UM
POUCO DE HISTÓRIA
O
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início das transmissões
digitalizadas remonta aos tempos em que o computador sequer existia. Quando
Samuel Morse, inventou o código que hoje, internacionalmente, leva o seu nome,
certamente ele não imaginava que estivesse abrindo as portas para este
fascinante mundo das comunicações. Se observarmos atentamente, veremos que o
velho CW, que é a abreviatura de (Contínuos Waves) preenche todos os critérios para ser classificado como uma
modalidade de transmissão digital de dados. Senão vejamos: a informação
original é convertida para um código binário padrão (Código Morse Internacional)
para ser transmitida. Ao chegar ao destino, este sinal é então decodificado e a
informação recuperada. Além disso, o CW é capaz de transmitir informações em
alta velocidade e fazer uso eficiente do espectro de freqüência disponível.
Conhecido por todos os radioamadores, o CW,
inicialmente, era praticado exclusivamente com manipuladores manuais, depois
vieram as chaves eletrônicas e hoje é possível praticá-lo com o auxílio de um
microcomputador.
No
princípio, foi tentado o uso de chaves liga/desliga, como meio para transmitir
um texto, mas o resultado foi péssimo.
As
transmissões digitais, feitas com o auxílio de máquinas de teletipo, tiveram
seu início durante a Segunda Guerra Mundial, sendo usado extensivamente para
fins militares. Eram máquinas eletro-mecânicas, com a aparência de máquinas de
datilografia, e que, acopladas aos rádio-transmissores faziam a transmissão de RTTY. Eram lentas, barulhentas e sujas,
pelo excesso de óleo existente no seu mecanismo.
Após
várias experiências, os projetistas logo passaram a adotar o FSK (Frequency Shift Keying) que é um
método onde o chaveamento é feito entre duas freqüências diferentes.
Com
o aparecimento do computador pessoal, por volta do ano de 1975, foram
abandonadas as velhas máquinas de teletipo e passou-se a usar novos sistemas
integrados aos microcomputadores. Até o ano de 1980, as transmissões digitais
usavam exclusivamente o International Telegraph Alphabet Number 2, também
conhecido como Código BAUDOT ou Código MURRAY.
Com o surgimento dos computadores, passou-se a usar, também, o código
ASCII (American Standard Code for Information Interchange).
O
AMTOR (Amateur Teleprint Over Radio) é uma modalidade de rádio-teletipo que apareceu no
radioamadorismo por volta do ano de 1982 e tem como característica principal, a
recepção de dados isenta de erro. Esta característica é devida à propriedade de
um sistema denominado (CRC). O
AMTOR, foi desenvolvido, inicialmente, para uso no Serviço Móvel Marítimo,
porém mais tarde, foi introduzido no radioamadorismo, pelo radioamador inglês
J. P. Martinez-G3PLX.
O PACKET, ou rádio-pacote, surgiu na era
do computador e assim, incorporou algumas das propriedades desta era. Isto
remonta aos idos de 1964, quando a RAND Corporation fazia estudos a respeito. O
termo PACKET, foi adotado em 1965. Durante este período, até o ano de 1969, os
estudos da comunicação por pacote foi amadurecida e surgiram numerosas redes
governamentais e comerciais usando esta técnica.
As
primeiras experiências de rádio-pacote, dentro do radioamadorismo, tiveram
início no Canadá por volta de 1978. O Dr. John de Mercado, Diretor-Geral do
Telecomunication Regulamention of Canada, foi o responsável pela combinação
radioamadorismo/pacote, inclusive com incentivos, mesmo antes de ser
oficialmente permitido como um modo de comunicação entre radioamadores. Em
setembro do mesmo ano, foi anunciado que os radioamadores canadenses tinham
permissão para usarem o rádio-pacote. Foram então, iniciados testes, usando o
protocolo High Level Data Control (HLDC) da ISO. Estas experiências resultaram
na criação de um montador/desmontador de pacotes, baseado no microprocessador
8085. Esta invenção foi chamada de Terminal
Node Controler (TNC).
