ESCOLA PARANAENSE
DE
RADIOAMADORISMO
Apostila
de
Ética e
Técnica Operacional
Legislação
Atualizada em março
de 1997
Cooperação
Técnica:
LABRE Federal
LABRE Paraná
INEPAR S.A.
Grupo
Araucária de DX - G.A.D.X.
Grupo de VHF
do Paraná
Associação dos
Radioamadores do Paraná - ARPA
Centro Federal
de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET - PR
Governo do
Estado do Paraná
Secretaria de
Estado da Segurança Pública do Paraná
Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná
ESCOLA
PARANAENSE DE
RADIOAMADORISMO
Diciplinas:
Grupo
I
l
Legislação / Regulamentos
l
Telegrafia I
l
Ética Operacional e Técnicas de Operação
l
Radioeletricidade I
l
Operações de Emergência
Grupo
II
l
Informática e Transmissão Digital
l
Telegrafia II
l DX e
Competição
l
Radioeletricidade II
Grupo
III
l
Satélite e Reflexão Lunar
l
Telegrafia III
l
Sistemas Irradiantes e Propagação
l
Equipe de Competição
Escola
Paranaense de Radioamadorismo
Corpo Docente
Módulo I Legislação -PY5TA-ZZ5TAL
Básico Rádioeletricidade - PY5AGH
Rádiotelegrafia - PY5GM -
PY5AWB
Ética e Téc. Operação - PY5GM - ZZ5PYB
Módulo II DX e Competições - PY5EG -PY5CC
Propagação e Antenas - PY5ZBU
Módulo III Sistemas
de Comunicação Digital
PY5EJ - PU5PJF
Módulo IV Comunicação via Satélite
PY5BYE - PY5ACP
Reflexão Lunar - PY5ZBU
Módulo V Operações de Emergência - PY5TA - PY5LCK
Apostila
A nossa apostila é antes de tudo um caderno de notas
e apontamentos que se destina; primeiro ao docente, como um roteiro para suas
aulas, e segundo, ao aluno como um instrumento de consulta das aulas
ministradas. A nossa apostila portando, não é, não pretende ser, e muito menos
substituí, qualquer livro didático, cuja
leitura recomendamos e incentivamos. Agrupou-se aqui, informações constante dos
manuais dos fabricantes de equipamento, bem como informações contidas em
revistas nacionais e estrangeiras ligadas ao Radioamadorismo. Mas
fundamentalmente o material é constituído e foi montado contando com a
experiência pessoal de muitos radioamadores, alem do corpo docente, da
Escola Paranaense de Radioamadorismo.
TÉCNICA E ÉTICA
OPERACIONAL
O RADIOAMADORISMO E SEU OBJETIVO
O nosso Objetivo
como o define a atual Legislação
"O
Serviço de Radioamador é modalidade de serviço de radiocomunicações, destinado
ao treinamento próprio, à intercomunicação e a investigações técnicas, levada a
efeito por amadores devidamente autorizados, interessados na radiotécnica a
título pessoal, que não visam qualquer objetivo pecuniário ou comercial ligado
a exploração do serviço, inclusive utilizando estações espaciais situadas em satélites da Terra."
Amadorismo é a
atividade vocacional, espontânea e gratuita, que antecede e complementa
profissões, satisfazendo condições psicológicas e exercendo influência sobre as
relações sociais.
Qualquer atividade
humana pode ser amadorística e profissional. O amadorismo, porém, precede e
complementa a profissão respectiva, que utiliza regularmente os progressos por
ele gerados.
A pesquisa é sempre
fruto do trabalho espontâneo do amadorismo. Quando remunerado, o pesquisador
produz além do exigido; ainda que profissional, a pesquisa tem algo de
amadorístico.
Higiene mental e
expansão de potenciais latentes no indivíduo são proporcionadas pelo
amadorismo, principalmente a especialização profissional e especificidade de
tarefas condicionam a industria. Apenas a máquina pode realizar uma única
tarefa invariavelmente. O vazio psicológico deixado pela divisão do trabalho
precisa ser preenchido.
O amadorismo é uma
necessidade social, constituindo fator de pesquisa e de complementação, um
verdadeiro instrumento de higiene mental e de expansão psicológica, veículo de
relações humanas, motivo para esclarecimento e conscientização para a boa
vontade entre os povos.
Envolvendo vasto
campo de pesquisa, aproximando pessoas de todas as atividades, ligando
municípios, estados e países, o rádio gera um super amadorismo sob três
aspectos:
·
pesquisa
·
telecomunicações
·
serviço
Reunindo vários
ramos do conhecimento humano, a rádioeletricidade é imprescindível na pesquisa
de outras técnicas.
Não só pelos
contatos recíprocos de seus praticantes, mas entre estes e as pessoas às quais
prestam inestimáveis serviços, o radioamadorismo provoca um infinito número de
relações humanas, constituindo assim uma fraternidade aberta.
Nosso Passa tempo,
paixão ou esporte como querem alguns, poderia ser melhor aproveitado. Suas
influências têm sido desperdiçadas, e seu extraordinário valor esquecido.
Numa decrescente
sucessão de contatos, vive-se mais no domicílio, na rua, no bairro, no
município, no estado, para depois viver-se no país. Vida nacional unitária só
existe pela auto consciência e participação individual de seus membros; caso
contrário, não passará de mera ficção.
A centralização
desperdiça capacidades e dispersa esforços, atenuando resultados, permitindo
distribuições anômalas do progresso. Este é mais fácil, mais extenso e melhor
distribuído, quando parte de cada município.
Só o
radioamadorismo, ainda que inconsciente, exerce dominante papel comunitário
municipalista, levando a voz de uma cidade pelo país, e pelo mundo, difundindo
a comunidade e suas atividades, evidenciando seus valores, lembrando sua
participação na vida nacional, atraindo simpatias, fomentando o turismo,
fazendo cadeia de elos variadíssimos e disseminados por todo o mundo, força
latente que não deve ser desperdiçada.
O radioamadorismo
pode constituir o principal instrumento de mobilização nacional.
Considerando que:
a) as faixas, inicialmente
destinadas ao radioamadorismo, foram bastante reduzidas:
b) algumas destas faixas são
utilizadas para outros serviços;
c) o contínuo aumento do número de
radioamadores;
d) o radioamadorismo é hoje, uma
certeza e, mesmo, uma necessidade nas comunicações, contrariamente a seus
primórdios, quando era apenas uma tentativa.
Os contatos
tornam-se impossíveis sem algumas normas de Operação.
A má utilização das
faixas é fato dominante como o é seu congestionamento. Comunicados entre
estações próximas não deveriam ser realizados em faixas com propagação para
longas distâncias. O tamanho da antena não é causa para o abandono das faixas
de 160 e 80 metros. Mesmo as antenas de quadro para estas faixas permitem
atingir distâncias bem razoáveis.
O câmbio extenso é
desaconselhável:
·
é
sempre mais longo do que aparenta.
·
o
esquecimento e a falta de clareza obrigam à repetição de muita coisa.
·
as
oportunidades de compreendido a outras estações são restringidas;
·
todos
acabam gastando mais tempo;
O RADIOAMADOR
SATISFAZ-SE COM AS REALIZAÇÕES CONSEGUIDAS, NÃO COM O TEMPO EM QUE PASSA OPERANDO.
ESTE, QUANDO EM VÃO, É FATOR DE ABORRECIMENTO.
A TÉCNICA é o
principal objetivo de qualquer atividade amadorística, há mesmo, quem entenda
ser o único. Todavia, o comodismo do uso da GRANDE POTÊNCIA tem substituído o
aperfeiçoamento.
Não permitindo
maleabilidade para experiências, exigindo maiores cuidados operacionais,
perturbando as faixas com seus desajustes, interferindo facilmente nas
transmissões médias e pequenas. Antieconômicas, inacessíveis a muitos, as
POTÊNCIA ELEVADAS são inconvenientes ao radioamadorismo.
TERMINOLOGIA e ABREVIATURAS
Abreviaturas
Internacionais na operação de CW *
Abreviatura Significado
AA ? Tudo depois de ( dar a última palavra correta)
AB ? Tudo antes de (dar a palavra )
ADS ? Endereço
ANT Antena
AS Espere
AR Fim de Mensagem
BF Antes de ( dar a palavra )
BK Interrompe
uma transmissão em andamento
BN ? Tudo Entre ( dar as palavras)
BST Melhor
BT Sinal de Separação ( Nova Linha )
BURO Escritório ( Bureau)
CFM Confirme
CL Vou fechar
minha Estação
COL Confira
CLR Claro
CP Chamada Geral, a duas ou mais Estações específicas
CQ Chamada Geral
CS Sinal de Chamada ( Pedir o Indicativo )
CUAGN Chamarei de Novo
DDD Identifica uma MSG de Socorro de uma estação que não
esta em perigo
DE Sinal para separar o Indicativo
da estação chamada, da que Chama.
DPL Dipolo ( Antena )
DR Prezado
DX Longa Distancia
E Indicação de rumo, longitude Leste
EEEEEEE Erro ( No mínimo seis pontos, para não confundir com a letra H
e o nr. 5 )
FB Excelente
GA Prossiga ( Recomece a Transmissão )
GB Até a Vista
GE Boa Tarde
GM Bom Dia
GMT Hora Média de Greenwich
GND Terra ( No sentido de polo negativo )
HPE Espero
INFO Informação ( Dar ou Pedir )
K Convite para Transmissão
KN Passar o
Câmbio para a estação citada
MSG Mensagem
MGR Manager ( Gerenciador de Cartões QSL )
MY Meu
N Rumo, Latitude Norte
NICE Muito Bonito
NIL Nada
NO Negativo, negação
NW Agora
OK Tudo Certo
OM Velho Camarada
OP Operador
OT Veterano
PSE Por Favor
PWR Potência ( Saída do Transmissor )
R Recebido
RCVR Receptor
RPT Repita
RPRT Reportagem (Sinais)
RX Recepção
S Rumo, Latitude Sul
SIGS Sinais
SVC Serviço
SOS Chamada/Pedido de Socorro
TFC Tráfego
TKS Obrigado
TX Transmissão
TXT Texto
TTT Este Grupo quando transmitido três vezes consecutivas
constituí TFC de segurança
TU Obrigado
UR Seu
UTC Coordenada Universal de Tempo
URG Urgente
VA Fim de QSO
VY/VRY Muito
W Rumo, Longitude Oeste
WA ? Palavra depois de
WB ? Palavra Antes de
XMTR Transmissor
XTAL Cristal
XXX Este Grupo quando transmitido três vezes refere-se a
TFC de Urgência
YR Seu
73 Abraço
88 Beijo
* Nota
As abreviaturas aqui apresentadas representam as
mais usadas no radioamadorismo. Todavia há centenas de outras, para os mais
diversos serviços, em particular o aéreo e o marítimo. Em sua maioria, as abreviaturas aqui apresentadas
são compatíveis com os diversos serviços radiotelegráficos, constando da
relação da UIT União Telegráfica Internacional.
As abreviaturas sublinhadas são transmitidas como um
único grupo.
As abreviaturas nacionais podem divergir das
Internacionais como exemplo a abreviatura BN, que entre nós significa “Boa
Noite”, e a nível Internacional significa “Tudo Entre”. Estações brasileiras
que praticam o DX, quando em QSO nacional usam via de regra as abreviaturas
internacionais.
O uso das abreviaturas em CW
e particularmente no DX, demonstram a qualificação do operador, usar linguagem
clara num concurso é inadmissível. Alem das abreviaturas GERAIS, vamos
encontrar as específicas para as mais
diversas áreas. Um detalhe da maior
importância é o fato das abreviaturas terem uma certa dinâmica, novas técnicas
de operação trazem novas abreviaturas, e as antigas vão caindo no esquecimento
ou em desuso. Nos comunicados locais, entre amigos ou grupo de profissionais,
vamos encontrar abreviações muitas vezes
inventadas na hora. Guardar
tudo na memória? não é necessário para não dizer impossível. Uma boa
medida é escutar bastante, para se familiarizar, dentro do tipo de operação
escolhido, o tempo, este grande sábio, certamente fará o mestre.
As expressões representativas de
um conhecimento específico devem ser precisas e sintéticas, com tendência a uma
lingüistica internacional, para facilitar a compreensão.
Atenção :As Abreviaturas do código "Q " usadas no Serviço de
Radioamador constam da Legislação.
Tipos de
Comunicação
Comunicações Bilaterais Comunicações Unilaterais
Abertas Fechadas
Telefonia P.
Federal Emissoras
de Rádio
Amadores P.
