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sexta-feira, 14 de julho de 2017

UM POUCO DE HISTÓRIA

UM  POUCO  DE HISTÓRIA




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início das transmissões digitalizadas remonta aos tempos em que o computador sequer existia. Quando Samuel Morse, inventou o código que hoje, internacionalmente, leva o seu nome, certamente ele não imaginava que estivesse abrindo as portas para este fascinante mundo das comunicações. Se observarmos atentamente, veremos que o velho CW, que é a abreviatura de (Contínuos Waves) preenche todos os critérios para ser classificado como uma modalidade de transmissão digital de dados. Senão vejamos: a informação original é convertida para um código binário padrão (Código Morse Internacional) para ser transmitida. Ao chegar ao destino, este sinal é então decodificado e a informação recuperada. Além disso, o CW é capaz de transmitir informações em alta velocidade e fazer uso eficiente do espectro de freqüência disponível.
             Conhecido por todos os radioamadores, o CW, inicialmente, era praticado exclusivamente com manipuladores manuais, depois vieram as chaves eletrônicas e hoje é possível praticá-lo com o auxílio de um microcomputador.
            No princípio, foi tentado o uso de chaves liga/desliga, como meio para transmitir um texto, mas o resultado foi péssimo.
            As transmissões digitais, feitas com o auxílio de máquinas de teletipo, tiveram seu início durante a Segunda Guerra Mundial, sendo usado extensivamente para fins militares. Eram máquinas eletro-mecânicas, com a aparência de máquinas de datilografia, e que, acopladas aos rádio-transmissores faziam a transmissão de RTTY. Eram lentas, barulhentas e sujas, pelo excesso de óleo existente no seu mecanismo.
            Após várias experiências, os projetistas logo passaram a adotar o FSK (Frequency Shift Keying) que é um método onde o chaveamento é feito entre duas freqüências diferentes.
            Com o aparecimento do computador pessoal, por volta do ano de 1975, foram abandonadas as velhas máquinas de teletipo e passou-se a usar novos sistemas integrados aos microcomputadores. Até o ano de 1980, as transmissões digitais usavam exclusivamente o International Telegraph Alphabet Number 2, também conhecido como Código BAUDOT ou Código MURRAY.  Com o surgimento dos computadores, passou-se a usar, também, o código ASCII (American Standard Code for Information Interchange).
            O AMTOR (Amateur Teleprint Over Radio) é uma modalidade de rádio-teletipo que apareceu no radioamadorismo por volta do ano de 1982 e tem como característica principal, a recepção de dados isenta de erro. Esta característica é devida à propriedade de um sistema denominado (CRC). O AMTOR, foi desenvolvido, inicialmente, para uso no Serviço Móvel Marítimo, porém mais tarde, foi introduzido no radioamadorismo, pelo radioamador inglês J. P. Martinez-G3PLX.
            O PACKET, ou rádio-pacote, surgiu na era do computador e assim, incorporou algumas das propriedades desta era. Isto remonta aos idos de 1964, quando a RAND Corporation fazia estudos a respeito. O termo PACKET, foi adotado em 1965. Durante este período, até o ano de 1969, os estudos da comunicação por pacote foi amadurecida e surgiram numerosas redes governamentais e comerciais usando esta técnica.
            As primeiras experiências de rádio-pacote, dentro do radioamadorismo, tiveram início no Canadá por volta de 1978. O Dr. John de Mercado, Diretor-Geral do Telecomunication Regulamention of Canada, foi o responsável pela combinação radioamadorismo/pacote, inclusive com incentivos, mesmo antes de ser oficialmente permitido como um modo de comunicação entre radioamadores. Em setembro do mesmo ano, foi anunciado que os radioamadores canadenses tinham permissão para usarem o rádio-pacote. Foram então, iniciados testes, usando o protocolo High Level Data Control (HLDC) da ISO. Estas experiências resultaram na criação de um montador/desmontador de pacotes, baseado no microprocessador 8085. Esta invenção foi chamada de Terminal Node Controler (TNC).
       A primeira transmissão em packet, isenta de erro, foi efetuada em um encontro do Clube de Radioamadores de Montreal, em maio de 1978.Este mesmo grupo, desenvolveu, construiu e aperfeiçoou o Montreal Packet Net (MP-Net), usando um canal na freqüência de 220MHz e o protocolo CSMA/CD. Posteriormente este protocolo foi adaptado às necessidades dos radioamadores por Fred Basserman, VE2BQF. O modem utilizado no MP-Net era de construção caseira, baseado nos CI XR2206 e XR2211. Estes modems foram projetados por Jacques Orsali VE2EHP e Ted Baleshta VE3CAF. Com a fundação do Vancouver Amateur Digital Communications Group (VADCG), em janeiro de 1979, o protocolo então usado foi aperfeiçoado, surgindo o VADCG, versão 1. Um ano e meio depois dos canadenses, em março de 1980, veio a permissão de uso para os radioamadores norte-americanos. As pesquisas tiveram continuidade e novos equipamentos foram desenvolvidos, bem como foi aperfeiçoado um novo protocolo (AX.25), derivado do X.25.
            No final do ano de 1983, um novo equipamento estava disponível. Este novo TNC usava o protocolo corrente VADCG V.1, como também o novo AX.25.
            Em 1984, os “digipeaters” e os “gateways” começaram a entrar em operação. Também o satélite amador OSCAR-10 passou a ser usado como repetidor para conexões de rádio-pacote.  Estes satélites, por esta razão, passaram a receber a denominação de PACSAT.
Na metade do ano, Hans Oredson-W0RLI, ativou um PBBS (Packet Bulletin Board System), usando um software por ele mesmo desenvolvido e usando como hardware, material obsoleto. Em setembro deste mesmo ano, o Comitê de Comunicações Digitais da ARRL, aprovava a versão 2 do protocolo AX.25 que incluía a capacidade de usar até oito digipeaters para completar uma conexão.
            1986 foi considerado o ano do desenvolvimento das aplicações do rádio-pacote, e 1987, podemos considerar o ano das redes de rádio-pacote.
PACTOR, foi desenvolvido na Alemanha por Hans Peter Helfert-DL6MAA e Ulrich Strate-DF4KV e introduzido no mundo do radioamadorismo no ano de 1991. Ele  incorpora e combina várias das melhores características do Packet e do Amtor, tornando-se assim, o modo híbrido destes dois modos.
CLOVER, foi desenvolvido pelo radioamador Ray Petit-W7GHM e a HAL Communications, por volta do ano de 1995. O software é chamado CLOVER II e o hardware PCI-4000. Atualmente é a mais eficiente modalidade de transmissão digital para as faixas de HF.
Com advento da Internet, foram desenvolvidos softwares que compatibilizam o protocolo AX25, usado em nossas redes de packet e o protocolo TCP/IP, usado na Internet. Existem vários deles, destinados a vários sistemas, tais como: TNOS, JNOS, WNOS, etc.  Com isto tornou-se possível um radioamador usando uma estação de packet acessar a Internet, usando os famosos gateways que unem as duas redes.
            Como se pode observar, desde o início, durante a Segunda Guerra Mundial até  os dias de hoje, passaram-se mais de cinqüenta anos, mas o que se viu foi um progresso admirável no desenvolvimento das transmissões digitais. E, nós radioamadores, fomos e continuamos sendo, uma parcela considerável deste esforço.



         







FERNANDO BARROS LOPES - PY7AW/PR7AW
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