ensino, os estudantes da rede pública ficam visivelmente prejudicados, exemplo disso é que a maior parte das vagas nas universidades federais do Brasil é ocupada por estudantes da rede particular de ensino.
Para Aristóteles, o governo pode ser exercido de três maneiras diferentes: por um só, por poucos ou por muitos. Se tais governos têm como objetivo o bem comum, podemos dizer que são constituições puras. São elas a realeza, a aristocracia e a democracia.
- A realeza é o governo de um só homem, de caráter hereditário ou perpétuo, que visa o bem comum, como a obediência às leis e às tradições.
- A aristocracia é o governo dos melhores homens da república, selecionados pelo consenso dos seus cidadãos e que governa a cidade procurando o benefício de toda coletividade.
- A democracia é o governo do povo, da maioria que exerce o respeito ás leis e que beneficia todos os cidadãos indistintamente, sem fazer nenhum tipo de discriminação.
Por outro lado, se os poderes forem exercidos para satisfazer o interesse privado de um só, de um grupo ou de apenas uma classe social, essa constituição será desviada. São elas a tirania, a oligarquia e a demagogia.
- A tirania é o governo de um só homem que ascende ao poder por meios ilegais, violentos e ilegítimos e que governa pela intimidação, manipulação ou pela aberta repressão, infringindo constantemente as leis e a tradição.
- A oligarquia é o governo de um grupo economicamente poderoso que rege os destinos da cidade, procurando favorecer a facção que se encontra no poder em detrimento dos demais.
- A demagogia é o governo do povo, da maioria, que exerce o poder favorecendo preferencialmente os pobres, causando sistemático constrangimento aos ricos.
Segundo Aristóteles, para se obter uma sociedade estável, ele considera que o regime mais adequado é o misto, que equilibre a força dos ricos com o número dos pobres. Para ele, a sociedade ideal seria aquela baseada na mediania, que graças à presença de uma poderosa classe média, atenua os conflitos entre ricos e pobres, dando estabilidade à organização social. Esse governo, ele definia como timocracia (timé = honra), em que o poder político seria exercido pelos cidadãos proprietários de algum patrimônio e que governariam para o bem comum.
Em outros momentos esse regime ideal é chamado de politia (governo da maioria, mas regido por homens selecionados segundo a sua renda), que ele classifica entre as constituições puras.
O Brasil é um país democrático, onde se tem liberdade eleitoral e divisão de poderes. O Estado é composto por três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. A democracia deveria atingir os interesses de todas as classes sociais, mas na prática não é isso que acontece. A maioria dos políticos não visa o bem de toda população, muitos ao conseguirem um cargo no governo, se corrompem, roubam sem medo, pois sabem que a impunidade no país é tão grande que não acontecerá nada a eles. E enquanto uns enchem o bolso com o dinheiro público, grande parte da população brasileira passa fome. Por isso, na hora de escolher os governantes, todos devem analisar bem seus candidatos para não se decepcionar mais tarde.

A VIDA DE ARISTÓTELES
Este grande filósofo grego, filho de Nicômaco, médico de Amintas, rei da Macedônia, nasceu em Estagira, colônia grega da Trácia, no litoral setentrional do mar Egeu, em 384 a.C. Aos dezoito anos, em 367 a.C., foi para Atenas e ingressou na academia platônica, onde ficou por vinte anos, até a morte do Mestre. Nesse período estudou também os filósofos pré-platônicos, que lhes foram úteis na construção do seu grande sistema. Em 343 a.C.foi convidado pelo rei Filipe para a corte de Macedônia, como preceptor do príncipe Alexandre, então um jovem de treze anos. Aí ficou três anos, para seguir na famosa expedição asiática, conseguindo êxito em sua missão educativo-política, que Platão não conseguiu, por certo, em Siracusa.
De volta a Atenas, em 335 a.C., treze anos depois da morte de Platão, Aristóteles fundava, perto do templo de Apolo Lício, a sua escola. Daí o nome de Liceu dado a sua escola, também chamada peripatética devido ao costume de dar lições, em amena palestra, passeando nos umbrosos caminhos do ginásio de Apolo. Essa escola seria a grande rival e a verdadeira herdeira da velha e gloriosa academia platônica.
Morto Alexandre em 323 a.C. desfez-se politicamente seu grande império e despertaram-se em Atenas os desejos de independência, estourando uma reação nacional, chefiada por Demóstenes. Aristóteles, malvisto pelos atenienses, foi acusado de ateísmo. Preveniu ele a condenação, retirando-se voluntariamente para Eubéia. Aristóteles faleceu, após enfermidade, no ano seguinte, no verão de 322 a.C. Tinha pouco mais de 60 anos de idade.

CONCLUSÃO
Ao lermos o livro "Política", percebemos que muitas das idéias de Aristóteles sobre o estado e a política são aproveitadas atualmente. Além das idéias políticas, ele introduz também idéias sobre Economia, que é a ciência da administração da casa e da família; a Sociologia, que é o estudo das sociedades; a Ética, que é a ciência que estuda a conduta do indivíduo formado; e entre outras idéias. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social.
O livro "Política" nos mostra muitos conceitos para entendermos a política atual, mas o que me chamou a atenção na leitura, é quando Aristóteles diz que "o homem é um animal político, que deve viver em sociedade", o que é a mais pura verdade. Enfim, "Política" é um livro de leitura obrigatória.

BIBLIOGRAFIA
Política – Aristóteles
Enciclopédia Larousse Cultural

Site: www.coladaweb.com.br

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