Civil Emissoras
de TV
P. Militar
Aviação = Comercial Beacons
Marinha
Marinha = Comercial Exército Notam
Aeronáutica
Digital
Rede Ferroviária Digital
Emergências SVC de Segurança Emergências
Dispositivos
de Salvamento
Outros SVC Outros SVC Outros
SVC
UIT União
Internacional de Telecomunicações
Órgão da ONU
Sede em
Genebra na Suíça
Normatiza as Telecomunicações
As freqüências
são compartilhadas a nível Mundial
Frequency
Allocation Table
O Brasil é
representado na UIT pelo Ministério das Comunicações
sendo
signatário dos organismos e acordos Internacionais
IARU
International Amateur Rádio Union
Sede em Nova York
Representa os
Radioamadores na UIT
O Brasil é
representado na IARU pela LABRE
Regiões I II III
Espectro de
Freqüências
Freqüência Designação Abreviatura Comprimento de onda
3 - 30 kHz Very
low frequency VLF 100.000 - 10.000 m
30 - 300 kHz Low
frequency LF 10.000 - 1000 m
300 - 3000 kHz Medium
frequency MF 1000 - 100 m
3 - 30 MHz High
frequency HF 100 - 10 m
30 - 300 MHz Very
high frequency VHF 10 - 1 m
300 - 3000 MHz Ultrahigh
frequency UHF 1 m - 10 cm
3 - 30 GHz Superhigh
frequency SHF 10 - 1 cm
30 - 300 GHz Extremily
high Freq. EHF 1 cm - 1 mm
Nota
kHz = kilohertz ou 1000 Hz
MHz = megahertz ou 1000 kHz
GHZ = gigahertz ou 1000 MHz
THz = terahertz ou 1000 GHz
Somente para
ilustração :
3 - 300 THZ Infra
Vermelho
300 - 1200 THZ Cores
Visiveis
2.200 - 72.000 THz Ultra
Violeta
150.000 - 600.000 THz Raios X
Operando o Rádio
Usando o "S "
meter
Todos os transceptores antigos e modernos pequenos
ou grandes possuem um instrumento de medição mais conhecido e chamado de
"S" meter. A maioria ainda é com indicação analógica, isto é com o
tradicional ponteiro. Os equipamentos
pequenos do tipo HT, portáteis
nos dão as informações por uma escala de "leds".
As informações e a sua gama variam de modelo para
modelo, todos porem tem em comum a indicação do valor "S" que
certamente é a indicação básica. As outras leituras podem abranger desde a
carga em mA, nível de modulação, potência de saída, a relação de ondas
estacionárias etc, devem ser entendidas como acessórias. Os fabricantes aqui
particularmente são bastante criativos, quanto vale um instrumento cheio de
escalas coloridas? e algumas luzes piscando, é o máximo, mesmo que a eficiência
seja apenas uma referência. Aqui vamos analisar apenas o "S" meter,
que é comum a todas as marcas e modelos, independente do fabricante.
O nosso raciocínio esta acostumado a termos
lineares, isto é, associamos instintivamente o ato de dobrar a potência, para
obter o dobro de sinal. Todavia, nossa audição não corresponde a esta
perspectiva. Nossa percepção auditiva não é linear, ela é exponencial, o que
significa que ela é logarítmica.
Potência = 1 10 100 1000
10000
Percepção
= 1
2
3 4 5
Em termos de freqüência uma duplicação, corresponde
a uma oitava.
16Hz
32Hz 64Hz 128Hz
250Hz 500Hz 1khz
2khz 4khz 8khz
16khz.
Temos aí dez
oitavas, do grave ao agudo, aliás limites normais da nossa audição,
considerando que a próxima oitava de 32khz estar fora do limite da audição
humana.
Sendo a nossa percepção logarítmica em relação a
intensidade do som, os medidores "S" dos nossos rádios também são
calibrados de forma logarítmica. A abreviatura "S" vem de
"sone" uma unidade de medida da física para medir a
intensidade de um som, julgada essa intensidade pela sensação que o som
causa em um observador numa freqüência de 1khz ( 1000Hz é a freqüência de
ressonância do nosso canal auditivo) O "sone" foi descrito pelo
físico S.S. Stevens em 1936.
Assim, cada ponto na escala "S" necessita
de uma duplicação de tensão que entra pela antena até o nosso receptor. Se 1µv corresponde a uma
indicação de S1, necessitamos de 2µv para uma indicação de S2
etc. Sendo necessários 256µv para a indicação de S9.
Respeitando a Lei de Ohm, a uma duplicação de
tensão, corresponderá uma quadruplicação de potência. Isto significa que, se
uma estação com saída de 100 watts indicar um S9, uma estação com 25 watts
indicará S8, e uma estação de 6,3 watts indicaria S7 e assim por diante.
A diferença auditiva de S9 para S7 em termos de
qualidade de recepção, certamente será pequena, mas a diferença enorme de 16
vezes menos energia, proporcionará uma economia extraordinária, e preservará o
equipamento por muito mais tempo. É neste pequeno grande detalhe técnico que
reside o sucesso mundial da operação QRP (baixa potência), onde com apenas 5
watts e uma boa antena se cobre todo planeta.
No próximo comunicado (QSO), quando você receber uma
reportagem de S7 por exemplo, baixa a potência de saída do seu transmissor à
metade, e certamente terá uma surpresa agradável, pois o seu colega não notará
uma diferença de sinal no medidor de "S" dele.
O objetivo aqui é demonstrar o quanto é importante
uma reportagem numérica bem dada, para ajustarmos o nosso transmissor, sempre
para um mínimo necessário sem prejuízo da qualidade do comunicado. Naturalmente
se recebermos uma reportagem de S5 (sinais bastante bons) estando transmitindo
com 100 watts, e reduzirmos a potência para 25 watts, passando a oferecer ao
nosso colega um S4 ( sinais razoáveis), estaríamos submetendo o nosso colega a
um prejuízo na qualidade do QSO. O bom senso
e o conhecimento técnico deverão conduzir nossa atuação.
Portanto, caso o caixa esteja em alta, e o QSJ
derramando, invista primeiro em um bom sistema irradiante,e somente em um
segundo plano invista em um linear de potência. Considere finalmente que a
antena "Leva" e "Traz" um sinal, o linear só
"Leva". O uso do linear sem necessidade específica, tem no inverno a
vantagem de esquentar o shacke ( cabana, barraco). Para os que operam em
CW há uma vantagem adicional. A
telegrafia usa apenas 20% ( 1/5) da energia de uma operação em SSB (Banda
Lateral simples ), com a mesma eficiência de sinal. Toda esta economia pode
parecer exagero, mas se nos transportarmos para uma situação onde o suprimento
de energia é reduzido ou limitado, ( operações de emergência a Bateria p. ex.
), saber tomar uma decisão técnica
adequada, pode significar, entre manter ou não um comunicado. E se a situação
for transportada ao mar, ou ao ar em
condições de perigo, pode significar a vida ou a morte.
Sistema de
Reportagem R -S - T
O
sistema de reportagem RST é seguramente o mais difundido em todo mundo
radioamadorístico, sendo o único empregado
nas nossas comunicações. Todavia é necessário sabermos que o sistema RST
não é o único.
R
= A letra "R" é empregado
para a intelegibilidade dos sinais, numerada de 1 -5.
1 - Ilegível
2 - Apenas legível, se
distingue uma ou outra palavra.
3 - Legível, com
dificuldade.
4 - Legível,
praticamente sem dificuldade.
5 - Perfeitamente
legível.
S
= A letra "S" é empregada
para a intensidade dos sinais, numerada de 1 -9.
1 - Sinais apenas
perspectiveis.
2 - Sinais muito débeis.
3 - Sinais débeis.
4 - Sinais razoáveis.
5 - Sinais bastante
bons.
6 - Sinais bons.
7 - Sinais moderadamente
fortes.
8 - Sinais fortes.
9 - Sinais extremamente
fortes.
T
= A letra "T" é empregada para a tonalidade dos sinais, numerada de 1
- 9.
1 - Nota muito rouca e com rasposidade.
2 - Nota de CA muito
grave e sem musicalidade.
3 - Nota de CA grave com
alguma musicalidade.
4 - Nota de CA com um
grave suave, moderadamente musical.
5 - Nota de modulação
musical.
6 - Nota modulada, algo
estridente.
7 - Nota quase de CC,
com zumbido.
8 - Nota de CC com muito
pouco zumbido.
9 - Nota de CC pura e
cristalina.
Nota: Para a reportagem de sinais em
fonia, devemos suprimir a tonalidade.
Operação “Split”
A operação Split significa para nós uma
operação de freqüência dividida. O
tipo de emissão e a largura do espectro de freqüência utilizado bem como a
potência, esta fixado em normas do Minicom e regulamentos internacionais. Estes
valores variam de acordo com as faixas, HF, VHF, UHF etc. Na faixa de HF esta
largura internacionalmente aceita é de 10Khz. É este pequeno “espaço” que vamos
ocupar na operação Split, isto é, na operação de freqüência dividida.
Para que possamos fazer uso deste tipo de operação,
é necessário que o nosso equipamento transceptor esteja provido desta
modalidade, pois são necessários dois VFO e um sistema de comutação automática.
A operação em freqüência dividida emprega como já dissemos dois VFO’S sendo um
para a transmissão e o outro para a recepção. Quando acionamos o comando Split,
os VFO’S se ativam automaticamente cada vez que acionamos o PTT ou o
manipulador. Quando apertamos um PTT/Manipulador, acionamos o VFO de
transmissão, ao soltar o PTT ou interromper a manipulação, entra
automaticamente o VFO de recepção. Este processo permite que variemos a
freqüência dentro da sua largura, sem que um VFO interfira no outro.
Quando escutamos uma estação muito rara e
conseqüentemente caçada e desejada, é provável que no momento da contestação,
se façam presente um grande número de estações, e naturalmente para desgraça
geral, todas ao mesmo tempo. Começa naturalmente a ficar difícil identificar
tantas estações, todas transmitindo ao mesmo tempo. Este verdadeiro
empilhamento tem uma certa emoção, mas ao mesmo tempo é ineficiente, toma muito
tempo, que as vezes não se dispõe por fatores de propagação. Há também o fator
frustração, como sabemos “Tubarão come lambari”. A confusão pode chegar a tal
ponto, que a nossa estação tão procurada e desejada desapareça no meio da massa
de ruído.
Quando se instala este verdadeiro caos, a estação de
DX, que via de regra são operadas por colegas experientes, sabendo
antecipadamente que o mundo desabará sobre seu chamado, com dezenas de
estações contestando simultaneamente,
tomará a si a responsabilidade de anunciar a operação “Split”. A partir da
atual freqüência de transmissão fará um Split plus 5Khz para a recepção. Isto
significa que a estação DX continuará a transmitir na atual freqüência, mas
fará a escuta 5 Khz acima. Se desejamos manter o contato devemos acionar o
nosso Split com a freqüência da nossa transmissão na freqüência de recepção da
estação DX. A estação DX atenderá àquela estação que ele escutar melhor, dando
apenas o nosso indicativo e a reportagem
p. ex. (Z5AA 45N) estará assim confirmado o contato, lembremo-nos que um contato para ser válido terá que ter
no mínimo a troca de indicativos e a reportagem, a hora UTC e a freqüência
trabalhada farão parte do Log (registro de comunicados) Estes registros
obedecem a um padrão e em competições são feitos por computador, o organizador
recebe o disquete com o nosso Log que poderá ser facilmente conferido através
de um software, e as classificações são apuradas rápida e seguramente.
World Locator System
Localizador ou simplesmente Locator, é um sistema de
localização desenvolvido em princípios dos anos 60, por um grupo de
radioamadores austríacos. O objetivo primeiro do sistema era ampliar as
regiões, com precisão maior do que os países e estados, nos contatos de VHF/UHF
na Europa. O sistema foi submetido a apreciação da IARU, e hoje esta em pleno
uso para todas as modalidades de radioamadorismo nas três regiões do mundo.
Alguém poderia perguntar, e o sistema de coordenadas
geográficas ? foi abandonado ? certamente que não. A coordenada geográfica é na
realidade um ponto, o que para fins de DX, concursos e diplomas seria
impraticável, isto é, uma precisão exagerada, como seria o exagero da
imprecisão referir-se a região PY. Se nos referirmos a região PY5 ainda assim
temos uma enorme imprecisão. Todavia, se subdividíssemos a região PY5 em
pequenas frações de área medindo +- 9,2
KM por 4.6 KM, já teríamos uma precisão bastante razoável.
Pois bem, o sistema Locator vem exatamente com esta
proposta, a localização de um pequena área, suficientemente precisa para poder
ser trabalhada nos contatos de DX, concursos e experiências de propagação
etc. O sistema coloca o mundo numa
Matrix, uma malha composta de grandes Campos como unidade básica.