A primeira transmissão em packet, isenta
de erro, foi efetuada em um encontro do Clube de Radioamadores de Montreal, em
maio de 1978.Este mesmo grupo, desenvolveu, construiu e aperfeiçoou o Montreal
Packet Net (MP-Net), usando um canal na freqüência de 220MHz e o protocolo
CSMA/CD. Posteriormente este protocolo foi adaptado às necessidades dos
radioamadores por Fred Basserman, VE2BQF. O modem utilizado no MP-Net era de
construção caseira, baseado nos CI XR2206 e XR2211. Estes modems foram
projetados por Jacques Orsali VE2EHP e Ted Baleshta VE3CAF. Com a fundação do Vancouver Amateur Digital Communications Group
(VADCG), em janeiro de 1979, o protocolo então usado foi aperfeiçoado, surgindo
o VADCG, versão 1. Um ano e meio depois dos canadenses, em março de 1980, veio
a permissão de uso para os radioamadores norte-americanos. As pesquisas tiveram
continuidade e novos equipamentos foram desenvolvidos, bem como foi
aperfeiçoado um novo protocolo (AX.25), derivado do X.25.
No
final do ano de 1983, um novo equipamento estava disponível. Este novo TNC
usava o protocolo corrente VADCG V.1, como também o novo AX.25.
Em
1984, os “digipeaters” e os “gateways” começaram a entrar em operação. Também o
satélite amador OSCAR-10 passou a ser usado como repetidor para conexões de
rádio-pacote. Estes satélites, por esta
razão, passaram a receber a denominação de PACSAT.
Na metade do
ano, Hans Oredson-W0RLI, ativou um PBBS (Packet
Bulletin Board System), usando um
software por ele mesmo desenvolvido e usando como hardware, material obsoleto.
Em setembro deste mesmo ano, o Comitê de Comunicações Digitais da ARRL,
aprovava a versão 2 do protocolo AX.25 que incluía a capacidade de usar até
oito digipeaters para completar uma conexão.
1986
foi considerado o ano do desenvolvimento das aplicações do rádio-pacote, e
1987, podemos considerar o ano das redes de rádio-pacote.
PACTOR, foi desenvolvido na Alemanha
por Hans Peter Helfert-DL6MAA e Ulrich Strate-DF4KV e introduzido no mundo do
radioamadorismo no ano de 1991. Ele
incorpora e combina várias das melhores características do Packet e do
Amtor, tornando-se assim, o modo híbrido destes dois modos.
CLOVER, foi desenvolvido pelo
radioamador Ray Petit-W7GHM e a HAL Communications, por volta do ano de 1995. O
software é chamado CLOVER II e o hardware PCI-4000. Atualmente é a mais
eficiente modalidade de transmissão digital para as faixas de HF.
Com advento da
Internet, foram desenvolvidos softwares que compatibilizam o protocolo AX25,
usado em nossas redes de packet e o protocolo TCP/IP, usado na Internet.
Existem vários deles, destinados a vários sistemas, tais como: TNOS, JNOS,
WNOS, etc. Com isto tornou-se possível
um radioamador usando uma estação de packet acessar a Internet, usando os
famosos gateways que unem as duas redes.
Como
se pode observar, desde o início, durante a Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje, passaram-se mais de
cinqüenta anos, mas o que se viu foi um progresso admirável no desenvolvimento
das transmissões digitais. E, nós radioamadores, fomos e continuamos sendo, uma
parcela considerável deste esforço.
FERNANDO
BARROS LOPES - PY7AW/PR7AW
AX25: PR7AW@PR7AW.PB.BRA.SA
E-Mail: py7aw@openline.com.br
Home-Page: http://www.openline.com.br/~py7aw/
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