Abrangendo cada Campo uma área de 20 graus de longitude por 10 graus de
latitude. Medindo no equador aproximadamente 2.222 Km por 1.111 Km. ( O tamanho
tende a diminuir no sentido dos pólos, pelo efeito da projeção de Mercator na
área de um esferoide ) Se abrirmos um mapa Mundi e, repartindo-o em quatro
partes, teremos em cada quarto, exatamente 81 Campos. O mundo estará
assim dividido em 324 Campos.
A próxima subdivisão, será a divisão de cada Campo
em Quadros.
Cada Quadro terá 2 graus de longitude por 1 grau de latitude, com uma área
aproximada ao nível do equador 222 Km por 111 Km. O que significa, que cada Campo
se comporá de 100 Quadros.
A próxima subdivisão, a menor do sistema, será a
divisão de cada Quadro em Quadrículos. Cada Quadrículo
terá 5’ (minutos) de longitude por 2,5’(minutos) de latitude, com uma área
aproximada ao nível do equador de 9,2 Km por 4,6 Km. O que significa que cada Quadro
se comporá de 576 Quadrículos.
Resumindo:
A Matrix ou a Malha que envolve o nosso planeta, se
comporá de:
- 324 Campos
- 32.400 Quadros
- 18.662.400 Quadrículos
Certamente esta ficando claro para que serve o locator ? É só começar-mos a
fazer DX, temos dezoito milhões de quadrículos para trabalhar.
A identificação dentro do sistema é composto de seis
caracteres agrupados numa seqüência de letras e números.
Exemplo:
Pos. 1 = Letra
Pos. 2 = Letra
Pos. 3 = Numero
Pos. 4 = Numero
Pos. 5 = Letra
Pos. 6 = Letra
Portanto um locator sempre se apresenta assim,
GG54KL que corresponde ao QTH/base de PY5GM que esta localizado na coordenada
geográfica de 49°08’,237S 25°30’,437W.
Para determinar o seu locator, providencie antes de
mais nada o Manual do Localizador do
nosso colega PY2BBL, Alberto João Laimgruber (vide Bibliografia) que alem do
excelente manual, apresenta também um
programa para computador.
Para determinar a coordenada geográfica do seu
QTH/base providencie uma carta geográfica da sua área, com um escala de no
mínimo 1 : 250.000 (Quanto menor a escala melhor). Uma carta CAP, Carta
Aeronáutica de Pilotagem já é um bom começo.
As cartas geográficas com boa precisão estão
disponíveis, mas não são fáceis de serem encontradas, e quando o são, muitas
vezes nos oferecem cópias xerográficas que absolutamente não tem valor para a
nossa finalidade. O melhor seria termos, um GPS ( Global Position System), ou
um amigo navegador que o tenha, que sendo um instrumento de navegação
Eletrónica de alta precisão, de cuja leitura teremos a nossa posição geográfica
em Latitude e Longitude alem da altura do nosso QTH/base instantaneamente.
Caso você se
perca, não desanime, pois certamente encontrará colegas que se colocarão QRV
para ajuda-lo. Não esqueça ! Determinado o seu locator, faça-o constar em seus cartões de QSL, e
muitos colegas, em particular do
exterior, lhe ficarão gratos.
GÍRIAS
Os
dicionários definem gíria como "linguagem especial de fadistas, gatunos e
malandros etc." para não serem compreendidas por outrem. CALÃO, gíria de
linguagem baixa, grosseira e obscena.
GÍRIA é a palavra
que designa um objeto ou a expressão que designa uma ação empregada analógica e
pitorescamente na designação de outro objeto e de outra ação. Há sempre uma
analogia na gíria, embora remota, oculta, ou até inatingível. A gíria, como o
termo oficial, pode evoluir continuamente por novas analogias.
Ninguém pode fazer
linguagem secreta das gírias elas se difundem rapidamente; nem os fadistas,
gatunos, etc. as usam com tal intenção.
Toda profissão ou
ocupação tem vocabulários e expressões característicos, paralelas à
terminologia correspondente. Essas criações podem ser contínuas, mas nem sempre
são adotadas como linguagem corrente.
As gírias
apesar de muito difundidas e utilizadas,
devem ser evitadas ao máximo.
O
QUE É UM DX
A radiocomunicação
desde os seus primórdios, lançou como desafio principal, o gradual aumento das
distâncias das comunicações, tanto na área do radioamadorismo, como da área da
atividade profissional, sempre objetivando alcançar maiores distâncias com o máximo
de racionalidade econômica possível.
Pode-se dizer de
forma genérica, que "DX" ( Distância ...X, o xis aqui se refere a
incógnita), em radioamadorismo, é a procura constante, na comunicação a larga
distância, compondo com outros países ou pontos mais longínquos e que
apresentem maior dificuldade na realização do contato.
Para que houvesse
um parâmetro de organização para a busca desses contatos a larga distância,
convencionou-se internacionalmente uma lista de países, publicada pela ARRL-
American Radio Relay League, como sendo um parâmetro formal de localidades que,
para os efeitos de "DX", seriam considerados como países.
Esta lista é
constantemente adequada às mutações de ordem técnica, política e social, de tal
forma que sempre se tem esta listagem atualizada, de países válidos para
efeitos de "DX".
Desta forma, de
tempos em tempos, são retirados e acrescidos, da listagem oficial, novos
países, como também acréscimos e retiradas de códigos de prefixos dos vários
países listados.
O QUE É UM "DX-man"
Em termos
radioamadorísticos internacionais, "DX-man" (operador de DX) é aquele
radioamador que, dentre as diversas operações radioamadorísticas, tais como;
rodadas, bate-papos casuais, operação VHF, UHF, rastreio de satélite,
utilidades públicas, apoio logístico a dificuldades em calamidades, contestes
nacionais e internacionais, procura, com ênfase especial, constantemente
aumentar seu escore de contatos a longa distância.
Convencionou-se,
internacionalmente a existência de um patamar, para a definição do “DX-man”, e
este patamar, embora não totalmente aceito pela classe radioamadorística
internacional, se caracteriza como o "DXCC".
"DXCC" é
um certificado comprobatório, atestando que o radioamador requisitante
trabalhou e recebeu confirmação de no mínimo 100 países em todo o mundo.
Em virtude da
operação de "DX" ser, em realidade uma competição, e por natureza,
toda competição deve ter um pressuposto de desafio de melhoria de performance,
pode-se dizer que a operação "DX" é uma competição que não termina,
pois constantemente criam-se novos países, para efeitos do DXCC, criam-se novas
complexidades nos diversos certificados de tal forma que o "DX-man” deve
estar sempre superando a sua marca anterior.
Após ter conseguido
o certificado do DXCC, o “DX-man” poderá se candidatar aos seguintes
certificados dele decorrentes: DXCC-CW, SSB ou misto, 5BDXCC - l00 países em
cada uma das 5 bandas (80, 40, 20, 15 e 10).
CONTATOS DE DX
Embora possa manter
uma conversação mais longa durante um contato de "DX", via de regra,
quanto mais rara for a localidade em conexão, mais rápido deve ser o QSO,
chegando mesmo, em alguns casos a se trocar somente a reportagem.
EXPEDIÇÕES DE DX
As expedições de
"DX" são viagens organizadas, via de regra, por excelentes operadores
de "DX” a localidades raras por períodos curtos. Estas expedições são por
demais solicitadas por toda a população radioamadorística mundial, requerendo,
portanto muita habilidade e paciência para trabalhá-las, pois os períodos de
operação são normalmente, muito curtos, às vezes apenas 48 horas, o que torna o
trabalho de operá-las um jogo de xadrez.
A ARRL mantém
regras bastante rígidas com relação a aceitação da expedição como válida, para
efeito de país, sendo que os parâmetros principais, para esse juízo, se
caracterizam pela autorização certificada pelo poder competente daquele país,
para utilização de prefixo na expedição; localização geográfica da localidade
dentro dos parâmetros mínimos de distância estabelecidos pela ARRL.
A TíTULO DE
CURIOSIDADE, ANALISANDO A LISTA OFICIAL DA ARRL, CONSTATAMOS QUE NO BRASIL
PODEM SER COMPUTADOS QUATRO PAÍSES: BRASIL CONTINENTAL, ILHA DE FERNANDO DE
NORONHA, ILHA DE TRINDADE E ILHAS DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO.
CONTESTES INTERNACIONAIS
O mundo radioamadorístico
internacional, com a finalidade de promoção do radioamadorismo a nível de
competição, houve por bem instituir vários "contestes internacionais"
os quais, nos últimos anos têm recebido um afluxo cada vez maior e uma
aceitação cada vez mais impressionante pelos radioamadores do todo o mundo.
Os contestes
internacionais são competições, de quase sempre 48 horas, onde os parâmetros de
pontuação e de escore, são conseqüência do maior número possível de
"Comunicados”, com maior número de multiplicadores (países ou zonas),em
determinadas condições especiais.
Os principais
contestes internacionais da atualidade são: Word Wide DX Contest e WPX Contest,
promovidos pela revista CQ Magazine; WAEDC, promovido pela Alemanha; ARRL
Contest, promovido pela American Radio Relay League; 40 meters World SSB
Championship, promovida pela revista 73, dos Estados Unidos; Scandinavian
Constest, promovido pela Suécia UIT promovido pelo Brasil.
INSTRUMENTOS AUXILIARES À OPERAÇÃO
DX
O "DX-man”
para melhorar gradualmente seu escore, obrigatoriamente tem que se utilizar de
vários instrumentos que passam a ser condição "sine qua non "para uma boa operação técnica de "DX".
Dentre os
principais instrumentos podemos citar:
1. Um bom equipamento, com ênfase em
seletividade na recepção e, principalmente, um ótimo sistema irradiante e que
disponha de VFO remoto para operação SPLIT;
2. Ser assinante de pelo menos um
boletim informativo de "DX";
3. Dispor de mapa orientativo de
direcionamento de antena para as diversas regiões e zonas do mundo, para
comunicação via lado curto e via lado longo;
4. Manter um arquivo bem organizado
dos países trabalhados, QSL (Cartão de Confirmação de Comunicado) enviados e
QSLs recebidos, para se ter sempre à mão e imediatamente a informação se a
estação no momento ouvida lhe falta ou não;
5. Dispor, se possível, de "DX
Edge", gráficos demonstrativos de condições de propagação via caminho
curto e via caminho longo, para o mundo inteiro;
6. Dispor da publicação da Marinha
Brasileira, MUF, que se constitui de mapas gráficos com as determinantes de
máxima freqüência utilizável para as várias horas GMT do dia;
7. Dispor de informações sobre a
realização dos principais contestes internacionais e participar dos mesmos, ao
menos como escuta, pois geralmente algumas expedições e figurinhas raras
aparecem nestes eventos;
8. Dispor de informações de NET de DX
regulares em todo o mundo;
9. Freqüentar rodas de DX, para
colher informações expedições ou países raros;
10. Ser bom pagador de QSLs, para poder ser
bom recebedor de QSLs. adotando a prática, para
países raros ou expedições, de enviar o seu QSL acompanhado de cupons
réponse e envelope subscrito para
devolução do QSL do DX trabalhado, via aérea;
11.Afora
todos os instrumentos acima, a paciência, perseverança e escuta são, sem dúvida
alguma, os principais instrumentos para uma boa operação de DX.
CONDIÇÕES DE PROPAGAÇÃO
É extremamente
importante para o DX-man conhecer, a certo nível de detalhes, os diversos fatores
que influem diretamente nas condições de propagação das várias bandas de
radioamadorismo.
As comunicações em
HF, como todos sabem, se fazem, para distâncias maiores, através da reflexão
das ondas de radiocomunicação na ionosfera.
Este fenômeno de
reflexão na ionosfera permite contatos com uma reflexão ou mais e, logicamente,
quanto maior o número de reflexões, maior é a perda por absorção no ato de
reflexão, quer na ionosfera, quer na camada terrestre.
Este fenômeno
determina as seguintes afirmações:
1. Quanto mais alta for a camada de
ionosfera, maior distância pode ser alcançada em cada uma das reflexões;
2. A distância entre a camada
ionizada e a terrestre varia entre 110 e 330 km;
3. Quanto menor for o ângulo de
irradiação do sistema de irradiante, mais largas distâncias poderão ser
alcançadas no mesmo número de reflexões;
4. Quanto maior for o teor de
ionização, teremos menor absorção na reflexão;
5. As manchas solares influem
diretamente na ionização das camadas de reflexão;
6. Maior ionização coincide com o pico
de manchas solares;
7. Um ciclo dos efeitos solares
refere-se a um período de 10 a 11 anos, sendo que o último se deu em l989/90;
portanto o próximo pico (melhores condições de propagação) se dará entre
l999/2000;
8. Os fenômenos de ionização da
atmosfera, em consequência das manchas solares, determinam os vários momentos
para as várias posições geográficas, as máximas freqüências utilizáveis (MFU);
9. Contatos em freqüências superiores
a MFU teoricamente são impossíveis;
10. Quanto menor forem os efeitos das
manchas solares na ionização, menor será a máxima freqüência de utilização;
11. Em vista deste fenômeno, a
propagação nas baixas freqüências (3,5 e 7 MHz) melhora consideravelmente nos
períodos de pouca atividade solar;
12. As freqüências ideais de operação
de radiocomunicação em radioamadorismo a larga distância se situam na faixa de
l5% abaixo da máxima freqüência utilizável (OWF).
Outro instrumento tremendamente
importante em comunicações de DX é uma visualização imediata das zonas escuras
e claras de todo o globo terrestre, determinando, desta forma, e com base no
MUF, as formas ideais de se contatar com determinada estação.
Por tudo isso, recomenda-se a VOCÊ, radioamador a
observação dos preceitos éticos do DX
1. Que o seu microfone seja o veículo
da sua palavra e do seu pensamento;
2. Que suas palavras estão sendo
ouvidas no Brasil e no exterior;
3. Que, do que disser, dependerá o
conceito que cada ouvinte fará do radioamadorismo brasileiro;
4. Que não pode fugir à boa ética de
uma terminologia que não venha ferir com expressões menos elegantes e palavras
de sentido equívoco, a susceptibilidade dos que escutam;
5. Que, se suas palavras não forem
medidas e pesadas, poderão elas condicionar uma idéia errônea de todos os
radioamadores de uma região ou país;
6. Que, se uma medida ou atitude dos
órgãos não o agradar, se uma erro ou falha administrativa causar dissabores,
não extravase os sentimentos na faixa: faça-o por escrito ao órgão responsável;
7. Que as críticas que fizer pelo
microfone, nada constróem, ao contrário, despoetizando a instituição, farão a
mesma perder a consideração pública, além do péssimo exemplo de indisciplina
dado a quantos o escutam;
8. Que não deve confundir liberdade
democrática com licenciosidade;
9. Que nunca deve enfileirar-se com
aqueles que, por motivos inconfessáveis, procuram tudo denegrir, aviltar e
confundir, numa demonstração entristecedora da falta de patriotismo e de
brasilidade;
10. Que deve ter sempre presente os
termos em que lhe foi concedido o privilégio de possuir um transmissor,
privilégio que nem todos os países concedem aos seus concidadãos;
11. Que a disciplina do radioamador
deve ser observada em toda a sua plenitude, pois o radioamador é cavalheiro,
leal, progressista, cordial, solidário e patriota;
12. Que o radioamador nunca deve
reclamar um canal exclusivo, aceitando com humildade e cavalheirismo as
eventuais interferências;
13. Que o radioamador nunca deve
sintonizar o transmissor na freqüência ocupada, aí talvez esteja em curso um
comunicado importante;
14. Que, tanto quanto possível, nas
operações de CW, não deve o radioamador se afastar das faixas reservadas
exclusivamente a esse fim;
15. Que não deve deixar o colega, com
quem você se comunicou pela primeira vez, esperando indefinidamente a
confirmação do "QSO". A troca de QSL é uma regra social;
16. Que o indicativo de chamada é a
sua característica pessoal e por isso não deve ser omitido nos QSOs devendo ser
declinado por completo, sempre;
17. Que, em todos os comunicados que
realizar, deve mostrar-se amistoso, interessado e compreensivo; a maneira de
fazer as coisas é tão importante quanto as coisas que devem ser feitas;
18. Que deve ajudar os menos
experimentados; o radioamadorismo é um escola na mais ampla expressão do termo;
19. Que deve fazer do radioamadorismo
uma diversão sadia, social e instrutiva, pois os radioamadores sintonizam o
mesmo objetivo e sincronizam os mesmos ideais de paz, harmonia e progresso.
PRECEITOS
GERAIS DE ÉTICA OPERACIONAL
Muitas vezes um
radioamador novato, ou mesmo um veterano, pode desenvolver
maus hábitos e procedimentos de operação radioamadorística inadequados apenas pôr falta de conhecimentos
dos procedimentos corretos. Os comentários
abaixo fornecerão princípios básicos para uso consciencioso das nossas
freqüências.
1.
Antes de fazer uma chamada geral CQ certifique-se de que a freqüência
esta desocupada.
2.
Quando você contestar um chamado geral, sintonize seu equipamento
“beat zero” na freqüência do colega, para facilitar sua recepção. A
única exceção a esta regra ocorre nos casos de operação “split”,
previamente anunciada. Alem disso, tenha presente que nossas faixas, cada dia estão se
tornando menores, diante do crescente
número de amadores.
3.
O coordenador de uma rede ou rodada, é o responsável pela condução
da mesma de forma ordenada e cortês, de tal forma, que não
perturbe outros comunicados.
4.
Nenhuma rede ou operador individual tem o direito exclusivo a uma freqüência específica em determinados
horários, a menos que esteja
conduzindo um trafego de emergência. O uso de uma freqüência
pertence a quem a esta ocupando no momento. Não esqueça que o serviço de
radioamadores é antes de tudo um serviço compartilhado.
5.
Não interrompa ao meio uma conversação, se você pretende fazer uma chamada a uma
outra estação, ou pretende juntar-se ao grupo, ou
rodada. Espere ao menos, até que o cambio da estação que esta com a palavra termine e, só então
anuncie seu indicativo de Chamada,
depois que a estação que estiver
falando desligar o PTT ou o VOX. O
uso do “break”, só é permitido em caso de comprovada
EMERGÊNCIA.
6. Identificar-se com “Boa
Tarde “ ou “Bom Dia “ etc. não é um procedimento aceitável, pois sempre
provocam um retorno inútil que poderia
ser evitado pois fatalmente alguém perguntará “Quem Chamou” e pôr ai afora.
7. Você não tem necessidade
de identificar-se a cada passagem de cambio; faça-o a cada 5 minutos no máximo,
de forma completa e correta no inicio e
fim de um comunicado. Estas são regras aceitas internacionalmente.
8.
Se você achar que uma nova estação chegou à freqüência que não sabe quem é você, é um
bom procedimento operacional, e pôr cortesia,
dê-lhe seu indicativo, nome e local da onde você esta operando.
9.
A estação que, pela ordem esta para usar
a freqüência, é a única estação
que deverá atender a quem chamou e se identificou.
10.
Mesmo que a estação que pediu oportunidade, seja seu melhor amigo, se não for a sua vez de
falar, não entre na freqüência, não o cumprimente e
não lhe dirija a palavra, aguarde a sua vez. Quem pede oportunidade será atendido pelo colega
da “vez” e após a sua identificação, devolverá
a palavra a quem lhe concedeu, para que este possa fazer seu cambio,
segue-se a seqüência normal, incluindo o colega que pediu oportunidade.
11.
É sinal de pratica operacional deficiente deixar a freqüência “a quem
de direito “, pois normalmente gera confusão logo a seguir.
12.
É extremamente desagradável desenvolver uma conversação bilateral
em uma rodada, com os demais ficando à parte.
13.
Nunca faça comentários ou observações durante a conversação dos outros. É
extremamente deselegante.
14.
Nunca tente transmitir “sobre “outra estação. Primeiro porque é ilegal, segundo,
porque prejudica a todos, pois nenhuma das estações
será compreendida.
15.
Se você acha que esta modulando junto com alguma outra estação,
solte o PTT, ou VOX e ouça para certificar-se.
16.
Se a uma estação é cedida a freqüência para fazer uma chamada, e a estação chamada se
faz presente, a conversação entre ambas deverá
ser breve. Ou ambas mudam de freqüência, salvo que os demais
não façam restrições ao uso da freqüência.
17. Use
fraseologia adequada, e frases elegantes em sua conversação. Evite palavreado chulo, ou palavras de sentido duvidoso e impróprio das bandas de
radioamadores, de forma que não
venha ferir a susceptibilidades dos que estão escutando.
18. Lembre-se
que sua transmissão esta sendo escutada pôr muitos radioescutas,
inclusive não radioamadores, com monitores e rastreadores de banda. Do que você disser
nas faixas, dependerá o conceito
que cada ouvinte fará do radioamadorismo brasileiro.
19.
Não interrompa quem esta falando, salvo se tiver algo muito importante
a acrescentar . Interromper não é mais educado em rádio do
que pessoalmente.
20.
A palavra “break”, é estritamente reservada para o tráfego de emergência.
Emergência (via de regra envolve diretamente a salvaguarda
da vida humana)
21.
Não extravase sentimentos negativos pela faixa, quando medidas de autoridades, órgãos
diretivos etc., não forem do seu agrado. Quando
quiser criticar, faça-o pôr escrito, acompanhado de uma sugestão
viável.
22.
Evite enfileirar-se com os que, pôr motivos inconfessáveis, procuram
tudo denegrir e aviltar.
23.
Não opere em freqüências que não lhe são permitidas.
24.
Os comunicados devem ser amistosos e compreensivos. A maneira
de fazer as coisas é tão importante quanto as coisas que devem
ser feitas.
25.
Ajude os menos experientes. Faça-o de uma forma elegante, desinteressada e com paciência e tolerância.
26.
Mantenha-se permanentemente atualizado com a legislação do radioamadorismo. Tenha sempre
presente os termos em que lhe foi
conferido o privilégio de ser radioamador.
27.
Não utilize as faixas para propaganda de atividades comerciais ou políticas. Abstenha-se de atos
que possam caracterizar mercantilismo
do radioamadorismo. Alem de ser ilegal, sua conduta esta
sendo observada pelos seus companheiros.
28.
Guarde sigilo quanto às comunicações eventualmente ouvidas em outras faixas, que não as de
amador.
29.
Evite fazer críticas a outros modos de
transmissão, pelo fato de não
se dedicar a esta ou aquela modalidade operacional.
30.
Cada radioamador tem o direito de procurar alcançar os objetivos
legalmente abrangidos pela sua licença. Contudo, tem o dever
de evitar os inconvenientes ou o desprazer que possa causar a outrem.
31.
Se há um estreito segmento de faixa que é utilizado para comunicados
internacionais, não é descabido solicitar que os bate- papos
locais sejam efetuados fora desse segmento de DX.
32.
Nos bate-papos locais diários dê preferência para a utilização das bandas
baixas (40 e 80 metros) ou, então, utilize as bandas de VHF/UHF.
33.
Respeite os segmentos de bandas destinadas as diversas modalidades
e práticas operacionais. Há suficiente
espaço para uma convivência
harmoniosa e pacífica.
34.
Normalmente os comunicados a longa distancias têm preferência sobre os comunicado
locais.
35.
Se você tiver necessidade de um comunicados mais demorado, será demonstração de
camaradagem e consideração aos demais colegas
procurar uma janela fora do segmento de DX.
36.
QRM zero é coisa que não se pode pretender no radioamadorismo.
Sempre haverá um ou outro QRM neste ou naquele
QSO, devido ao congestionamento da faixas o que, diga se de passagem não é
motivo para descarregar na freqüência frases ou palavras
ácidas. Se você quer sempre comunicados livres de interferência,
o radioamadorismo talvez não seja a opção mais adequada.
37.
O Trote pela QRG, embora seja gozado para quem o pratica, predispõe a
outra parte a ficar desconfiada, gerando insegurança. Isto pode fazer com que, em casos de
emergência, ela não acredite no que esta ouvindo.
38.
Se você perceber que um colega iniciou a contestação de um CQ,
espere o resultado da contestação. Conforme a atuação do colega
que chamou o CQ. Se a contestação foi recebida, aguarde a sua vez. Caso contrario você pode
contestar a chamada.
39.
Se você tem uma estação poderosa, colabore para que todos tenham
a sua vez. Será fácil para você aguardar o termino do contato,
para então caçar a figurinha. Os colegas vão respeitar você pela sua consideração.
40.
É extremamente desagradável ouvir que este ou aquele colega impediu ou
dificultou um outro com QRM ou sinais de sua estação. Se
você opera com potência elevada, certifique-se que as laterais de sua QRG
estejam desocupadas. É uma demonstração
de extrema má educação, varrer
a QRG na base da potência, alem de ser
ilegal.
41.
Evite criticar pela faixa, ou então comentar sobre assunto de que não tem real
conhecimento. A crítica pela faixa pode assumir graves proporções
e causar males irreparáveis.
42.
Na ânsia de faturar um QSO, evite atropelar indevidamente a QRG
fazendo-se presente antes de concluído o contato anterior.
43.
Nos DX e “pile-up” respeite a ordem natural do QSO. Evite atender
a pedidos do tipo “ouça a um amigo”. Em casos excepcionais
essa prática poderá ser admitida apenas se a estação favorecida
for uma estação operando QRP.
44.
Em operação de CW use os sinais internacionais recomendados, principalmente ao
final de cada cambio, para evitar que escutas impacientes
possam prejudicar o QSO.
45.
Quando uma estação faz um CQ dirigido a um país ou região geográfica,
só responda se você estiver no local pretendido, caso contrario você estará atrapalhando
o colega na obtenção do seu objetivo
operacional.
46.
Faça sempre saber, que você evita contatar com estações que sejam violadoras habituais dos preceitos básicos de
ética operacional.
47.
Considera-se que um comunicado é válido quando as duas estações
tenham trocado os indicativos e as reportagens de forma correta.
48.
Respeite as freqüências das EXPEDIÇÕES de DX. Evite entrar na sua QRG em desacordo com as
boas normas de operação e ética radioamadorística.
Os operadores trabalham em condições difíceis, e fazem
verdadeiro malabarismo para atender milhares de chamadas do mundo inteiro. para
que cada um de nos possa faturar uma figurinha, ou um novo
país para o DXCC.
49.
Seja breve, preciso e conciso nos contatos DX. Nos “pile-up” dê o indicativo,
reportagem, e nada mais.
50.
Em CW nunca transmita acima da velocidade com a qual foi contestado.
51.
Não faça CQ intermináveis. Faça Chamadas curtas. A maioria dos
operadores de CW fazem QSY ao ouvir CQ intermináveis.
52
Estabelecido o contato cite os indicativos um ou no máximo duas vezes.
53.
Repita somente palavras e dados “chave”. Não transmita em QSZ
( Repetição de todas as palavras)
54.
Em telegrafia respeite os espaços, não emende as letras. O ritmo é
mais importante que a velocidade. Lembre-se, nossas faixas destinam-se
a amadores, portanto não há concurso de velocidade aqui.
55. Não se
preocupe em transmitir depressa. Use uma cadência moderada,
porem, a mais perfeita possível. Um telegrafista também é julgado pela sua capacidade de receber, e não apenas pela sua velocidade
de transmissão.
56.
A operação CW em alta velocidade pode e deve ser utilizada, desde que
ambas estejam em condições de fazê-lo, sem perda de informações.
57.
Quando ouvir em CW um colega emitir as
letras CL em final de QSO,
não insista. Será falta de cortesia, para quem já manifestou sua intenção
de fazer QRT.
58.
Jamais faça interrogatório quando contatar com um indicativo especial, A
única pergunta cabível é “PSE Manager? “, ou “QSL INFO”.
59.
Em uma operação “pile-up” isso deve ser evitado, pois a estação DX sempre passa os dados do respectivo QSL Manager.
60.
Escute bastante antes de “faturar” uma figurinha. Numa
“pile-up” só ofereça o seu indicativo após
saber de quem se trata, não pergunte
“PSE UR CALL”.
61.
Se a estação DX operar em “Split” e você não tem condições de faze-lo, esqueça a
figurinha, se não ficará perturbando os outros sem qualquer
chance de ser atendido.
62.
Não use o inicio de cada subfaixa para contestes, contatos QRS ou bate papo local,
pois são nessas QRG que se realizam as
DX - Expedições,
ou operam as figurinhas cobiçadas.
63.
Antes de ter acesso a uma repetidora, escute-a para familiarizara-se com o
seu funcionamento, peça oportunidade fornecendo
seu indicativo de chamada e local de onde transmite.
64.
Não acione as repetidoras desnecessariamente.
65.
Faça uma pequena pausa entre as transmissões, permitindo que outros colegas, e
talvez uma emergência, possam se fazer presente.
66.
Mantenha os comunicados o mais curto possível, para evitar o acionamento do temporizador.
67.
Utilize comunicados SIMPLEX sempre que possível, evitando utilizar as repetidoras
desnecessariamente.
68.
Utilize sempre a mínima potência necessária, evita sobrecarregar o seu rádio, e evita
acionar outras repetidoras mais distantes que utilizam a
mesma freqüência.
69.
Muitas repetidoras estão equipadas com o sistema “autopatch” (conexão à rede telefônica).
Abusos entretanto, podem levar a perda desta
facilidade.
70.
Embora instaladas no alto de torres, edifícios, e montanhas, as Repetidoras não caem do céu. Os
equipamentos, Antenas, cabos, e mão
de obra de um grupo de abnegados, são mantidos com um
custo razoável. Se você deseja usar a repetidora da sua região, entre em contato com a
pessoa responsável. SEM APOIO FINANCEIRO AS
REPETIDORAS EXISTENTES, NÃO PODEM SER MANTIDAS E PODERÃO SER
DESATIVADAS.
71.
Os princípios éticos são a base de um radioamadorismo sadio, fraterno e construtivo e visam
proporcionar a harmonia e o entusiasmo humano.
72.
Lembremo-nos que o radioamadorismo é um permanente exercício
de tolerância e aprendizado. O exemplo substituí a melhor oratória.
73.
Todos temos o dever de evitar que as autoridades de comunicações nos
venham a ensinar, o que já deveríamos ter aprendido
na convivência com pessoas educadas
74.
Os radioamadores devem conduzir-se nas faixas com integral respeito às
normas legais, sobretudo as que regulam o Serviço de Radioamador.
75. Nossas obrigações
perante aos demais colegas, não se limitam apenas a dispositivos regulamentares
e legais. Mais importante é o uso
do bom senso, e da cortesia recíproca, no uso compartilhado das freqüências que
nos são destinadas.
TÉCNICA OPERACIONAL
ESTAÇÃO
DE RADIOAMADOR é o conjunto de equipamentos necessários à execução do serviço.
É composta de transmissor, receptor, antenas e alguns eventuais acessórios.
TRANSMISSOR
é o equipamento responsável pela transformação do sinal básico de informação em
sinal de radiofreqüência que será transformado por sua vez em onda
eletromagnética pela antena.
RECEPTOR
é o equipamento necessário a transformação do sinal de rádio freqüência
entregue pela antena receptora novamente em sinal básico de informação.
TRANSCEPTOR
é um equipamento que contém no mesmo invólucro ou caixa tanto o transmissor
como o receptor.
EQUIPAMENTOS
EXPERIMENTAIS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS, ESTABILIDADES E
TOLERÂNCIAS. No serviço de radioamador são permitidas experimentações e mesmo
utilização permanente de equipamentos experimentais, sendo essa possibilidade a
razão principal que criou esse serviço em nível mundial. Esses equipamentos, no
entanto, devem apresentar certas características técnicas mínimas para não
prejudicarem o próprio serviço. Assim a estabilidade de freqüência dos
transmissores deve ser a máxima possível que permita a técnica moderna
pertinente ao serviço. A tolerância na medida da freqüência deve ser minimizada
para evitar, principalmente, que nos extremos das faixas atribuídas ao
radioamador, possa haver invasão de faixas de outros serviços por erro de
medição. Características técnicas como potência irradiada, conteúdo de
harmônicos e espúrios, devem também ser controlados nesses equipamentos. Os
equipamentos comerciais já possuem controle de fábrica e têm que ser
homologados.
DIAGRAMAS DE BLOCOS DOS DIVERSOS
EQUIPAMENTOS
Há uma infinidade
de possibilidades de se arranjar blocos para se construir os diversos
equipamentos de amador. Vamos, portanto, nos restringir aos mais simples e
básicos nos casos de CW, AM, FM, e SSB. Todos os circuitos possuem uma fonte de
alimentação e, portanto, estas não aparecem nos diagramas por serem óbvias.
TRANSMISSORES AM
O
sinal de áudio do microfone é amplificado e aplicado ao modulador de amplitude
que modula a saída de um amplificador classe C excitado pelo circuito gerador
de RF (VFO). O sinal de saída deste é amplificado linearmente (para manter a
fidelidade de amplitude) se necessário, filtrado quanto aos harmônicos e
entregue à antena.
modulador
de
amplitude
|
à
|
VFO
amplificador
classe
C
|
à
|
amplificador
l*******à*****************************½*********
|
*********************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************************io, filtrado quanto aos harmônicos e o sinal de RF é entregue à antena.
SSB O sinal de áudio do microfone é levado a um modulador de
amplitude balanceado (que elimina a portadora) excitado pelo sinal de RF
proveniente de um VFO com amplificador classe C. Forma-se o sinal DSB. Este é
filtrado por um filtro de SSB e amplificado linearmente (tem que manter a
fidelidade de amplitude) se necessário, filtrado quanto aos harmônicos e
entregue à antena.
RECEPTORES
AM
(A3E) e FM (F3E)
Tipos de Emissão
O sinal da antena
é amplificado por um amplificador de RF linear e levado ao conversor que,
através do oscilador local, gera a FI. Esta é amplificada passando por um
filtro de largura conveniente para AM ou FM. O sinal, então, segue para o
detetor de AM ou FM cuja saída vai ao amplificador de áudio e ao alto falante.
Eventualmente uma linha de c.a.g controle automático de ganho) existe para
manter a saída mais estável possível e evitar saturações nos amplificadores de
RF e FI.
CW
(A1A) e SSB (J3E)
Tipos de Emissão
Até o amplificador
de FI o sistema é idêntico. O detetor aqui é, na verdade, um misturador (ou
detetor de produto) que mistura o sinal da FI com o do oscilador de batimento
cuja saída é o sinal de áudio que vai ao alto-falante. A linha de c.a.g é
gerada no detetor ou no áudio (este caso especialmente em SSB).
TRANSCEPTORES
A combinação dos
diagramas de blocos de um receptor e de um transmissor formam o diagrama de
blocos de um transceptor para cada modo de operação (CW, AM, FM ou SSB)
De um modo geral,
um transceptor comutaria a antena do transmissor para o receptor (ou
vice-versa) visto que esses normalmente operam em modo simplex (operações de
recepção e transmissão na mesma freqüência, e portanto, não simultâneas
Na prática os
equipamentos modernos são mais complexos com circuitos comuns entre recepção e
transmissão e possibilidade de operação em todos os modos e com muito mais
recursos e, devido à sua complexidade e variações possíveis não poderíamos
representar um diagrama.
TRANSCEPTORES QRP
Transmissores de
muito baixa potência (QRP, normalmente com menos de l0W), podem ser
construídos em casa com diagramas de blocos normalmente mais simples. O mesmo
acontece com seus receptores.
A simplificação
mais comum é a operação de transmissores com geradores de RF controlados a
cristal ao invés de VFOs (osciladores de freqüência variável) e os receptores
de conversão direta, isto é, com a FI operando na própria banda básica de
informação, ou seja, em áudio.
Nos transmissores,
os amplificadores de saída TÊM que ser lineares nos casos AM e SSB e podem ser
de classe C, mais simples e baratos, nos casos de CW e FM. Isso porque os dois
primeiros, sendo modulações em amplitude, necessitam de fidelidade em amplitude
e os dois últimos trabalham com amplitude, ou chaveada (CW) ou constante (FM)
e, portanto, não têm compromisso com a fidelidade de amplitude.
TRANSMISSORES
PARA A IRRADIAÇÃO DE SINAIS PILOTO (BEACONS)
São normalmente,
transmissores QRP, controlados a cristal, que emitem automaticamente um sinal
de CW (A1A) com um pequeno texto, identificando o local da emissão (pode ser
apenas o indicativo da estação, ou a posição geográfica ( Locator ), a sua
altura, e a potência de transmissão e tipo de Antena). São usados para a
verificação das condições de propagação em dada faixa.
INTERFACES PARA MODOS DIGITAIS
Os modos digitais
mais usados pelos radioamadores são o RTTY (Radioteletipo), o RADIO PACOTE
(Packet rádio) e o CW. O RTTY, normalmente operado em código telex BAUDOT de 5
bits ou código ASCII de 7 ou 8 bits, possuí um TU (terminal
unit) como interface entre um teclado/vídeo ou computador e o equipamento
rádio. Alguns equipamentos comerciais já incluem num só bloco o monitor de
vídeo, teclado e TU.
Para o CW, quando
este é efetuado via computador, o interface converte os sinais digitais do
computador em chaveamento e os tons da recepção em sinais digitais para o
computador.
O programa que
estiver rodando no computador se encarrega de converter os caracteres teclados
(transmissão) em sinais digitais e esses últimos em caracteres para o vídeo
(recepção) e também controlar os parâmetros como velocidade, peso etc.
A operação de
"packet" (e suas
variações) é efetuada normalmente através de um TNC (Terminal Node Controller)
inteligente entre o computador e o rádio.
O TNC pode ser
substituído por um modem mais simples (uma pequena placa na maioria das vezes
é bastante) e sem a inteligência necessária, mas o programa do computador
supre toda essa inteligência e o sistema opera perfeitamente.
ESTAÇÃO REPETIDORA
Este tipo de
estação opera, para voz, com transmissão e recepção simultânea. Em sinais
digitais como nodes para radio pacote, o modo é simplex. Assim, na operação de
voz, as freqüências de transmissão e recepção têm de ser diferentes.
Essa diferença é
conhecida como "offset". A freqüência do transmissor de um usuário é
idêntica à do receptor da repetidora e vice-versa.
Se uma repetidora
possuí freqüência de transmissão maior que a de recepção diz-se que ela tem
offset negativo, como é o caso das que operam na banda de 2 metros abaixo de
l47.000 kHz. As que possuem offset positivo têm sua freqüência de transmissão
menor que a de recepção como nas repetidoras de 2 metros com freqüência maior
ou igual a l47.000 kHz.
Apesar do offset,
devido ao sinal muito forte do transmissor na entrada do receptor e a
seletividade finita desse, quando o transmissor é posto no ar, bloqueia o
receptor. Para isso ser evitado, é necessária a colocação de filtro de alta
seletividade na banda de passagem e alta atenuação na banda de rejeição, além
de se recomendar fortemente antenas separa das para a transmissão e recepção.
Isto significa que o receptor capta somente os sinais de sua freqüência e
rejeita fortemente o sinal do transmissor. Para conseguir isto, é necessário
que se utilize filtros de alta qualidade do tipo de cavidades ressonantes. A
atenuação na banda de passagem (freqüência de recepção) é desprezível,
enquanto que atinge a ordem de 90 a l00db na freqüência de transmissão. A
calibração desse filtro é muito crítica e deve ser efetuado com equipamentos
especiais.
Normalmente a
operação fixa ou móvel é efetuada em modo simplex, isto é, freqüência de
transmissão é igual a de recepção e não se transmite e recebe simultaneamente
(os rádios normalmente não permitem transmissão e recepção simultânea por
construção). É necessário que se transmita "passe a palavra" para a
outra estação e somente volte-se a transmitir após cessada a transmissão da
outra estação. Não é como um telefone, onde ambos os interlocutores podem
falar simultaneamente, apesar de não ser muito cômodo. Aqui o termo
"passe a palavra" é genérico, mesmo nas comunicações que não
envolvem palavras sonoras reais, significando passar o "câmbio" ou
passar a transmissão a outrem.
Nas operações via
estações repetidoras, o rádio opera em modo half-duplex, isto é, transmissão e
recepção não simultâneas e freqüências diferentes. Apesar disso, a estação
repetidora opera em modo full-duplex, isto é, transmissão e recepção
simultânea (nas freqüências diferentes). São construídas na verdade, com um
transmissor e um receptor totalmente independentes para operação simultânea.
Algumas repetidoras de voz são construídas com dois transceptores comerciais
um operando como transmissor e o outro como receptor (em freqüências
diferentes).
As repetidoras de
sinais digitais (nodes e digipeaters) são normalmente transceptores comuns
operando em modo simplex.
Efetuar
transmissões full-duplex na mesma freqüência seria um processo muito
complicado e dispendioso para ser usado por amadores e até por estações
comerciais comuns.
FREQÜÊNCIA E COMPRIMENTO DE ONDA
Uma onda viaja num
meio qualquer na velocidade C de propagação nesse meio. Essa onda é
caracterizada por uma grandeza G que varia no tempo se alternando entre um
valor máximo e um mínimo. O número de vezes que, por exemplo, um valor máximo
ocorre por segundo é definido como a freqüência F da onda. O inverso de F
(1/F) é o período T da onda e é o tempo que decorre entre, por exemplo, 2
(dois) máximos consecutivos. A distância percorrida no período T é o
comprimento de onda.
Quando a onda é
eletromagnética, ela viaja com a velocidade da luz no meio. Se este for o
espaço livre, a velocidade é igual a 300.000 km/s e não pode ser superada por
nada que transmita informação. Num meio qualquer que não o vácuo, um plástico
ou água, por exemplo, a velocidade da luz pode eventualmente ser superada.
MEDIÇÃO DE FREQÜÊNCIA
A freqüência de um
sinal pode ser medida diretamente com um freqüencímetro. A entrada do aparelho
transforma cada período em um impulso. Um contador de impulsos é inicializado
em 0 (zero) e conta aqueles impulsos durante certo tempo, por exemplo, 1 s.
Assim, no fim de 1 s. são contados F impulsos. Após a contagem, o valor no
contador é memorizado em um "display" digital e o ciclo se repete
(zerando-se novamente o contador). Desse modo a freqüência ou o número de
períodos por segundo é mostrado no "display".
BATIMENTO
Quando dois sinais
de freqüência F1 e F2 passam por um sistema não linear, isto é, cuja saída não
é proporcional à entrada, as freqüências se misturam e produzem sinais de
freqüência soma ( F1 + F2) e diferença (F1 - F2). É o chamado batimento. A
diferença F1 - F2 é a normalmente aproveitada pelos conversores dos receptores
superheterodinos criando a FI (freqüência intermediária).
Nesse ponto de
vista converter, misturar, bater ou modular em amplitude têm o mesmo
significado. Um modulador em amplitude (AM) produz o batimento da freqüência
de áudio F1 com a portadora F2, produzindo F2-F1 e F2+F1 que são as bandas
laterais do AM.
ANTENAS
Uma antena nada
mais é de que um acoplador de energia entre o sistema de rádio ao espaço
livre. Se uma grandeza elétrica, por exemplo a tensão, é observada numa tal
antena, vê-se que essa grandeza se move sobre o condutor que constituí a
antena sob a forma de uma onda. Se essa onda atinge o extremo do fio (e
portanto não pode continuar), ela tem que retornar sobre o mesmo formando uma
onda estacionária na antena (não confundir com a estacionária da linha de
transmissão).
Se o tempo para ir
e voltar ao mesmo ponto de observação for múltiplo do período, a antena é dita
ressonante (e é equivalente a um resistor puro) e não ressonante em caso
contrário.
Se a onda ao longo
da antena não retornar por ser absorvida por um dispositivo no final do
condutor, por exemplo, não se forma onda estacionária e a antena é dita de
ondas progressivas. Dois bons exemplos desse caso são a antena rômbica e a
"long-wire".
ANTENAS
DIPOLO, VERTICAIS SIMPLES E V-INVERTIDOS
As antenas dipolo
de ½ onda
lineares (fio reto) no espaço livre e de fio fino (relação entre comprimento e
diâmetro da ordem de 10.000 ou mais) apresentam impedância (razão entre tensão
e corrente) no centro igual a 73 ohms (nominalmente 75 ohms). São fáceis de
acoplar pela existência de cabos coaxiais de 75 ohms.
Na prática, com a
presença da terra, essa impedância pode ser maior ou menor (se a antena for de
baixa altura certamente essa impedância será menor). A presença de obstáculos
e condutores próximos afetam também e normalmente de maneira imprevisível.
As antenas de ¼ de onda verticais finas
alimentadas na base contra uma terra ideal apresentam exatamente a metade do
valor da impedância do dipolo acima, ou seja, 36,5 ohms. São portanto, mais
difíceis de se acoplar pois não existe um cabo fabricado com esta impedância.
Pode-se trabalhar então com um plano de terra artificial constituído por
condutores radiais na base da antena. Se estes não forem perpendiculares à
antena, como no caso da chamada "pé-de-galinha" a impedância sobe,
podendo atingir os 50 ohms para os quais existe cabo coaxial comercial.
As antenas
verticais são feitas de tubo (não são finas) e seu comprimento de ¼ de onda na vertical é dado em
metros.
Os dipolo de meia
onda em V - invertido quando livres e com ângulo de abertura entre 90° e 120°
apresentam impedância da ordem de 50 ohms,(depende da situação de cada local).
Normalmente seu
comprimento é menor que a do dipolo horizontal. Uma boa fórmula de partida é a
do dipolo. O comprimento e o ângulo devem ser ajustados experimentalmente para
mínima ROE.
ANTENAS
DIRECIONAIS
Se a direção do
campo elétrico produzido por uma antena num ponto qualquer é constante, diz-se
que a polarização da radiação é linear e em contrapartida que a antena é
polarizada linearmente. Se essa direção constante for horizontal ou vertical,
assim o será a polarização e a antena.
Se a direção do
campo elétrico não for constante, diz-se que a polarização da radiação é elíptica
e a antena polarizada elipticamente; se além disso a intensidade do campo é
constante no tempo, a polarização é circular e a antena polarizada
circularmente. No caso elíptico ou circular, o campo elétrico gira para a
direita ou para a esquerda.
Uma antena de um
condutor reto é polarizada de acordo com a direção desse condutor. Assim uma
antena horizontal/ vertical é polarizada horizontalmente/verticalmente.
Uma antena
polarizada linearmente numa direção qualquer possuí polarização dita mista, isto
é, possuí componentes de polarização vertical e horizontal de mesma fase.
A polarização
elíptica é um tipo de polarização mista onde os componentes não estão em fase.
A polarização circular é mista mas os dois componentes têm a mesma intensidade
e a diferença de fase entre elas é de 90°.
Uma antena que
transmite simetricamente em todas as direções não existe na pratica, somente é
imaginada na teoria e chama-se irradiador isotrópico. Sua utilidade maior é na
especificação de ganhos de antena.
A distribuição
espacial do campo eletromagnético, o que é a mesma coisa, a distribuição
espacial da potência irradia da, é uma função da distribuição das correntes
nos diversos condutores que formam a antena.
Uma antena dipolo
de meia onda horizontal alimentada no centro, no espaço livre, irradia com
simetria circular em relação à antena, isto é, seja uma circunferência cujo
plana é perpendicular à antena e essa passando pelo seu centro, em todos os
pontos dessa circunferência a potência é a mesma.
Se em paralelo com
a antena original, pusermos outros condutores com suas próprias correntes, a
distribuição de campo se alterará, sendo possível se conseguir muito mais
intensidade numa direção que na oposta. Diz-se assim que a antena tem
características direcionais e ganho numa certa direção (com exceção do
irradiador isotrópico toda antena tem alguma diretividade).
O ganho da antena
é a razão entre a intensidade de campo na direção de máxima irradiação em
relação a uma antena padrão. Os padrões usados são a antena dipolo meia onda
no espaço livre e o irradiador isotrópico. Em db, o ganho pode ser expresso,
então como ganho em dbd (em relação ao dipolo) ou ganho dbi (em relação ao
irradiador isotrópico).
É importante notar
que esse ganho não é um ganho real de potência mas um aumento de intensidade
numa direção às expensas da intensidade do sinal em outras direções que
diminui (a soma das potências em todas as direções possíveis continuaria a ser
igual a potência entregue pelo transmissor).
TIPOS
DE ANTENAS DIRECIONAIS
Elementos
parasitas: São
condutores que possuem correntes induzidas pelo elemento da antena (onde é
conectado o cabo) e sem conexão com este. Modificam as características
direcionais da antena. Normalmente são paralelos ao elemento e próximos deste
(em relação à onda).
TIPOS:
Há diversos tipos
de antenas direcionais.
a) Yagi: antena composta por elemento
excitado e elemento parasitas (sem nenhuma excitação direta) paralelos ao
elemento excitado. Normalmente tem um refletor (~ 5% maior que o excitado) e um ou vários diretores(~5% menor que o excitado).
Pode-se escolher
corretamente o espaçamento entre os elementos para a antena apresentar maior
ganho ou maior relação frente-costas. A irradiação para os lados é muito
atenuada.
Como os elementos
parasitas diminuem a impedância de alimentação do elemento principal, é
necessário que se empreguem sistemas especiais de acoplagem (gama-match por
exemplo para se casar o cabo coaxial de descida).
b) Quadra: antena composta pelos mesmos
elementos da Yagi, porém esses não são elementos retos e sim quadros feitos
com fios condutores. O comprimento do elemento excitado total é de meia onda e
os parasitas com a proporção aproximada da Yagi.
É mais fácil o
casamento com a linha no caso da quadra por ser a impedância original (sem os
parasitas) maior que o caso Yagi. Podendo ser construída com fio, é uma antena
muito leve e resistente ao vento.
c) Parabólica de revolução: conhecida
também como simplesmente parabólica é uma antena constituída por um refletor parabólico
de revolução (superfície resultante do giro de um arco de parábola em torno de
seu eixo) "iluminado" por um dipolo (ou outra antena) posta em seu
foco. Devido á sua dimensão, só é usada efetivamente em freqüências de UHF
para cima.
Os ganhos que se
consegue são muito elevados e, por isso, essas antenas são usadas em
comunicação satélite.
d) Outras: Ainda em freqüência alta é
possível construir antenas especiais como:
Cilindro-parabólica:
superfície
gerada pela translação de um arco de parábola paralelo a si mesma e ao seu
eixo.
Helicoidal: é constituída de um refletor
(quadrado ou circular) e um helicóide enrolado sobre barras isolantes. O campo
gerado por essa antena possuí polarização circular girando no sentido do
helicóide, Sua banda é larga atingindo mais que 3:1 em freqüência.
Discone: é formada por um cone com o
vértice para cima e sobre este, um disco. Possuí banda larga e pode atingir
4:1 em freqüência. Normalmente encontrada em VHF ou UHF mas alguns amadores já
a construíram para 14 Mhz com sua banda atingindo 54 Mhz sem dificuldades.
O disco é isolado
do cone e a abertura deste é da ordem de 60°.
Em HF e mesmo VHF
baixo é necessário que o cone e o disco sejam feitos de fios no lugar de chapa
inteiriça para menor interação com o vento.
LINHAS
DE TRANSMISSÃO
A energia gerada
pelo transmissor é levada à antena através de um cabo chamado linha de
transmissão.
A razão entre a
tensão e a corrente no ponto de alimentação da antena se chama impedância de
alimentação.
Quando a impedância
for igual à do cabo que alimenta a antena (casamento perfeito), a energia que
se propaga no cabo não reflete na antena; a onda, no cabo, é progressiva e
toda a potência é transferida para a antena. Com a reflexão na antena, caso em
que as impedâncias não são iguais (descasamento), alguma potência retorna,
formando, no cabo, uma onda estacionária. A razão entre a maior e a menor
entre as duas chama-se ROE (relação de ondas estacionárias) ou SWR ou VSWR
(voltage standing Wave Ratio) e é, obviamente, uma medida de descasamento. Seu
mínimo valor é 1 (casamento total) e não tem limite superior.
Uma ROE de 2, por
exemplo, também pode ser especificada como 2:1 e é produzida quando a
impedância da antena for o dobro da do cabo ou vice-versa.
Define-se no caso
geral duas potências no caso: uma que vai do transmissor para a antena chamada
de potência direta Pd e outra no sentido contrário chamada de potência
refletida Pr.
MEDIÇÃO
DA ROE
Para medir a ROE
existem medidores apropriados. Esses somente medem corretamente a ROE na
impedância própria do medidor (a não ser para ROE = 1).Um medidor para 50 ohms
dará indicações erradas para ROE maior que 1 num sistema de 75 ohms.
Esses medidores,
na verdade, medem a potência refletida quando a direta é calibrada. Assim a
medida tem que ser feita em duas etapas. A primeira corresponde à calibração.
Põe-se a chave na posição calibração, ajustando-se o ganho do medidor para que
o ponteiro atinja exatamente o final da escala. Ao se virar a chave para
"ROE”, entra-se na segunda etapa e a leitura da ROE será direta na escala
apropriada.
A medição deve ser
feita inserindo-se o medidor na entrada da linha de transmissão, após
quaisquer acopladores eventualmente existentes e com a menor potência possível
no transmissor compatível com a calibragem. Isso evita sobrecarregar o medidor
e interferir em outras estações durante a medição.
O transmissor deve
ser posto no ar num modo qualquer de potência estável e contínua como, por
exemplo, AM ou FM (SSB e CW com o manipulador levantado não servem)
MEDIÇÃO
DE POTÊNCIA
As medidas de
potência podem ser de dois tipos: as medidas de potência direta e refletida
numa linha de transmissão e a medida da potência gerada por um transmissor.
Os medidores
específicos também operam sob determinada impedância de cabo e não serão fiéis
para cabos diferentes do especificado.
Como a potência
entregue a uma antena não retorna por ser irradiada e a potência entregue a um
resistor(que a dissipa por calor ou efeito de joule) também não retorna, diz-se
que a antena possuí uma resistência equivalente; assim se substituirmos a
antena por um resistor (de qualidade e valor apropriado de dissipação), o
transmissor não "percebe". A esse valor dá-se o nome de resistência
de radiação da antena.
Quando desejamos
medir a potência de saída de um transmissor, não o podemos fazer com este
conectado a uma antena irradiante por gerar interferência. Substituímos a
antena pelo resistor apropriado e fazemos a medida. Esse resistor chama-se
antena artificial. Conecta-se o medidor de potência entre o transmissor e a
antena artificial e lê-se diretamente o valor na escala. Esse valor, para um
sinal qualquer, é a potência média (esta é o produto dos valores RMS da tensão
e da corrente) e não potência RMS como muitos erroneamente chamam.
ATENÇÃO: A antena artificial, também chamada de antena fantasma, carga
artificial ou carga fantasma, tem que ser usada em toda medição que não
necessite irradiação por força de lei. A inobservância desse procedimento
constituí infração legal.
O descasamento de
uma linha de transmissão em si não causa nenhuma perda, ao contrário de como
muitos pensam. Apesar de haver potência refletida Pr, esta é subtraída da
potência direta Pd que, nesse caso, é maior que a potência gerada pelo
transmissor Pg. Essa última é igual à diferença entre a potência direta e a
refletida. Pg = Pd - Pr.
A vantagem de se
trabalhar com sistemas casados é que as linhas têm perda e estas crescem com a
ROE (especialmente em freqüências altas). Outro fator importante é que com ROE
maior que 1, as tensões (e correntes) ao longo do cabo, em alguns pontos, são
maiores do que os valor constante no caso da ROE = 1 e, portanto, a
especificação de potência máxima que o cabo tolera cai. O resultado é que se
por exemplo, um cabo pode transferir até l00 W com ROE = 1, só poderá
transferir 50W com ROE = 2. Acima dessa potência fica sujeito a se danificar.
Uma linha de
transmissão normalmente constituída por dois condutores próximos (isto é, sua
distância «) de modo»que a corrente, num ponto da linha, está viajando numa
direção num dos condutores com certa intensidade e, com a mesma intensidade,
na direção oposta no outro condutor. Numa situação de correntes simétricas e
muito próximas, a linha não irradia, pois, em qualquer ponto do espaço, o
campo produzido por um dos condutores é anulado pelo campo produzido pelo
outro.
Qualquer
desbalanceamento dessa simetria produzirá irradiação(pela simetria
transmissão-recepção, tudo que se disser a respeito de irradiação valerá
também para a captação).
Seja uma linha
casada, como já vimos anteriormente a razão entre a tensão V0 a
corrente I0 é constante ao longo desse cabo e chama-se impedância
característica do mesmo e é representada por Z0.
Casar o cabo
significa terminá-lo com uma resistência R=Z0. Quando ocorre
descasamento há duas ondas de tensão (ou corrente) independentes viajando no
cabo: uma direta e outra refletida. Para ambas ondas a razão entre tensão e
corrente é Z0, isto é, ambas viajam sob a mesma impedância.
Z0
depende da geometria e do material isolante entre os condutores do cabo.
Apesar disso, num ponto qualquer da linha, a tensão (ou corrente ) é o
resultado da soma das tensões (ou corrente) das duas condas. Assim, no extremo
do transmissor, a tensão V (corrente I) não será (no caso geral) mais V0
( I0 ). Por exemplo, pode ser que a tensão resultante seja maior
que V0 e a corrente menor que I0. Assim Z = V/I é maior
que Z0. Poderia ocorrer o contrário e Z seria menor que Z0,
ou até, Z = Z0 em certos casos quando a tensão e a corrente crescem
ou diminuem na mesma proporção, mantendo sua razão constante.
Note-se que a
linha é, então, um transformador de impedância, mas isso somente é possível se
houver reflexão ou onda estacionária.
Um cabo de
qualquer comprimento e casado não transforma impedância e, porisso, apresenta
ao transmissor a mesma impedância da carga, ou seja, Z0. A
transformação de impedância é uma função da carga, de Z0, do
comprimento da linha e da freqüência.
As ondas viajam
numa linha com isolante plástico com a velocidade de propagação menor que a no
vácuo; a velocidade no cabo é função do material isolante e o comprimento de
onda no cabo é menor do que o do espaço livre. A razão entre a onda cabo e
onda vácuo é o fator de velocidade do cabo. No polietileno é 0.66.
De um modo geral,
como vimos, diz-se que um cabo de impedância característica Z0 e
com uma carga Zc num extremo, reflete uma impedância Zr
ao transmissor no outro extremo.
CASADORES
(impropriamente
chamados ACOPLADORES)
Numa montagem é
muito comum (especialmente em HF baixa, onde as antenas são longas e sua
altura não é grande em relação a onda) é muito provável que não se consiga
casamento entre a linha de transmissão e a antena. Assim, no extremo do
transmissor, reflete-se uma impedância Zr muito diferente da
requerida pelo transmissor Zg (para correta operação deste). É
necessária, então a colocação de um casador de impedâncias entre o extremo do
cabo e o transmissor de forma a transformar Zr em Zg (um
gerador transfere a máxima potência a uma carga quando esta for igual a
impedância de saída do mesmo).
Este casador deve
ser implementado com componentes de alta qualidade para não introduzir perdas
indesejáveis de potência.
Pode ser
construído com circuito L-C ou, como já vimos, com uma linha de transmissão
apropriada. O sistema L-C é mais versátil pois pode ser ajustado nas diversas
freqüências e para diversas antenas.
No caso geral, a
impedância refletida Zr não é equivalente a um resistor puro, isto
é, possui componente reativa capacitiva ou indutiva) que tem que ser
eliminada, pois a impedância do transmissor Zg é pura resistiva e
assim também deve "ver" uma carga pura resistiva igual a ela para
transferir o máximo possível de potência.
Os casadores
comerciais já possuem internamente medidores direcionais de potência para se
minimizar a potência refletida ao transmissor, isto é, para casar a carga
deste.
Um casador faz Zr
= Zg mas nada pode fazer com relação à ROE no cabo, pois esta só
depende das impedâncias da antena Za e da do cabo Zo.
DISTRIBUIÇÃO
DE CAMPO NO ESPAÇO
As características
direcionais de uma antena podem ser observadas num plano horizontal ou
vertical.
Seja uma
circunferência com uma antena no centro e raio muito menor que as dimensões da
antena. Medindo-se a intensidade de campo ao longo dessa circunferência,
desenha-se a distribuição de campo (ou diagrama de irradiação) em função do
ângulo (referido a uma posição específica sobre a circunferência onde é
marcado o ângulo 00)
Se o plano da
circunferência for horizontal, tem-se o diagrama de irradiação horizontal e o
mesmo para o caso vertical.
No caso
horizontal, usa-se como ângulo 00 a direção de maior sinal e, no
caso vertical, 00 corresponde à horizontal no diagrama.
PROPAGAÇÃO
HF
O sol através de
sua atividade própria (com suas manchas) emite radiação ionizante entre
outras. Essas, como o ultravioleta, ionizam a nossa atmosfera numa camada
chamada ionosfera.
O número e o tipo
de manchas solares está relacionado com a propagação. Uma quantidade mais útil
no estudo de propagação de HF é o índice de fluxo solar que está diretamente
ligado às manchas solares. Maior quantidade destas maior o fluxo solar.
De acordo com o
meio de propagação, as ondas podem ser classificadas como ionosféricas,
troposféricas e terrestres.
a) Ionosférica: são as principais
responsáveis pelas comunicações de DX em ondas curtas.
Ionosfera
é a camada da
atmosfera entre aproximadamente 100 e 320 km de altura onde há muitos íons e
elétrons livres que mudam a direção das ondas eletromagnéticas.
Existem 3 camadas
importantes nessa parte da atmosfera:
1. A mais baixa útil chamada E (~110 km).Como a atmosfera nessa
altura é mais ou menos densa, os íons e elétrons rapidamente se encontram uns
com os outros formando átomos totalmente neutros (que não refletem as ondas).
Assim somente durante a presença
da luz solar constante, a camada opera, sendo o efeito máximo ao meio-dia.
Após o pôr do sol desaparece praticamente.
2. Uma camada ainda mais baixa
chamada D que também cresce com a luz solar é um absorvente da energia das
ondas de baixa freqüência (1,8 e 3,5 Mhz) para todos os ângulos de tiro, com
exceção dos muito altos, onde conseguem atingir a camada E e retornar à terra.
Por isso, pela manhã, só se conseguem comunicados locais nessas freqüências.
3. A principal camada responsável
pelo DX é a camada F e se situa ~280 km à noite.
A recombinação dos
íons é muito lenta porque a densidade atmosférica é muito baixa e a propagação
para DX cai, então, a partir do pôr do sol, primeiro nas freqüências altas e
gradativamente vai piorando nas freqüências cada vez mais baixas durante a
noite.
De dia a camada F
se divide entre duas, a F1 ( ~224 km) e a F2 (~320 km). Ao pôr do sol se
misturam numa só.
Algumas placas de
ionização densa muitas vezes se desenvolvem na camada E de modo sazonal,
permitindo algumas comunicações de longa distância. São as chamadas
propagações em esporádica E, comuns na região do equador.
São notáveis acima
de 21 Mhz e em épocas em que a atividade solar está excessivamente baixa e não
se consegue propagação por outras camadas.
Chama-se altura
virtual de uma camada à altura em que se daria a reflexão se a camada fosse
uma superfície fina (na verdade é difusa e a reflexão é mais uma modificação
gradual no caminho da onda).
Enviam-se ondas
verticalmente e, através do tempo de retorno, mede-se a altura virtual para
cada freqüência. A freqüência a partir da qual não há mais retorno, chama-se
freqüência crítica. Isso normalmente é feito à noite para a camada F, sem as
influências das camadas D e E.
A onda refletida
em um certo ângulo na ionosfera retorna à Terra e pode, eventualmente,
refletir nesta e retornar à ionosfera voltando mais uma vez à Terra e a isso
chama-se salto múltiplo e é o modo responsável pela possibilidade da cobertura
mundial de um sinal de rádio.
Se dois ou mais
caminhos existem entre o transmissor e o receptor, os dois correspondentes
sinais podem se reforçar ou se atenuar mutuamente, dependendo da relação de
fase entre eles.
Como esta relação
varia no tempo, quando um dos caminhos vem pela ionosfera(isso porque a
reflexão não é estática como num espelho; as camadas estão em constante
mutação), o sinal varia de intensidade com mínimos e máximos. É o chamado
"fading" (ou QSB) que, em certas condições, pode até distorcer o
áudio de uma transmissão.
Diversos órgãos
oficiais em muitos países do mundo emitem periodicamente cartas de propagação.
Dentre as informações importantes contidas nessas cartas está a MUF, a
freqüência máxima utilizável para longa distância. O conhecimento da MUF pode
ser muito útil para os amantes do DX, aumentando seu rendimento pelo maior
conhecimento das condições de propagação.
A MUF, na verdade,
é a freqüência crítica para comunicação local. A MUF é função da localização
entre os dois pontos que se comunicam e pode ser diferente para um terceiro
ponto. Em condições médias, perto da MUF, as perdas na ionosfera são menores,
de modo que, com as potências pequenas utilizadas no serviço de radioamador,
essa deve ser a região de trabalho para melhor comunicação.
A FOT (freqüência
ótima de trabalho), também conhecida como OWF, é uma freqüência abaixo da MUF
que é ótima para as comunicações por dar certa margem de segurança, levando em
conta as instabilidades da ionosfera (que sempre existem) as quais podem
abaixar a MUF, prejudicando as comunicações.
Para o mundo
amador, no entanto, algumas limitações mais severas existem porque a operação
é permitida somente em determinadas faixas, o que pode impedir a operação
próximo à MUF.
b) Troposféricas - essas são ondas que se propagam próximo da
superfície terrestre, como resultado da curvatura da atmosfera mais baixa, a
troposfera.
c) Terrestres - são a parte da radiação diretamente afetada pela
superfície terrestre. Possuem uma componente que "viaja" na
superfície de separação entre a atmosfera e a própria terra. Têm muita
importância nas comunicações de baixa freqüência (1,8 e 3,5 MHz). Quando a
onda é polarizada horizontalmente, as ondas terrestres sofrem muita perda
devido às correntes induzidas na terra. Se a polarização é vertical, a perda é
muito menor. Exatamente por isso é muito fácil cobrir distâncias da ordem de
100 km ou mais em 80 e 160 m com antenas verticais, mesmo pela manhã, quando
não há propagação ionosférica nessas faixas. As estações de
"broadcasting" de ondas médias se utilizam desse fenômeno operando
antenas verticais que, além de proporcionarem cobertura omnidirecional,
conseguem atingir distâncias razoáveis pela manhã.
VHF,
UHF E SHF
As freqüências de
VHF baixo, ou seja, a faixa de 6 m (50 a 54 MHz), ainda apresentam propagação
ionosférica com possibilidades de DX para o mundo todo.
De 2 m ( 144 MHz )
para cima, normalmente a propagação é Troposférica, isto é, viajam nas camadas
inferiores da atmosfera e para distâncias relativamente pequenas e, por isso,
em linha reta quando não há obstáculos.
Sofrem muitas
reflexões e difrações nos obstáculos e refrações ao passar de uma região da
atmosfera para outra de velocidade de propagação diferente da primeira. A
referida variação de velocidade de propagação de uma região para outra se dá
devido à mudança de densidade do ar pela diferença de temperatura e pela maior
ou menor concentração de vapor d'água no ar. Assim, se o caminho entre duas
estações se dá, por exemplo, sobre uma lagoa, é bem possível que a propagação
para UHF e SHF "feche" entre elas de dia sob forte sol devido à
refração e absorção pela evaporação da água e, à noite, "abra"
totalmente. Outro fenômeno observável em 2 m é a formação de
"túneis" de comunicação a longa distância pelo eventual fenômeno da
inversão térmica, favorecendo a reflexão total da onda entre as camadas de
temperatura diferente. Quanto maior a freqüência, mais absorção e perdas sofre
a onda na atmosfera, de modo que uma comunicação segura em 2 m pode ser, para
os mesmos pontos que se comunicam, inviável em 0,7 m (430 MHz).
PREENCHIMENTO DE UM CARTÃO
"QSL"
Enviar o cartão QSL, quando do primeiro contato com
um colega de rádio, é ética operacional. O cartão QSL é considerado o cartão
de visita de um radioamador.
O cartão serve para registrar cada
primeiro contato e para comprovar a participação em várias modalidades de
competições; para receber certificados internacionais e outros.
Mas para que o cartão de visita de
um radioamador retrate a verdadeira
personalidade do operador, certas regrinhas são necessárias:
1. Nunca mande um cartão sujo ou
amassado;
2. Preencha-o de forma legível, de
preferência em letra de forma;
3. Observe as normas do BUREAU
quanto à confecção do mesmo;
4. Procure ter seu próprio cartão,
ou seja, personalizado (não é vital), mas é o seu cartão de visita que está sendo enviado para o mundo;
5.
Nunca
deixe de pagar um cartão, pois ser considera do um caloteiro de cartão; logo
se espalhará pelo mundo a sua fama;
6. Nunca deixe de pagar um cartão de
um RADIOESCUTA, pois em muitos
países, o cartão para o radioescuta
significa o Certificado de Operação. Ele necessita de uma certa quantidade
comprovada de cartões para receber a licença;
7.
Registre
todos os seus contatos no livro de registro de comunicados, mas apenas l vez
para cada indicativo. Marque no quadro
correto se você enviou o cartão e marque também quando você receber. Caso o
colega não retribua, não é deselegante você cobrar o retorno do mesmo. Mas
lembre-se toda a tramitação de cartão poderá demorar algum tempo, especialmente
contatos com o exterior via BUREAU;
8. Quando você realizar um contato,
pergunte ao colega se o mesmo é LABREANO (sócio da LABRE) pois assim você evitará despesas de remessa postal (LABRE para contatos
dentro do país); para internacionais solicitar se é via Manager (ou via Bureau, quando o colega for
sócio de entidade radioamadorística local).
O PREENCHIMENTO DO
CARTÃO
Os termos
constantes em um cartão são normalmente escritos em inglês (por ser uma língua
universal).
Na parte superior
da maioria dos cartões terá FROM, ou seja, quem está mandando o cartão.
Preencha
com seu indicativo de chamada. Logo abaixo uma série de
informações sobre a estação trabalhada.
RADIO: O indicativo da pessoa com a
qual você realizou o contato.
DATE: dia, mês e ano que você
realizou o contato
UTC: horário mundial. No caso do
Brasil deve-se acrescentar mais 3 horas ao nosso horário local.
No horário de verão acrescenta-se
mais 1 hora.
MHz: freqüência em que foi
realizado o QSO TWO-WAY:
CW: quando o contato for realizado
em telegrafia;
AM:
quando o contato for realizado em amplitude modulada;
FM:
quando o contato for realizado em freqüência modulada;
RTTY: quando for utilizada esta
forma de contato;
SSB
: quando o contato for realizado em banda lateral.
R
- S - T Consulte o sistema de
reportagem nesta apostila
Ainda no cartão
QSL deve conter o endereço do remetente ou do BUREAU. QSL: PSE-TNX Se você
está mandando o QSL e não recebeu ainda o da estação trabalhada, assinale PSE
(please, ou mande-me retorno, ou aguardo seu cartão etc).
Se você já recebeu
o cartão QSL e está pagando, assinale TNX (thanks, obrigado etc.) Em cartões
padronizados é comum observar o termo VY 73 ou seja, um forte abraço. Não
esqueça de assinar (colocar seu nome no cartão).
Não esqueça de
mencionar a marca de equipamento que você operou, modelo, potência e tipo de
antena utilizada. Isto pode ser feito logo abaixo de VY 73.
Alguns operadores
adotam etiquetas autocolantes. São registrados em computador todos os
comunicados e depois são impressos. A forma como é preenchido o cartão é
opcional, mas deve conter todos os dados acima.
Cartões que não
são enviados via BUREAU por diversos motivos (não ser o radioamador associado
da LABRE, ter urgência na remessa etc), às vezes implicam em certas despesas
extras, como ter que enviar envelope subscrito para retorno e vale postal e
até mesmo dinheiro (dólar) para remessa do retorno ou o IRC (International
Reply Coupon).
INTERNATIONAL
RESPONSE COUPON (IRC)
É um "coupon" emitido
pela Secretaria Internacional da União Postal Universal (UPU), com troca
obrigatória em todos os países membros da entidade, permitindo ao seu portador
trocá-lo por um ou mais selos correspondentes ao franqueamento de uma carta
simples de primeiro porte (até 20 gramas) a ser expedida para o exterior via
superfície.
O "coupon response" é
utilizado por pessoas que desejam desobrigar seus correspondentes no exterior
das despesas de franqueamento.
Em qualquer agência dos correios
poderão ser adquiridos ou trocados os IRC. Em hipótese alguma os "coupon
response" adquiridos na ECT poderão ser trocados no Brasil.
O preço para compra ou troca de
"coupon response" é cobrado de acordo com a tarifa postal
internacional vigente.
Os "coupon response"
podem acompanhar qualquer correspondência destinada ao exterior, desde que não
sejam grampeados, amassados ou rasurados, contrariando as disposições
regulamentares da Convenção Internacional da UPU.
O prazo de troca do " coupon
response " é ilimitado em todos os países membros da UPU.
CUIDADOS
ESPECIAIS
·
Quando
você observar no cartão o termo TO RADIO, não vá preencher com a marca ou o
modelo de seu equipamento. O termo é em inglês e significa dizer, "tua
estação, teu indicativo etc; em outros, pode estar escrito TO ARS, ou seja,
para a estação (Amateur Radio Station);
·
Em
contestes, solicite o MANAGER, se a informação não for transmitida de tempo em
tempo; lembre-se, " Escutar " antes, é obrigação do "DX-man
".
CORTESIA
Não será deselegante você colar
no cartão, por exemplo, um selinho de sua associação, de seu grupo.
Personalizar o cartão de maneira discreta e informativa, mostra seu preparo e
sua preocupação de bem informar. Repercute muito bem.
OSCAR
17 o DOVE
O satélite OSCAR 17, também
conhecido como DOVE é chamado de micro - satélite. Ele é um cubo, medindo
aproximadamente 23 cm, totalmente coberto por células solares.
O DOVE foi lançado no ano de
1991. Ele trabalha em órbita polar, orbitando em volta da terra e fazendo uma
revolução a cada 100 minutos.
Estes satélites de radioamadores,
tão logo entram em órbita recebem a designação de OSCAR, que é a abreviatura
de Orbiting Satelite Carrying Amateur Rádio. O DOVE é um satélite de rádio -
pacote digital. Isto é, ele envia dados digitais para as estações terrestres,
usando a técnica de rádio - pacote. É o satélite de n° 17 da série OSCAR por
isso é chamado de DOVE-OSCAR 17.
Além de enviar dados de
telemetria em radio - pacote ele também fala! Assim ele foi testado para
enviar boletins sobre ele próprio, como também de atividades
radioamadorísticas.
É muito fácil receber os sinais
do DOVE em 145.825 MHz, em FM. Você não necessita de equipamentos sofisticados.
Usando um computador, uma interface e um software, você pode monitorar as
palavras do DOVE, e os dados de telemetria, quando ele passar por sobre a sua
cidade.
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